27 de abril de 2015

Titãs mostram que ainda estão em forma em gravação de DVD

Na última sexta-feira dia 24 de abril, os Titãs fizeram um show na casa Áudio Club em São para a gravação de seu novo DVD, que terá como base o repertório do bom Nheengatu, último disco lançado pela banda, em 2014. Não foi nada fácil para os fãs como eu esperarem durante duas horas em pé antes do show começar, mas finalmente à meia-noite a banda entrou no palco com máscaras claramente influenciadas pelo personagem Coringa.


A primeira música foi a pesadona “Fardado”, música que a abre o disco Nheengatu e critica a violência policial. O som ainda não estava bom, mas com o tempo foi melhorando, mas a energia das músicas que davam mais ênfase ao lado pesado da carreira dos Titãs fizeram o show ficar bem mais potente que o normal. Logo em seguida mais canções do último disco como “Pedofilia”, “Cadáver sobre cadáver” e “Chegada ao Brasil (Terra à vista)”.

A formação atual da banda contando com Branco Mello, Tony Bellotto, Paulo Miklos, Sergio Britto e o baterista Mário Fabre, sem a participação de músicos de apoio, faz com que haja uma constante troca de instrumentos entre os integrantes. A banda está com uma ótima pegada e os Titãs mostram que mesmo formado por cinquentões ainda está mandando muito bem ao vivo.

A primeira surpresa da noite foi a canção “Massacre” do segundo disco dos Titãs, Televisão de 1985. A banda não a tocava ao vivo desde 1994. “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” não era tocada desde 2002 e levou o público ao delírio. Outra canção antiga que foi resgatada foi “Pela paz” que a banda não tocava desde 1996. Em “Quem são os animais” o vocalista Sérgio Brito deu uma atravessada de leve e a banda teve que tocá-la novamente, assim como mais três músicas, quando voltaram para o primeiro Bis.

Em “Diversão” o público acompanhou o riff inicial de guitarra em coro, em um dos melhores momentos do show. “Fala Renata”, uma das mais pesadas de Nheengatu (e que tem uma crítica subliminar ao cantor Lobão), levantou a galera, assim como “Desordem”, e para fechar a primeira parte do show, a clássica “Sonífera ilha”.

Depois de repetirem quatro músicas no primeiro Bis, a banda voltou para o segundo Bis, tocando canções do disco Cabeça Dinossauro, que a principio não seria tocadas, mas a pedido do público, canções como “AA UU”, “Polícia” e “Bichos escrotos” não poderiam ficar de fora do show e foram tocadas com garra pela banda.

No último e derradeiro Bis, os Titãs tocaram “Marvin” (com Branco Mello nos vocais), “Igreja” e terminando a noite com “O Pulso”. Depois de duas horas de rock, os Titãs mostraram que ainda são relevantes e que estão em forma, confirmando que são uma banda em constante reinvenção e que ainda tem material novo com qualidade para mostrar, ao contrário de algumas bandas dos anos oitenta que se apegam apenas ao material antigo.

Setlist:

Fardado
Pedofilia
Cadáver Sobre Cadáver
Chegada Ao Brasil (Terra à Vista)
Massacre (Primeira vez desde 1994)
Jesus Não Tem Dentes No País dos Banguelas
(Primeira vez desde 2002; Branco nos vocais)
Lugar Nenhum
Baião de Dois
Pela paz (Primeira vez desde 1996)
Quem São os Animais?
Republica dos Bananas
Nem sempre se pode ser Deus
Diversão
(Final estendido)
Mensageiro da desgraça
Fala, Renata
Desordem
Vossa Excelência
Televisão
Sonífera ilha

Encore:
Pedofilia
Cadáver Sobre Cadáver
Pela paz
Quem São os Animais?

Encore 2:
Polícia
Homem Primata
AA UU
A melhor banda de todos os tempos da última semana
Flores
Bichos escrotos

Encore 3:
Marvin
Igreja
O pulso

23 de abril de 2015

Grandes bandas da Suécia

Quase sempre quando pensamos no pop e no rock internacional, logo nos vem em mente Estados Unidos e Inglaterra, grandes centros da indústria fonográfica mundial, mas é claro que existem outros países com muitos artistas que se destacaram mundialmente. No post de hoje vamos relembrar algumas bandas do pop e do rock que saíram da Suécia e conquistaram o mundo, seja o pop arrebatador de bandas como ABBA e Roxette ou o punk rock esporrado do The Hives.

