6 de dezembro de 2013

Os melhores discos de 2013 (Parte 3)

Vespas Mandarinas – Animal Nacional


Em meio ao marasmo musical da cena rock ao redor do mundo e principalmente no Brasil, surge algo interessante em meio a tanta mesmice. A banda Vespas Mandarinas tem como alguns de seus integrantes, veteranos da cena underground paulista. O vocalista e guitarrista Chuck Hipolitho foi integrante da banda Forgotten Boys e o outro vocalista e guitarrista, Tadeu Meneghini foi integrante da banda Banzé.

Em seu disco de estreia, depois de dois EPs lançados (Da Doo Ron Ron de 2010 e Sasha Grey 2011) a banda aparece com um rock honesto e com muita influência da melhor fase do rock brasileiro, os anos 80, com referências ao som de bandas como Ira! e Titãs. Com refrões ganchudos, guitarras afiadas e belas melodias pop, a banda chega com um belo trabalho.

O hit “Cobra de Vidro” abre o disco e foge da fórmula usada pelas bandas que fazem sucesso no rock brasileiro atual como CPM 22 e NX Zero, que costumam exagerar no açúcar nas letras e primam pela desafinação vocal. A música tem um peso na dose certa, partes de guitarra que ficam na cabeça e uma letra que foge do romantismo piegas. 

O grupo ainda firmou neste álbum parcerias certeiras com grandes nomes do rock brasileiro dos anos 80, como Arnaldo Antunes (Na música “A prova”) e Bernardo Vilhena, grande parceiro de Lobão e Ritchie (Em “Santa sampa”). É esperar para ver se outras bandas com este nível surgem no rock nacional, bandas com uma música mais inteligente e com uma pegada rock verdadeira. Vale a pena conferir o som das Vespas Mandarinas.






Rodrigo Amarante – Cavalo


Depois do hiato sem fim de sua banda original, o Los Hermanos, e de projetos paralelos como o Little Joy, junto com o baterista dos Strokes, Fabrizio Moretti, chegou a hora de Amarante lançar seu primeiro disco solo, Cavalo.

Este primeiro álbum é uma ode à solidão e o autoconhecimento. Morando em Los Angeles, Amarante é apenas um estrangeiro em meio à multidão, e usa desta condição para fazer um disco reflexivo e melancólico. O trabalho é marcado pela ausência, seja de sons ou de sua imagem, já que ele não aparece nem na capa do disco.

Há momentos um pouco mais animados, como em “Hourglass” e em “Maná”, mas no geral o disco é marcado por músicas tristes, mas que não são nem um pouco enfadonhas. Amarante em sua estreia conseguiu equilibrar o sentimento de vazio e uma sonoridade contida e ao mesmo tempo bela. Em comparação ao trabalho solo de seu companheiro de Los Hermanos, Marcelo Camelo, surge mais inspirado e com músicas mais interessantes. Veja a resenha completa do disco aqui.










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