No dia 2 de março de 2015
saiu o segundo disco solo de Noel Gallagher, Chasing Yesterday. Apesar de
chamar este projeto de Noel Gallagher´s Flying High Birds, todos sabem que é o
trabalho solo do eterno ex-guitarrista do Oasis. Após um bem recebido primeiro
disco, de 2011, o irmão mais velho dos Gallaghers mostra que ainda tem muito a
contribuir ao rock e à música pop.
Produzido pelo próprio Noel,
este segundo álbum mostra uma boa evolução em relação ao primeiro disco. As
influências continuam as mesmas, Beatles (tanto que a primeira frase que ele
canta no disco é “There´s something in the way she moves me” em clara alusão a “Something”),
Glam Rock, Smiths e Stone Roses. Agora há também bastante influência da
psicodelia dos anos 60.
“Riverman” abre o disco com
toques de psicodelia e bons solos de guitarra e sax, além da tradicional veia
melódica que sempre acompanhou suas músicas desde a fase com o Oasis. “In the
heat of the moment” começa com “Na na nas” estilo Blur com uma bela linha de
baixo e bateria, com uma pegada mais pop. “The girl with X-ray eyes” é um bela
balada folk, enquanto “Lock all the doors” é mais roqueira e lembra a antiga
banda de Noel.
“The dying of the light” tem
uma linda melodia e emociona assim como alguns clássicos do Oasis, como “Don´t
look back in anger” entre outras. Quando Noel resolve fugir dos clichês e experimentar
novas sonoridades, como nas três músicas seguintes, mostra o lado mais
interessante do álbum.
“The right stuff” tem um
belo vocal feminino, com uma excelente base rítmica e belo solo de sax, com mais
toques de psicodelia. “While the songs remains the same” tem uma interessante
linha de baixo e “The Mexican” tem uma pegada mais suingada, com um refrão que
fica na cabeça.
“You know we can´t go back” é
uma resposta àqueles que esperam o retorno do Oasis, um rock simples e direto.
O disco termina com a excelente “Ballad of the might I”, que ganhou um clipe ao
estilo Oasis, com história sem sentido. Em Chasing Yesterday, Noel mostra que
tem uma carreira solo consolidada e que é o irmão mais talentoso do Oasis,
enquanto Liam naufraga em seu projeto Beady Eye, que lançou um primeiro disco
mediano e um segundo bem fraco e que até acabou encerrando suas atividades.
A única edição que eu fui do
festival Lollapalooza foi o de 2012, para assistir ao show do Foo Fighters.
Sinceramente não sou muito fã de festivais, muita gente, ter que ficar horas e
horas em pé e etc. Falta pique para maratonas musicais deste tipo então a
edição deste ano eu vou assistir de casa mesmo, que eu ganho muito mais. Neste
post vou falar sobre alguns shows que eu acho que valem a pena conferir na
edição deste ano, do festival criado por Perry Farell.
No sábado 28/03:
Kassabian
Esta banda inglesa já tem
cinco discos lançados e tem bastante influência de bandas como Primal Scream e
Stone Roses. Não sou um profundo conhecedor do som do Kassabian, mas já vi um
show deles pela TV e a banda parece mandar muito bem ao vivo. Um show
energético, que mistura um pouco do britpop com música eletrônica. Vale a pena
conferir.
Robert Plant
Esse cara dispensa
comentários, eterno vocalista do Led Zeppelin e dono de uma carreira solo muito
interessante, Plant é a principal atração do festival e com certeza vai fazer
um grande show, misturando rock com world music, com muita propriedade. De
quebra ainda vai tirar alguns hits do Zeppelin da manga e pode fazer até um
dueto com seu filho musical, Jack White em alguma delas. Sorte de quem estará
lá.
Jack White
Não sou um grande fã do Jack
White, mas tenho que admitir que ele é um dos artistas mais criativos e
inquietos do cenário rock atual. Agora sem a sombra de sua ex-mulher Meg White,
agora ele tem uma banda de verdade acompanhando e vai tocar além de canções de
sua carreira solo, clássicos do White Stripes como “Seven nation army”. Eu
daria uma conferida, com certeza.
No Domingo 29/03:
Interpol
O Interpol é uma daqueles
filhos bastardos do Joy Division, com aquele som dark e com vocalista com voz
grave. A banda que se destacou no início dos anos 2000, vem novamente ao
Brasil para divulgar seu quinto disco de estúdio, El Pintor de 2014. Diz a
lenda que os shows deles são meio mornos, mas acho que vale a pena conferir,
pois dentro da programação do festival parece ser uma das melhores opções.
