25 de fevereiro de 2015

Grandes lançamentos para 2015

O ano de 2014 teve alguns lançamentos interessantes e este ano pelo menos até agora as novidades prometem. Bandas dos anos noventa como Blur e Faith No More anunciaram discos novos depois de um hiato de muitos anos sem lançar um álbum inédito. Neste post vamos comentar alguns dos aguardados lançamentos para este ano e as expectativas que envolvem estas novidades no cenário do rock.

Blur


O Blur finalmente anunciou um novo disco após doze anos sem lançar nada inédito. O álbum se chamará The Magic Whip e será lançado no dia 27 de abril. Será o primeiro disco com a formação original da banda desde o disco Thirteen de 1999, já que o guitarrista Graham Coxon não participou do último trabalho da banda, o fraco Think Thank de 2003. Já saiu uma música nova, “Go out” que lembra bastante o som que o grupo fazia nos anos 90.


 Muse


Os britânicos do Muse já estão em estúdio para gravar o sucessor do disco The 2nd Law, lançado em 2012. Segundo o vocalista Matt Bellamy este novo trabalho será mais pesado do que o disco anterior, voltando às origens do começo de carreira da banda. O nome do disco será Drones e com certeza vai ter um lado conceitual, assim como os trabalhos anteriores do Muse. Resta saber quais bandas o Muse vai imitar, quer dizer, se inspirar, pois no disco anterior ouviam-se ecos de Queen, Prince e U2 em diversas faixas.


Björk


A grande cantora islandesa já lançou seu novo trabalho em 2015, que se chama Vulnicura e teve seu lançamento adiantado para janeiro, devido ao vazamento das canções na internet. O disco é o sucessor de Biophilia de 2011. De uma das maiores artistas da atualidade, podemos ter certeza que este novo disco é repleto de inovações e experimentos sonoros, que podem criar estranheza, mas que não pode ser taxado de ser apenas mais um trabalho da cantora.


Radiohead


A banda começou os ensaios para este novo trabalho ano passado e a que tudo indica irá lançar um novo álbum ainda este ano. Thom Yorke e Cia tinham lançado seu último disco em 2011, o mediano King of Limbs. Resta saber se o Radiohead vai voltar um pouco ao rock e às guitarras ou vai mergulhar de vez na música eletrônica, como nos últimos trabalhos de Yorke, o Atoms For Peace e seu disco solo Tomorrow´s Modern Boxes.


Faith No More


O Faith No More irá lançar um novo disco em abril deste ano depois de 18 anos sem lançar um álbum de inéditas. O trabalho ainda não teve o nome divulgado e está sendo esperado com ansiedade pelos fãs do grupo. O disco será totalmente independente e será produzido pela própria banda, o primeiro single do álbum foi lançado no final do ano passado, “Motherfucker”. Vamos ver o que vem por aí e se a banda ainda tem algo interessante para mostrar.



13 de fevereiro de 2015

Quando o Metallica chutou o balde de vez

É muito comum a crítica e o público cobrarem uma inovação no som das bandas e artistas. Sempre que alguém lança um disco é aquela velha história: fulano não inovou, tal banda continua na mesma e etc. Mas quando uma banda resolve fazer uma mudança radical, aí é que o bicho pega: viram traidores do movimento, vendidos, lixo comercial entre outros adjetivos não muito lisonjeadores.


O Metallica já era uma banda consagrada em 1991 dentro do trash metal. Tinha gravado discos clássicos dentro do estilo como Kill Em´ All de 1983 e Master Of Puppets de 1986. O grupo influenciou muita gente e fez a cabeça de muitos headbangers, graças ao som frenético e os solos rápidos de Kirk Hammet. No disco And Justice For All, o grupo já começava a flertar com novas sonoridades, vide a música mais conhecida do disco, “One”, que tinha um pouco de rock progressivo, com variações rítmicas e guitarras muito bem trabalhadas.

Em 1991 a banda se juntou com o produtor Bob Rock e lançou seu disco de maior sucesso o chamado “Black Album”. O disco vendeu milhões de cópias e teve sucessos como “Enter Sandman”, “The unforgiven”, e “Nothing else matters”. Alguns fãs das antigas já começavam a torcer o nariz, falando que o disco tinha muitas baladas, que o Metallica estava abandonando o metal, entre outras coisas.

Depois de cinco anos sem lançar o disco novo eis que surge o novo trabalho do Metallica em 1996: Load. Lembro-me muito bem do “bafafá” que foi quando eles apareceram de cabelos cortados, com roupas mais fashion e com uma sonoridade mais leve e alternativa. Os headbangers mais xiitas começaram a chamá-los de traidores do movimento, vendidos, bando de bichas entre outras coisas. Muitos jogaram seus discos da banda fora e não se conformaram com aquela transformação. Que grande besteira!


