28 de janeiro de 2019

Cinco grandes discos que completam vinte anos em 2019

O ano de 1999 foi emblemático, pois havia aquele medo do ano 2000, que o mundo iria acabar, aquela balela toda. No meio musical o rock já perdia fôlego e as boy bands e as cantoras pop já voltavam a dominar a cena, mesmo assim belos discos de rock foram lançados naquele ano. Eu tinha dezoito anos na época e alguns discos fizeram minha cabeça e de muita gente. Hoje vamos relembrar cinco álbuns que marcaram aquela época e que completam vinte anos de lançamento em 2019.  

Red Hot Chilli Peppers – “Californication”


Depois do sucesso mundial de Blood Sugar Sex Magic, de 1991, a banda lançou em 1995 o álbum One Hot Minute e apesar de um relativo sucesso, nada se compara ao que foi a repercussão do álbum Californication. Canções muito inspiradas e com uma pegada mais leve aliadas a videoclipes muito bem feitos levaram este disco aos primeiros lugares das paradas e rendeu sucessos incontestáveis como “Scar Tissue”, “Other Side” e a faixa título. Produzido por Rick Rubin, um dos maiores produtores de todos os tempos, elevou ainda mais o patamar da carreira do grupo. 



Ira! – “Isso é Amor”


Após o lançamento do disco Você Não Sabe Quem Eu Sou, de 1998, álbum que mistura rock, psicodelia e música eletrônica, a banda paulistana resolveu que seria a hora de gravar um disco de covers, algo que estava na “moda” no final dos anos noventa, tanto que bandas como Barão Vermelho e Titãs também lançaram álbuns de versões nesta mesma época. O Ira! montou um repertório com músicas que eles ouviram na adolescência e infância e também homenagearam o rock brasileiro dos anos oitenta. O disco tem versões de Erasmo e Roberto Carlos (“Sentado à beira de um caminho”), Ronnie Von (“Minha gente amiga”), Chico Buarque (“Jorge Maravilha”), Lobão (“Chorando pelo campo”), Legião Urbana (“Teorema”) entre outros. O resultado foi excelente e o disco fez bastante sucesso, graças aos belos arranjos feitos pela banda. 






Foo Fighters – “There´s Nothing Left to Lose”

There´s nothing left to lose foi o terceiro disco lançado pelo Foo Fighters e levou a banda definitivamente ao status de uma das bandas mais bem sucedidas dos últimos vinte e cinco anos. Aqui o grupo baixou um pouco as guitarras e conseguiu hits radiofônicos como “Learn to fly” e “Breakout”, fora os videoclipes sensacionais que aumentaram ainda mais o sucesso deste grande álbum. 




Los Hermanos - "Los Hermanos"


O disco de estreia do Los Hermanos foi lançado também em 1999 e logo de cara trouxe um dos maiores sucessos do pop rock nacional. “Ana Júlia” recebeu até uma versão em inglês do cantor Jim Capaldi, com a participação até de George Harrison na guitarra. Outras canções como “Primavera” e “Quem Sabe” fizeram a cabeça da galera transformando a banda em um das maiores revelações do pop rock nacional do final da década de noventa. 





Silverchair – “Neon Ballroom”


Quando o Silverchair apareceu os críticos falavam que a banda era uma cópia de Nirvana e Pearl Jam. Em seu terceiro disco, Neon Ballroom, os garotos australianos mostraram que eram muito mais do que uma mera cópia do som de Seattle e lançaram seu melhor trabalho, mais maduro e com muita influência de Led Zeppelin. Sucessos como “Anthem for the year 2000”, “Ana´s song” e “Miss you love” elevaram ainda mais a carreira do grupo, que depois acabou terminando após mais dois discos e hoje em dia o vocalista Daniel Johns virou um cantor pop, renegando seu passado roqueiro. Um dos discos mais bacanas de 1999.




9 de janeiro de 2019

Finalmente o Smashing Pumpkins lança um disco com cara de Smashing Pumpkins


O Smashing Pumpkins é uma das bandas mais bem sucedidas dos anos noventa. Sua estreia foi em 1991 com o álbum “Gish” que teve seu valor eclipsado pelo estrondoso sucesso de “Nevermind” do Nirvana. A redenção de Billy Corgan e Cia. aconteceu no segundo disco, “Siamese Dream” de 1993, com sucessos como “Today” e “Disarm”. Em 1995 a banda chegou o sucesso mundial com “Mellon Collie and the Infinite Sadness”, o disco duplo mais vendido de todos os tempos.


Depois deste enorme sucesso a coisa começou a degringolar. O baterista Jimmy Chamberlin foi expulso por Billy Corgan e o grupo passou a ser um trio, com bateristas contratados, lançando o disco “Adore” em 1998, não alcançando nem de perto o sucesso dos álbuns anteriores. Depois foi a vez da baixista D’Arcy abandonar o barco, sendo que o disco “Machina-The Machines of God” não teve a participação dela. Depois deste álbum, o batera Jimmy Chamberlain e o guitarrista James Iha saíram da banda, deixando somente o manda chuva Billy Corgan como único integrante da formação original.

O Pumpkins com várias formações diferentes lançou alguns discos de 2007 pra cá, mas sempre com aquele sentimento que não era mais uma banda e sim um projeto solo de Billy Corgan. No ano passado foi anunciada uma possível volta do grupo com sua formação original, fato que se consumou, exceto pela falta da baixista D’Arcy, que não participou desta volta e acabou acusando Corgan de não ter feito muita questão que ela voltasse para a banda.

No final do ano passado saiu o disco “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun” trazendo uma formação bem próxima à formação clássica, faltando somente a baixista D’Arcy. Quem gravou o baixo no álbum foram Billy Corgan e seu escudeiro Jeff Schroeder, que faz parte do Pumpkins desde 2007. Este novo trabalho foi produzido por Rick Rubin, um dos mais renomados produtores da música.

O disco abre com "Knights of Malta", com um tom meio Soul Music devido a belos backing vocais femininos. Tem uma sonoridade mais sutil, graças aos pianos e cordas, uma das melhores canções dos Pumpkins nos últimos tempos."Silvery Sometimes (Ghosts)" tem também uma levada mais pop, com belos solos de guitarra enquanto “Travels” poderia muito bem ter feito parte do disco “Oceania” de 2012, canção que também tem uma bela melodia pop e guitarras interessantes.


"Solara" é mais pesada, com aquelas paredes de guitarras e viradas frenéticas de bateria, características da fase de ouro da banda. "Alienation" tem um começo bem oitentista e faz uma crítica à alienação atual das pessoas. "Marchin' On" é pesada, raivosa e empolgante com a bateria de Chamberlin se destacando. “With Simpathy” é mais lenta, com belos teclados, enquanto "Seek and You Shall Destroy" fecha o álbum com um clima mais pra cima e com um belo riff.


“Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun” deverá ter uma segunda parte lançada ainda este ano. Infelizmente nem sinal de sair o Vol. 1 em CD aqui no Brasil. De qualquer forma, o Pumpkins com este trabalho conseguiu fazer um disco mais empolgante do que o anterior, “Monuments to an Elegy” que contou até com Tommy Lee do Motley Crue na bateria. Um álbum com uma pegada mais próxima aos discos clássicos dos anos noventa. Resta agora, saber se essa reunião vai durar mesmo, ou se mais alguma briga vai botar tudo a perder. Só o tempo dirá.