Pitty
Uma das poucas opções
brasileiras interessantes deste festival, Pitty lançou um bom disco ano
passado, SeteVidas e agora com mais um músico de apoio tende a crescer ainda
mais ao vivo e pode ser uma das surpresas positivas do festival. Com certeza vai
tocar outros grandes sucessos e vai agradar a molecada carente de rock brasileiro
dos dias atuais.
The Smashing Pumpkins
Mesmo o Smashing Pumpkins
sendo hoje em dia apenas Billy Corgan e seus amigos, este show pode ser
interessante, pois com certeza ele vai tocar os clássicos da banda dos anos 90.
Resta saber quem será sua banda de apoio e se eles vão conseguir reproduzir a
sonoridade das músicas antigas sem parecer uma banda cover. É ver para crer.
Em 18 de junho de 1988 a
Legião Urbana faria um show em Brasília que seria uma celebração à cidade, que
Renato Russo gostava muito e também para divulgar o disco Que País é Este. O
local escolhido foi o estádio Mané Garrincha e cerca de 50 mil pessoas foram ao
local. O clima já era tenso logo na entrada e percebia-se que a estrutura do
evento não comportaria tanta gente. As cenas de destruição e vandalismo já
tinham começado antes mesmo do show ser iniciado.
A banda entrou no palco com
uma hora de atraso, o que inflamou ainda mais a plateia. O show começou quente
com “Que País é Este”, canção que virou uma espécie de hino, sendo atual até
hoje. Tudo corria relativamente bem até que um maluco subiu no palco e deu uma
gravata em Renato, sendo imediatamente contido pelos seguranças. O vocalista se
irritou com a truculência da polícia que começou a agredir o rapaz, que tinha
problemas mentais. Este foi o estopim para que o público se inflamasse ainda
mais e começasse a jogar bombas caseiras e outros objetos no palco.
Não demorou muito para
Renato e os outros integrantes da Legião decidirem sair do palco e terminar o
show. A confusão ficou ainda maior depois da saída da banda, houve
quebra-quebra, tumulto generalizado, com diversas pessoas feridas. Renato Russo
disse que nunca mais iria tocar naquela cidade maldita e cumpriu sua promessa,
pois este foi o último show da banda em Brasília.
Os integrantes da Legião
depois daquele incidente perceberam que era o momento da baixar a bola, partir
para uma sonoridade mais acústica em seu novo trabalho, se distanciando das
músicas mais punks e politizadas do disco Que País é Este, que tinha em sua
maioria, canções da antiga banda de Renato, o Aborto Elétrico. Em julho de 1989
a Legião Urbana entrava em estúdio para gravar seu novo disco de inéditas.
Logo de cara a banda
enfrentava um problema: cansados da falta de comprometimento do baixista Renato
Rocha, os outros integrantes decidiram mandá-lo embora e tudo que ele tinha gravado
até então para este disco teve que ser refeito. Renato Russo e Dado Villa-Lobos
se revezavam então na gravação do baixo nas músicas.
As Quatro Estações foi
lançado em 26 de Outubro de 1989 e foi um dos discos de maior sucesso da
Legião. A banda apostava em uma sonoridade mais trabalhada, com bandolim,
violões e bastante teclado, ao contrário das guitarras secas e da pobre
produção do disco anterior. O grupo agora era um trio, formação que foi até o
final, somente com alguns músicos de apoio nas apresentações ao vivo.
O disco começa com “Há
Tempos”, uma das músicas mais bonitas da banda, com belos dedilhados de
guitarra, violões e o tradicional som de cordas de teclado. Na letra, alguns
trechos de um livro budista que Renato encontrou em um hotel que ele se
hospedou certa vez. Uma letra que começa falando de falta de esperança e tristeza,
mas no final dá sinais de otimismo.
“Pais e filhos” tocou tanto
que infelizmente até se tornou uma daquelas “músicas clichê” em que todo mundo
toca nas rodinhas de violão e canta a plenos pulmões. Isto não diminui a
importância da canção que fala sobre a relação conturbada entre pais e filhos,
sem defender qualquer um dos lados, afinal cada um deles tem suas dificuldades
e desilusões. A banda arrisca um “quase blues” em sua parte instrumental, o que
diferencia ela das tradicionais canções da Legião Urbana, ritmicamente falando.
