22 de abril de 2016

Bob Mould lança mais um belo disco

Bob Mould lançou este ano seu décimo terceiro disco solo de estúdio, Patch The Sky. O álbum vem depois de dois belos trabalhos, Silver Age de 2012 e Beauty And Ruin de 2014 (leia a resenha deste álbum aqui.). Mould é um dos artistas mais influentes do rock alternativo, tendo sido vocalista de bandas importantes como Husker Du na década de 80 e do Sugar na década de 90.


Guitarrista de mão cheia, Mould sabe como ninguém misturar guitarras altas e rápidas com melodias com belos ganchos pop que ficam na mente e essa característica continua evidente neste novo trabalho do cantor. As letras continuam com um tom reflexivo, com Mould tentando exorcizar fantasmas interiores de um homem que já está na faixa dos cinquenta anos.

O disco abre com efeitos de guitarras interessantes em “Voices in my head”, primeiro single de trabalho do álbum. Uma canção com uma melodia fácil e com um ritmo cadenciado, com uma letra existencialista. Destaque para os criativos solos de guitarra de Mould na música. “End of things” já um punk rock vigoroso e cheio de energia, com uma letra que fala sobre a brevidade das coisas.


“Hold on” é o segundo single do disco mostrando a veia melódica característica de Mould com um potente refrão e guitarras vigorosas. “You say you” tem uma pegada pop e paredes de guitarra ao fundo enquanto “Losing sleep” tem uma andamento bem diferente do som habitual de Mould, com uma bela linha de baixo. “Pray for the rain” é um punk rock simples e direto, sem maiores firulas.


“Lucifer and God” é uma das melhores do disco, com uma grande melodia e letra acima da média. “Hands are tied” tem um ritmo frenético, ótima para ser tocadas nos shows para as tradicionais rodas punks. “Black confetti” é a melhor música do disco, um rock poderoso com uma melodia envolvente e guitarras no talo, ao melhor estilo Mould de composição.
                                                                                                   

O álbum termina tirando o pé do acelerador, com a bela Monument, um ótimo encerramento para um bom trabalho. Mesmo Patch The Sky não sendo um álbum tão bom quanto os dois anteriores ainda sim é um interessante lançamento em um momento tão escasso para o rock atual. Bob Mould mostra que ainda tem muito a oferecer e que está em plena forma e é um dos poucos artistas que nunca decepcionam em seus discos.