Apesar destas críticas o disco vendeu bem e teve sucessos como “Until it Sleeps”, “Hero of the day” e “Mama said”. A banda estava pouco se lixando e estava fazendo aquilo que achava melhor naquele momento de sua carreira. Em 1997 saiu a continuação, o álbum Reload, que teve a música “The memory remains” com participação de Marianne Faithfull e outros sucessos como “Fuel” e “The unforgiven II”.


Em 1998 ainda lançaram um disco só de covers, homenageando seus grandes heróis musicais, como Queen, Misfits, Thin Lizzy entre outros. Em 1999 gravou com uma orquestra sinfônica e mais uma vez inovou. Só em 2003 voltaram ao peso com o propositalmente tosco Saint Anger. Mesmo assim muitos reclamaram da sonoridade podre e a falta de solos rápidos nas músicas. Difícil agradar o público do metal, não é mesmo?


O Metallica segue na ativa e mostra que desde sempre foi uma banda de atitude que teve coragem para inovar e mesmo assim respeitando os fãs antigos, tocando os clássicos em seus shows e mantendo uma bela carreira, que pode ter tido seus deslizes, mas nunca pecou pela falta de ousadia.


9 de fevereiro de 2015

Clássicos do Brasil – Cássia Eller

Sempre admirei o trabalho de Cássia Eller, mas nunca fui fã de ter os discos e tal. Talvez rolasse um preconceito idiota da minha parte, pelo fato dela ser mais uma intérprete do que compositora algo como “assim fica fácil fazer sucesso, pegando grandes canções de grandes compositores”. Um disco que eu já tinha ouvido era o Acústico MTV, de 2001 e tinha achado bem bacana. Agora que saiu o documentário sobre a vida dela (que eu ainda não assisti) fiquei mais curioso sobre a discografia dela e resolvi ouvir um disco de 1994, que se chama apenas Cássia Eller e tem ela na capa sentada em um canto perto da parede.


Cássia já tinha dois discos lançados: Cássia Eller de 1990 (que fez certo sucesso graças à bela versão que ela fez para “Por enquanto” de Renato Russo) e Marginal de 1992. Desapontada com as fracas vendas dos dois primeiros discos, Cássia estava disposta a pedir demissão quando entrou no estúdio para gravar seu terceiro disco em 1994. Era uma espécie de tudo ou nada para a cantora, que escolheu um repertório muito inspirado, o que ajudou a aumentar a receptividade do disco.

Na música de abertura, a roqueira “Partners” música do RPM lançada no segundo disco deles RPM (Ou Quatro Coiotes) de 1988, conta com a competente guitarra de Wander Taffo, em uma interpretação forte e marcante de Cássia com sua voz potente e rasgada. “Malandragem” era uma canção inédita da dupla Cazuza e Frejat e foi um verdadeiro presente para Eller. A música foi um grande sucesso e talvez o maior clássico de sua carreira. A letra caiu como uma luva com seu jeito de cantar e o arranjo da banda deu uma pegada rock n´roll que elevou o potencial da música. 


“ECT” outra música inédita composta pelo trio Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown, tem uma pegada mais percussiva e uma belíssima letra. “Try a little tenderness” fez sucesso na voz de Otis Reading nos anos 60 e é uma versão bem fiel ao original, com Cássia se destacando mais uma vez. “1º de julho” é de Renato Russo e nunca tinha sido gravada pela Legião, que só gravou a música somente em 1996, no disco A Tempestade. A canção conta com a participação de Roberto Frejat no violão.

A interpretação de Cássia na música “Na cadência do samba” de Ataulfo Alves mostra toda a versatilidade da cantora, que interpretava Samba, Rock, Reggae, MPB e até mesmo Rap, com a mesma competência. “Lanterna dos afogados” já era um clássico do rock brasileiro na voz dos Paralamas e Cássia conseguiu imprimir sua marca na canção, que é um das melhores do disco. O guitarrista Wander Taffo participa novamente nesta canção.

“Coroné Antônio Bento” de João do Vale tem a participação de Oswaldinho do Acordeom. “Metrô linha 743” tem uma das melhores letras de Raul Seixas, criticando a violência policial na época da ditadura e também é muito bem interpretada por Cássia. O arranjo reggae, em minha opinião, não combinou muito com a letra de “Socorro” de Arnaldo Antunes e Alice Ruiz. Cássia vai fundo no blues nas versões de “Blues do iniciante” do Barão Vermelho e “Música Urbana 2” da Legião Urbana. 