“Feedback song for a dying
friend” originalmente se chamava “Rapazes católicos”, mas algumas pessoas
próximas a banda, inclusive a irmã de Renato, não gostaram da letra. Renato
então fez uma letra em inglês que foi traduzida no encarte por Millôr Fernandes.
A canção era uma homenagem ao fotógrafo Robert Mapplethorpe que morreu de AIDS
em 1989 e para Cazuza, que acabou falecendo em decorrência da mesma doença em
1990.
“Quando o sol bater na
janela do teu quarto” é uma daquelas tradicionais canções de violão da banda,
bem simples e direta. "Eu era um lobisomem juvenil" é grandiosa, tem
sons de sinos, cordas e quase sete minutos de duração e nela Renato declara sem
rodeios: “Se você quiser alguém pra ser só seu
/ É só não se esquecer / Estarei aqui”. “1965 (Duas tribos)” fala sobre
infância e como o Brasil é sempre considerado o país do futuro, sem nunca sair
deste status.
“Monte Castelo” mescla em
sua letra trechos da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, da Bíblia
cristã, com trechos de um soneto de Luís Vaz de Camões. “Maurício” tem um clima
bem The Cure e é uma das mais tristes do disco, provavelmente inspirada em
algum ex-namorado de Renato Russo. Em “Meninos e meninas”, Russo declara implicitamente
na letra sua bissexualidade em outra canção acústica. “Sete cidades” é uma das
mais encantadoras do álbum, com uma gaita simples e no final da música um dos
trechos mais bonitos do disco: “E já me acostumei com a tua voz / Quando estou
contigo estou em paz / Quando não estás aqui / Meu espírito se perde, voa longe”.O
disco termina com “Se fiquei esperando meu amor passar”, talvez a música menos
inspirada do álbum.
As Quatro Estações vendeu
mais de um milhão de cópias e gerou a turnê de maior sucesso da carreira da
Legião Urbana, que fez pelo menos dois shows históricos: No Jockey Clube do Rio
de Janeiro no mesmo dia da morte de Cazuza (a banda, claro, fez homenagem ao
artista) com cerca e 60 mil pessoas e no eterno estádio do maior campeão do
Brasil, o Palestra Itália, com cerca de 100 mil pessoas, um mês depois. Com
este disco a Legião Urbana conseguiu superar o trauma do show de Brasília e dar
uma nova guinada em sua vitoriosa carreira, lançando um de seus maiores sucessos
comerciais.
A capa de um disco é às vezes
tão importante quanto o conteúdo musical de um álbum. A capa vai representar o
conceito do trabalho, além de ser um chamariz e uma forma de publicidade para o
disco. Alguns artistas exageraram na dose e lançaram capas que de tão polêmicas
viraram grandes clássicos da música. Neste post vamos relembrar algumas destas
capas e as polêmicas que elas geraram.
Nirvana – Nevermind (1991)
Um dos maiores discos da
história do rock obviamente teria que ter uma capa que chamasse a atenção. A
ideia de colocar um bebê nadando em uma piscina veio depois de Kurt Cobain e
Dave Grohl assistirem a um documentário sobre partos embaixo d’água. A polêmica
ocorreu por causa do pênis do bebê, mas Cobain falou que quem se incomodava com
aquilo era um pedófilo enrustido. Mesmo a gravadora não gostando da ideia no
início o disco acabou sendo lançado mesmo com o pênis ereto do bebê e o disco
se tornou um clássico do rock dos anos 90.
Tom Zé – Todos os Olhos (1973)
Um dos artistas mais
inventivos e provocativos da música brasileira, Tom Zé teve um ideia para
afrontar o então regime militar brasileiro, criando uma capa que seria um ânus
com uma bola de gude, representado um olho. A foto foi feita por um amigo de Tom
que fotografou a namorada (ou seja lá o que for) com a tal bola (de gude) no
ânus. O resultado ficou muito na cara então o amigo decidiu tirar uma foto de
lábios com uma bola de gude. Essa história traz muitas lendas e não se sabe
exatamente se são lábios mesmo ou ânus. Nem Tom Zé tem total certeza do que se
trata realmente. Tirem suas conclusões.
Rage Against The Machine – Rage Against The Machine
(1992)
O trabalho de estreia do
Rage Against de 1992 traz em sua capa a foto de um monge budista em chamas. A
foto trata-se de um protesto feito pelo monge Thich Quang Duc em 1963 contra a
perseguição religiosa feita pelo governo do Vietnã. Quang ateou fogo contra si e acabou morrendo ali mesmo. Seu coração acabou ficando intacto e está
exposto até hoje em um museu. A banda escolheu esta imagem para mostrar logo de
cara seu lado engajado e político, característica que acompanhou o Rage Against
the Machine em toda sua carreira.
