Vespas Mandarinas – Animal Nacional
Em meio ao marasmo musical da cena rock ao
redor do mundo e principalmente no Brasil, surge algo interessante em meio a
tanta mesmice. A banda Vespas Mandarinas tem como alguns de seus integrantes,
veteranos da cena underground paulista. O vocalista e guitarrista Chuck
Hipolitho foi integrante da banda Forgotten Boys e o outro vocalista e
guitarrista, Tadeu Meneghini foi integrante da banda Banzé.
Em seu disco de estreia, depois de dois EPs
lançados (Da Doo Ron Ron de 2010 e Sasha Grey 2011) a banda aparece com um rock
honesto e com muita influência da melhor fase do rock brasileiro, os anos 80,
com referências ao som de bandas como Ira! e Titãs. Com refrões ganchudos,
guitarras afiadas e belas melodias pop, a banda chega com um belo trabalho.
O hit “Cobra de Vidro” abre o disco e foge
da fórmula usada pelas bandas que fazem sucesso no rock brasileiro atual como
CPM 22 e NX Zero, que costumam exagerar no açúcar nas letras e primam pela
desafinação vocal. A música tem um peso na dose certa, partes de guitarra que
ficam na cabeça e uma letra que foge do romantismo piegas.
O grupo ainda firmou neste álbum parcerias
certeiras com grandes nomes do rock brasileiro dos anos 80, como Arnaldo
Antunes (Na música “A prova”) e Bernardo Vilhena, grande parceiro de Lobão e
Ritchie (Em “Santa sampa”). É esperar para ver se outras bandas com este nível
surgem no rock nacional, bandas com uma música mais inteligente e com uma
pegada rock verdadeira. Vale a pena conferir o som das Vespas Mandarinas.
Rodrigo Amarante – Cavalo
Depois do hiato sem fim de sua banda
original, o Los Hermanos, e de projetos paralelos como o Little Joy, junto com
o baterista dos Strokes, Fabrizio Moretti, chegou a hora de Amarante lançar seu
primeiro disco solo, Cavalo.
Este primeiro álbum é uma ode à solidão e o
autoconhecimento. Morando em Los Angeles, Amarante é apenas um estrangeiro em
meio à multidão, e usa desta condição para fazer um disco reflexivo e
melancólico. O trabalho é marcado pela ausência, seja de sons ou de sua imagem,
já que ele não aparece nem na capa do disco.
Há momentos um pouco mais animados, como em
“Hourglass” e em “Maná”, mas no geral o disco é marcado por músicas tristes,
mas que não são nem um pouco enfadonhas. Amarante em sua estreia conseguiu
equilibrar o sentimento de vazio e uma sonoridade contida e ao mesmo tempo
bela. Em comparação ao trabalho solo de seu companheiro de Los Hermanos,
Marcelo Camelo, surge mais inspirado e com músicas mais interessantes. Veja a resenha completa do disco aqui.
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