 ABBA


Surgido em Estocolmo em 1972, o ABBA era um grupo pop que estourou na época da disco music no final dos ano 70. O nome da banda é um acrônimo com as letras inicias de cada integrante (Agnetha, Björn, Benny, Anni-Frid). As melodias perfeitas combinadas com um instrumental muito bem arranjado e com bastante suingue tornaram o ABBA um dos maiores vendedores de discos de todos os tempos, chegando aproximadamente aos 200 milhões de cópias. Sucessos como “Dancing queen”, “Fernando” e “The winner takes it all” conquistaram o mundo e muitos roqueiros por aí, sendo influência para muitas bandas até hoje. O ABBA lançou oito discos de estúdio e encerrou suas atividades em 1982.



The Cardigans


O Cardigans foi formado em 1992 e alcançou relativo sucesso com o single “Carnival” em 1995, mas foi com a canção “Lovefool” que fez a banda estourar, participando da trilha sonora do filme Romeu e Julieta de 1997. Depois do sucesso do disco First Band On The Moon, o Cardigans lançou em 1998 o introspectivo Gran Turismo em 1998 com som mais eletrônico e soturno e agradou a crítica e fãs, gerando o clássico videoclipe “My favorite game”. Graças a beleza e carisma da vocalista Nina Person e de suas boas canções o Cardigans conquistou seu espaço entre as maiores bandas da Suécia. O último trabalho do grupo foi o disco Super Extra Gravity de 2005.



The Hives


Formado em 1994, o The Hives emplacou mundialmente com a canção “Hate to say I told you so” em 2001. Com um punk rock rápido e enérgico, com influência de bandas como The Stooges e The Sonics, o Hives vem conquistando cada vez mais fãs, graças também as ótimas e enérgicas apresentações ao vivo. Com um visual que prima pela elegância e uso de ternos caros que contrasta com a sonoridade que a banda faz, chamou a atenção do público que gosta de rock e a o grupo está na ativa até hoje, sendo seu último disco Lex Hives lançado em 2012.



Roxette


Esta dupla de pop rock formada por Marie Fredriksson e Per Gessle foi um dos maiores sucessos do final dos anos 80 e início dos anos 90. Seja com baladas românticas arrebatadoras ou com canções pop de refrão forte, o Roxette atingiu a marca de mais de 60 milhões de discos vendidos no mundo todo. Com uma carreira repleta de hits, se tornou um dos maiores ícones da música pop sueca. Seu último disco foi Travelling de 2012.



Ace of Base


Chamado de “ABBA dos anos 90” o Ace of Base também era formado por dois homens e duas mulheres e faziam música pop de qualidade, por isto as comparações eram inevitáveis. A grupo estourou em 1993 com o hit “All that she wants” e em 1994 com o disco The Sign. Com boas melodias e duas cantoras afinadas e lindas, marcaram a década de 90. Infelizmente o sucesso não durou tanto e a banda ainda faz shows com outra formação.



14 de abril de 2015

Top 10 Bad Religion

O Bad Religion foi formado em 1979 por Jay Bentley, Greg Graffin, Brett Gurewitz e Jay Ziskrout. Passando por diversas formações, o único integrante a participar de todos os discos foi o vocalista Greg Graffin. A banda lançou seu primeiro álbum, How Could Hell Be Any Horse? em 1982 e desde então vem influenciando diversos grupos a fazerem um punk rock engajado e com bastante melodia.


O grupo fundou sua própria gravadora, a Epitaph Records em meados dos anos oitenta e nos anos noventa lançou bandas como Rancid e The Offpring (o disco Smash de 94 se tornou o disco lançado por gravadora independente mais vendido de todos os tempos). No começo da década de noventa o Bad Religion assinou com uma grande gravadora e finalmente fez sucesso com o grande público, com os discos Recipe for Hate e Stranger Than Fiction. Hoje vamos relembrar dez grandes músicas desta banda de punk rock que está na ativa até hoje e já lançou dezesseis álbuns de estúdio. 

“Atomic garden”

Do disco Generator de 1992, a canção fala sobre uma possível catástrofe nuclear, com uma letra séria e engajada que critica a guerra fria. 


“American jesus”

Do álbum Recipe For Hate de 1993 é o maior clássico da carreira da banda, tem um riff simples e certeiro e uma letra que critica a sociedade conservadora norte-americana. Ainda conta com Eddie Vedder do Pearl Jam nos vocais de apoio.


“Struck a nerve”

Mais uma canção do disco Recipe For Hate que passou bastante na MTV nos anos 90. Tem a participação de Johnnete Napolitano, vocalista da banda Concrete Blonde (do hit “Heal it up”). 


“The Handshake”

Este vídeo é de uma apresentação ao vivo no lendário programa 120 Minutes da MTV norte-americana. Nesta performance podemos ver todo o punch da banda ao vivo. Do disco Stranger Than Fiction de 1994.