Black Crowes – Amorica
(1994)
O terceiro disco da banda
americana Black Crowes tem uma capa que gerou muita polêmica. A capa mostra uma
mulher de biquíni com a bandeira dos Estados Unidos com pelos pubianos à
mostra. A foto foi tirada de uma edição da revista Hustler de 1976. A capa foi
censurada no Wall Mart e em diversas outras lojas, mas a estratégia foi boa
para o Black Crowes, tanto que este é um de seus discos de maior sucesso.
John Lennon e Yoko Ono – Two Virgins (1968)
Este é polêmico disco
lançado por John e Yoko que na capa e contracapa mostram os artistas nus de
frente e de costas. Ao invés de músicas este trabalho tem várias colagens e
experimentos musicais feitos pela dupla. A gravadora EMI se recusou a lançar o
disco e ele foi lançado por duas gravadoras independentes nos Estados Unidos e
Inglaterra. As fotos foram provavelmente tiradas após relações sexuais dos dois
e assusta principalmente por vermos que Yoko não era adepta à depilação.
Muito se fala que o rock
morreu, que nada está acontecendo de interessante, que só o que toca na rádio é
o que representa o cenário musical da atualidade. Por estes motivos resolvi
criar uma nova sessão no blog, que vai falar de novas bandas que não estão no
mainstream, mas que estão aos poucos conquistando seu espaço no underground.
Graças à internet, hoje em
dia as bandas tendem a ser mais independentes e ter mais controle sobre o
conteúdo e divulgação de seus trabalhos, então não é somente o que toca na
rádio e na TV que representa o que está acontecendo na música atual. Hoje vamos
falar das bandas Dia Eterno e Mad Sneaks.
Dia Eterno
A banda paulistana Dia
Eterno foi formada em 2013 e fez seu primeiro show em Novembro deste mesmo ano
em um festival de música na Universidade Federal de São Paulo. A partir de
então o grupo começou a gravar seu primeiro disco, que foi lançado em agosto de
2014 e que se chama A Estação. As principais influências da banda são o rock
dos anos 80 e 90 de bandas como Legião Urbana, Ira!, Plebe Rude, Nirvana, Joy
Division entre outras.
O nome do grupo foi tirado
de uma canção da banda Violeta de Outono, o que mostra ainda mais o clima
oitentista das músicas. Deste primeiro trabalho do Dia Eterno, podemos destacar
a música de abertura, a explosiva “A Estação”, “Pedras do Mal” (que fala de um
tema tenso, o uso do crack nas ruas de São Paulo), a bela “Depression song” e “Polícia
do Pensamento”, que foi inspirada no livro 1984 de George Orwell.
O CD A Estação é uma
produção totalmente independente, os próprios integrantes gravaram em seu próprio
estúdio, mixaram e masterizaram. A banda Dia Eterno é uma boa opção para quem
gosta de um rock com peso e melodia e com letras interessantes e inteligentes,
que passam longe do romantismo mela-cueca que impera no rock nacional nos
últimos tempos.
Site oficial: bandadiaeterno.com.br
Soundcloud: soundcloud.com/diaterno
Mad Sneaks
O trio mineiro Mad Sneaks
foi formado em 2009 e em 2013 lançou seu primeiro disco, Incógnita. O disco foi
masterizado por nada mais nada menos que Jack Endino, que produziu discos como
Bleach do Nirvana e Titanomaquia do Titãs. A qualidade do trabalho gerou um
convite para que a banda tocasse no tradicional festival alternativo Goiânia
Noise e a banda atendeu bem as expectativas.
A sonoridade pesada da banda
lembra bastante o rock feito no início dos anos 90, como por exemplo, a maior
banda deste período, o Nirvana. Vale a pena também conferir os videoclipes
feitos pela banda, mesmo sendo independentes, tem uma qualidade muito boa, como
os vídeos das músicas “Rótulo” e “A cura”. Em breve será lançado o vídeo da
música Pandora.
O Mad Sneaks está divulgando
seu primeiro trabalho pelo país e já está com planos para gravar um segundo
disco, sinal de que mais rock´n´roll de qualidade vem por aí. Vale a pena
conferir o som deste power trio mineiro, principalmente para aqueles que tem
saudade daquele som cru e energético feito nos anos 90.
