26 de dezembro de 2013

Os melhores discos de 2013 (Parte 9)

Paul McCartney – New


Um dos maiores compositores da história da música, Paul McCartney não precisaria provar mais nada a ninguém, podendo se acomodar ou virar uma caricatura de si mesmo, como acontece com vários artistas com o passar do tempo. Em New, seu novo álbum de estúdio, Paul mostra um vigor de menino, aliando novas sonoridades e o clássico som de sua carreira, tanto com os Wings nos anos 70 quanto com os Beatles.

McCartney recrutou neste disco um belo time de produtores, como Mark Ronson (que ficou famoso ao produzir Amy Winehouse), Paul Epworh (que produziu Adele) e Giles Martin (filho do produtor dos Beatles George Martin). O resultado foi um disco com o tradicional selo de qualidade de McCartney, excelentes melodias, produção impecável e instrumental muito bem tocado.

A primeira música “Save us” é um rock com uma sonoridade moderna, com uma grande melodia e riff que fica na cabeça, algo que bandas como The Killers e Coldplay tentaram fazer em seus últimos discos, mas sem o mesmo resultado de McCartney. “Alligator” tem um belo arranjo de teclado e partes interessantes de guitarra.

“On my way to work” é uma balada que começa despretensiosa, mas que vai crescendo no decorrer da música, com certo peso e bons solos de guitarra. “Queenie eye” é uma composição característica de McCartney com um tom alegre e coros. “Early days” é uma música nostálgica, com violões, que fala dos tempos primórdios de sua juventude com John Lennon. A voz de Paul sem efeitos nesta música deu um toque de beleza e naturalidade que fortaleceram a canção.

“New” poderia muito bem ser um outtake de Magical Mystery Tour ou de Sargent Pepper´s, com suas belas vocalizações. “Appreciate” tem uma batida mais suingada e envolvente e belos solos de guitarra no final. “Everybody out there” é uma daquelas músicas cheia de coros para levantar estádios, como só McCartney pode fazer. “Hosanna” tem um tom mais sério, com belos dedilhados de violão.

“I can bet” tem uma sonoridade que lembra muito o que Paul fez com a banda Wings nos anos 70, enquanto “Road” tem um pouco de música eletrônica que também remete aos anos 70, de bandas como Kraftwerk. O álbum ainda conta com as músicas bônus “Turned out” e a balada folk meio Led Zeppelin de “Get out of there” que tem a música escondida “Scared” feita no piano para sua nova esposa.

Em New, Paul McCartney demonstra que está em ótima fase, aliando o moderno com o clássico, em um disco que diverte e pode ser ouvido de ponta a ponta sem maiores pretensões. Um artista genial que não se acomoda e que está bem longe de pensar em aposentadoria.








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