O disco termina com a eletrônica “Pétala”, versão da canção de Djavan, que tem uma letra linda e ganhou uma interpretação serena e melancólica na voz de Eller. O álbum vendeu mais de 150 mil cópias e foi um grande sucesso. Após ouvir este disco fui capaz de compreender melhor o talento de Cássia. Ela, ao pegar uma música de outro artista tinha a dura missão de imprimir sua própria identidade, mesmo a canção já sendo um clássico. Conseguir êxito desta maneira é bem complicado e Cássia conseguia sempre surpreender em suas versões. Uma artista que faz muita falta, sem dúvida alguma. 


2 de fevereiro de 2015

Dez grandes músicas de Neil Young

O cantor e compositor canadense Neil Young é um dos artistas mais importantes e influentes ainda em atividade no cenário mundial. Prestes a completar 70 anos, tem cerca de 40 discos (considerando apenas sua carreira solo) com uma incrível média de quase um disco lançado por ano.


Começou sua carreira em meados dos anos 60 com a banda Buffalo Springfield e em seguida participou do supergrupo Crosby, Stills, Nash & Young. Seu primeiro trabalho solo foi o disco homônimo de 1968. Lançou discos clássicos e seja fazendo baladas dilacerantes ou rock colossais, construiu uma carreira praticamente impecável (tirando alguns abacaxis dos anos 80) e serviu de influência para bandas como Pearl Jam e Meat Puppets e artistas solos como Beck e Ryan Adams.

Mesmo sendo muito reconhecido no mundo todo, parece que no Brasil não tem tanto reconhecimento, principalmente da geração mais jovem, por isto vamos relembrar alguns grandes momentos deste grande artista, para quem sabe, fazer uma nova geração entender de onde vem a sonoridade de algumas bandas dos anos 90 e atuais. 

“Cinnamon girl” – Do disco Everybody knows This Is Nowhere de 1968

Um dos primeiros sucessos da carreira solo de Young, é um daqueles “rockões” básicos e diretos e foi regravada por vários artistas como, por exemplo, a banda Type O Negative. 


“The needle and the damage done” – Do disco Harvest de 1972

Uma daquelas baladas acústica simples e emocionantes características de sua carreira, esta canção fala sobre um fantasma que acompanha a história da música e do rock deste sempre: a heroína.


“Like a hurricane” – Do disco American´s Star Bar de 1977

A canção que é um dos aqueles rocks épicos que ao vivo podem durar 10 a 15 minutos, mostra toda a visceralidade de Young, tanto na letra quanto no som, em um de seus maiores clássicos. 


“Hey hey, my my (Into the black)” – Do disco Rust Never Sleeps de 1979

Com um riff clássico, é com certeza uma das melhores músicas de Neil Young, ainda mais quando tocada ao vivo, com toda a pegada de sua guitarra e sua banda, a Crazy Horse. A música também ficou famosa pelo fato de contar uma frase que Kurt Cobain usou em sua carta de despedida: “It´s better to burn out than to fade away” algo como “É melhor morrer do que definhar”.


“This note´s for you” – Do disco This note´s for you de 1988

Esta canção critica a indústria musical, os artistas que vendem suas músicas para empresas utilizarem em propagandas. Tem um clipe divertido que tira um barato de artistas como Michael Jackson e Whitney Houston. 


“Keep on rockin´ in a free world” – Do disco Freedom de 1990

Uma pedrada de Neil Young, com uma pegada forte e um dos refrões mais potentes de sua carreira. Música que também faz parte do repertório do Pearl Jam que costuma tocar esta canção em seus shows.


“Fuckin´up” – Do disco Ragged Glory de 1990

Outra paulada, com um riff seco e destruidor, também era tocada pelo Pearl Jam, tanto que faz parte do disco ao vivo da banda, Live on Two Legs.


“Harvest moon” – Do disco Harvest Moon de 1992

Uma balada romântica e dilacerante de Young, com um clima bucólico e etéreo ao mesmo tempo.


“Change your mind” – Do disco Sleep With Angels de 1994

Canção que faz parte do disco que contém a música “Sleep with angels” feita em homenagem a Kurt Cobain, que tinha morrido pouco antes do lançamento deste álbum.


“Downtown” – Do disco Mirror Ball de 1995

Outra canção roqueira de primeira qualidade de Neil, que contou neste disco como banda de apoio com nada mais nada menos que seus “alunos” do Pearl Jam.