Após o sucesso do disco
Siamese Dream de 1993, a banda de Chicago Smashing Pumpkins começava a reunir
novas canções para seu novo trabalho. Em uma das fases mais prolíferas do
grupo, foram reunidas cerca de 60 canções novas e depois de uma minuciosa
escolha, ficaram 40 músicas, diminuindo-se para 28 no final. As
músicas que ficaram de fora foram lançadas na caixa The Airplanes Flies High em
1996.
Para a produção, a banda
escolheu Flood e Alan Moulder que já tinham tralhado com o Depeche Mode e o
U2. A ideia era fazer um álbum duplo e conceitual, um pouco influenciado por
discos como The Wall do Pink Floyd. O primeiro disco se chama Dawn to Dusk e o
segundo se chama Twilight to Starlight. O conceito do disco seria a vida e
morte e as relações humanas, a complexidade do amor entre outros temas.
O processo de gravação foi
bem complexo, graças ao perfeccionismo do vocalista e guitarrista Billy Corgan,
que segundo dizem, sempre comandou o Pumpkins com mãos de ferro. Cada integrante
gravava sua parte em uma sala diferente, devido ao clima tenso que foi
estabelecido e somente em algumas canções a banda gravou toda junta. Após as
gravações, Corgan e os produtores de reuniam e faziam um minucioso processo de
produção para que tudo fizesse um sentido, tivesse um conceito.
Lançado em 24 de outubro de
1995, logo chegou ao primeiro lugar da parada da Billboard. A primeira canção é
uma bela introdução ao piano, com o nome do disco. Em seguida vem a orquestrada
“Tonight, tonight”, uma das mais lindas canções feitas nos anos 90, que ainda
ganhou um fantástico videoclipe, que ganhou diversos prêmios.
Logo em seguida vem a
primeira pedrada do álbum, “Jellybelly” mostrando toda a potência do som do
Smashing Pumpkins. “Zero” tem um grande riff e uma letra forte em que Corgan
afirma que Deus é vazio assim como ele. “Bullet with butterfly wings” faz clara
referência ao suicídio de Kurt Cobain ocorrido um ano antes. Outra canção que
mostra todo o peso dos Pumpkins.
A partir daí o primeiro
disco vai mostrando um ecletismo de ritmos e timbres, como nas delicadas “To
forgive”, “Cupid de Locke” e “Galapogos” e nas poderosas “Fuck you” e “Muzzle”
e toques de rock progressivo em "Porcelina of the vast oceans" que
tem quase 10 minutos de duração. O primeiro disco termina com a canção cantada
pelo guitarrista James Iha, a singela “Take me down”.
O segundo disco, Twilight To
Starlight, começa com duas pedradas, “Where boys fear to tread” e “Bodies”.
Impressionante a massa sonora que essa formação clássica do Pumpkins fazia
(Corgan, Iha, D’arcy e Jimmy Chamberlain). Logo em seguida outra música belíssima,
que ganhou um grande videoclipe também, “Thirty three”. “1979” tem um looping
de bateria que mistura tanto bateria eletrônica quanto acústica. Uma canção com
uma letra saudosista, que provavelmente fala sobre a adolescência de Corgan e
que muitas pessoas ao redor do mundo se identificaram.
Ainda havia espaço para rocks
colossais ("Tales of a scorched earth" e "X.Y.U."), progressivo
("Thru the eyes of ruby") e delicadezas como “Stumbleine” e as cinco
últimas canções do disco, que termina com "Farewell and goodnight"
com cada integrante cantando um trecho da canção.
A turnê e o sucesso que este
disco teve, geraram alguns traumas dentro da história da banda, como a morte do
tecladista de apoio Jonathan Melvoin, que morreu de overdose de heroína em 1996
e também a prisão por porte de drogas do baterista Jimmy Chamberlain, que
posteriormente foi expulso da banda. As entrevistas controversas de Corgan, que
criticava os outros integrantes também contribuiu para a ruína do grupo, que
nunca mais alcançou o sucesso deste álbum.
Mellon Collie and The
Infinite Sadness é uma daquelas obras primas que dificilmente se repetem. Um
álbum que reúne o que há de melhor dentro do rock, sendo conceitual sem ser
forçado e chato como alguns discos conceituais por aí. Com diversas
influências, desde o peso de bandas como Black Sabbath até o rock gótico dos
anos 80 e também artistas como David Bowie, Mellon Collie se tornou um dos
melhores discos da década de 90, um verdadeiro clássico dentro da história do
rock, graças também a genialidade excêntrica do líder e mandachuva Billy
Corgan.