“Infected”

Até uma banda punk como o Bad Religion tem uma canção romântica. Claro que o romantismo aqui é bem diferente do normal, em uma letra que falar de uma dependência amorosa similar à dependência das drogas. Mais uma do Stranger Than Fiction que fez muito sucesso.


“21st century digital boy”

Um dos vídeos mais marcantes de minha adolescência mostra a banda saindo da tela de uma TV fora de sintonia. Mais uma letra crítica que fala da juventude alienada do século 21.


“A walk”

Do disco The Gray Race de 1996, tem um clipe que com certeza inspirou o The Srokes no vídeo da música “Heart in a cage” de 2006.




“Raise your voice!”

Esta canção tem a participação do vocalista da banda alemã Die Toten Hosen, Campino. Do álbum No substance de 1998.


“Dream of unity”

Um das canções mais bonitas da banda, deixando de lado o som raivoso e fazendo um som mais melodioso, com uma letra sonhadora. Bonus track da versão japonesa de No Substance.


“New America”

Do disco The New America de 2000, mais uma canção que critica a sociedade norte-americana com muita propriedade.


7 de abril de 2015

Clássicos do Grunge – Dirt

Após o bem sucedido disco de estreia, Facelift, que contém o maior clássico da banda, “Man on the box”, o Alice in Chains chegou ao estúdio em 1992 com a dura missão de fazer um álbum ainda melhor e com agravante de lidar com o vício em heroína do vocalista Layne Staley, que morreria de overdose em 2002. 


Em 1992 o chamado Movimento Grunge já estava no auge e o diretor de cinema Cameron Crowe resolveu fazer um filme que tivesse como pano de fundo aquela geração de bandas de rock de Seattle. O Alice in Chains mandou uma demo com dez músicas para o diretor escolher qual canção entraria na trilha do filme Singles (“Vida de Solteiro” no Brasil). “Would” foi a escolhida e foi feito um clipe para a canção com cenas do longa metragem. O sucesso da trilha sonora (que era bem mais interessante que o filme) e a participação da banda em uma das cenas alavancaram a popularidade do grupo e deixaram os fãs do rock de Seattle ansiosos pelo lançamento do novo disco do Alice in Chains.



Dirt, segundo disco da banda foi lançado em 29 de setembro de 1992 e é considerado o melhor trabalho de estúdio do grupo. O álbum começa logo com uma “pedrada”: “Them bones” tem um riff de guitarra potente de Jerry Cantrell com o vocal marcante de Layne Staley e ainda é usada até hoje para abrir os shows do Alice in Chains. “Dam that river” é outro rock potente com um refrão explosivo, enquanto “Rain when I die” abusa dos wah wahs e tem um tom mais dramático. 

“Down in a hole” é uma das músicas mais tristes e ao mesmo tempo mais bonitas do Alice in Chains. “Sickman” fala sobre abuso de drogas, enquanto “Rooster” é sobre as memórias do pai de Jerry Cantrell, que combateu na Guerra do Vietnã, tanto que no clipe logo no começo aparece Jerry falando com seu pai sobre a guerra. As três músicas seguintes, “Junkhead”, “Dirt” e “God Smack” são uma espécie de “Trilogia da Heroína”, falando sobre o vício de Staley e como ele tentava lutar para se livrar deste problema.


“Iron gland” é uma brincadeira feita a partir do riff inicial da música “Iron man” do Black Sabbath e tem a participação do vocalista do Slayer, Tom Araya. A banda deve ter colocado esta vinheta para quebrar um pouco o clima tenso do disco. “Angry chair” tem um riff simples (aliás, um dos primeiros que eu aprendi a tocar na guitarra) e aquela sonoridade soturna característica da banda. Para encerrar, a melhor canção do álbum: “Would” foi inspirada no vocalista do Mother Love Bone (que era a antiga banda dos integrantes do Pearl Jam, exceto Eddie Vedder) Andrew Wood, que morreu de overdose de heroína em 1990.

Dirt vendeu mais de cinco milhões de cópias e catapultou de vez o Alice in Chains ao estrelato. Um disco que mostra uma banda no auge com ótimos instrumentistas e um grande vocalista. Após a morte de Layne Staley a banda seguiu com um novo cantor, William Duvall e surpreendeu a todos, lançando dois bons discos, Black Gives Way To Blue de 2009 e The Devil Puts Dinossaurs Here de 2013 e fazendo shows em que tocam grande parte das músicas do álbum Dirt, um dos melhores discos dos anos noventa, sem dúvida.