Bob Mould lançou este ano
seu décimo terceiro disco solo de estúdio, Patch The Sky. O álbum vem depois de dois belos trabalhos, Silver Age de 2012 e Beauty And Ruin de 2014 (leia a
resenha deste álbum aqui.). Mould é um dos artistas mais influentes do rock
alternativo, tendo sido vocalista de bandas importantes como Husker Du na década
de 80 e do Sugar na década de 90.
Guitarrista de mão cheia,
Mould sabe como ninguém misturar guitarras altas e rápidas com melodias com
belos ganchos pop que ficam na mente e essa característica continua evidente
neste novo trabalho do cantor. As letras continuam com um tom reflexivo, com
Mould tentando exorcizar fantasmas interiores de um homem que já está na faixa
dos cinquenta anos.
O disco abre com efeitos de
guitarras interessantes em “Voices in my head”, primeiro single de trabalho do
álbum. Uma canção com uma melodia fácil e com um ritmo cadenciado, com uma
letra existencialista. Destaque para os criativos solos de guitarra de Mould na
música. “End of things” já um punk rock vigoroso e cheio de energia, com uma
letra que fala sobre a brevidade das coisas.
“Hold on” é o segundo single
do disco mostrando a veia melódica característica de Mould com um potente
refrão e guitarras vigorosas. “You say you” tem uma pegada pop e paredes de
guitarra ao fundo enquanto “Losing sleep” tem uma andamento bem diferente do
som habitual de Mould, com uma bela linha de baixo. “Pray for the rain” é um
punk rock simples e direto, sem maiores firulas.
“Lucifer and God” é uma das
melhores do disco, com uma grande melodia e letra acima da média. “Hands are
tied” tem um ritmo frenético, ótima para ser tocadas nos shows para as
tradicionais rodas punks. “Black confetti” é a melhor música do disco, um rock
poderoso com uma melodia envolvente e guitarras no talo, ao melhor estilo Mould
de composição.
O álbum termina tirando o pé
do acelerador, com a bela Monument, um ótimo encerramento para um bom trabalho.
Mesmo Patch The Sky não sendo um álbum tão bom quanto os dois anteriores ainda
sim é um interessante lançamento em um momento tão escasso para o rock atual. Bob Mould
mostra que ainda tem muito a oferecer e que está em plena forma e é um dos
poucos artistas que nunca decepcionam em seus discos.