30 de março de 2015

Noel Gallagher mostra que ainda é um compositor de mão cheia em novo disco

No dia 2 de março de 2015 saiu o segundo disco solo de Noel Gallagher, Chasing Yesterday. Apesar de chamar este projeto de Noel Gallagher´s Flying High Birds, todos sabem que é o trabalho solo do eterno ex-guitarrista do Oasis. Após um bem recebido primeiro disco, de 2011, o irmão mais velho dos Gallaghers mostra que ainda tem muito a contribuir ao rock e à música pop.


Produzido pelo próprio Noel, este segundo álbum mostra uma boa evolução em relação ao primeiro disco. As influências continuam as mesmas, Beatles (tanto que a primeira frase que ele canta no disco é “There´s something in the way she moves me” em clara alusão a “Something”), Glam Rock, Smiths e Stone Roses. Agora há também bastante influência da psicodelia dos anos 60.

“Riverman” abre o disco com toques de psicodelia e bons solos de guitarra e sax, além da tradicional veia melódica que sempre acompanhou suas músicas desde a fase com o Oasis. “In the heat of the moment” começa com “Na na nas” estilo Blur com uma bela linha de baixo e bateria, com uma pegada mais pop. “The girl with X-ray eyes” é um bela balada folk, enquanto “Lock all the doors” é mais roqueira e lembra a antiga banda de Noel. 


“The dying of the light” tem uma linda melodia e emociona assim como alguns clássicos do Oasis, como “Don´t look back in anger” entre outras. Quando Noel resolve fugir dos clichês e experimentar novas sonoridades, como nas três músicas seguintes, mostra o lado mais interessante do álbum.

“The right stuff” tem um belo vocal feminino, com uma excelente base rítmica e belo solo de sax, com mais toques de psicodelia. “While the songs remains the same” tem uma interessante linha de baixo e “The Mexican” tem uma pegada mais suingada, com um refrão que fica na cabeça. 


“You know we can´t go back” é uma resposta àqueles que esperam o retorno do Oasis, um rock simples e direto. O disco termina com a excelente “Ballad of the might I”, que ganhou um clipe ao estilo Oasis, com história sem sentido. Em Chasing Yesterday, Noel mostra que tem uma carreira solo consolidada e que é o irmão mais talentoso do Oasis, enquanto Liam naufraga em seu projeto Beady Eye, que lançou um primeiro disco mediano e um segundo bem fraco e que até acabou encerrando suas atividades.


25 de março de 2015

O que eu gostaria de ver no Lollapalooza 2015

A única edição que eu fui do festival Lollapalooza foi o de 2012, para assistir ao show do Foo Fighters. Sinceramente não sou muito fã de festivais, muita gente, ter que ficar horas e horas em pé e etc. Falta pique para maratonas musicais deste tipo então a edição deste ano eu vou assistir de casa mesmo, que eu ganho muito mais. Neste post vou falar sobre alguns shows que eu acho que valem a pena conferir na edição deste ano, do festival criado por Perry Farell.

No sábado 28/03:

Kassabian


Esta banda inglesa já tem cinco discos lançados e tem bastante influência de bandas como Primal Scream e Stone Roses. Não sou um profundo conhecedor do som do Kassabian, mas já vi um show deles pela TV e a banda parece mandar muito bem ao vivo. Um show energético, que mistura um pouco do britpop com música eletrônica. Vale a pena conferir.


Robert Plant


Esse cara dispensa comentários, eterno vocalista do Led Zeppelin e dono de uma carreira solo muito interessante, Plant é a principal atração do festival e com certeza vai fazer um grande show, misturando rock com world music, com muita propriedade. De quebra ainda vai tirar alguns hits do Zeppelin da manga e pode fazer até um dueto com seu filho musical, Jack White em alguma delas. Sorte de quem estará lá.


Jack White


Não sou um grande fã do Jack White, mas tenho que admitir que ele é um dos artistas mais criativos e inquietos do cenário rock atual. Agora sem a sombra de sua ex-mulher Meg White, agora ele tem uma banda de verdade acompanhando e vai tocar além de canções de sua carreira solo, clássicos do White Stripes como “Seven nation army”. Eu daria uma conferida, com certeza.


No Domingo 29/03:

Interpol


O Interpol é uma daqueles filhos bastardos do Joy Division, com aquele som dark e com vocalista com voz grave. A banda que se destacou no início dos anos 2000, vem novamente ao Brasil para divulgar seu quinto disco de estúdio, El Pintor de 2014. Diz a lenda que os shows deles são meio mornos, mas acho que vale a pena conferir, pois dentro da programação do festival parece ser uma das melhores opções.


Pitty


Uma das poucas opções brasileiras interessantes deste festival, Pitty lançou um bom disco ano passado, SeteVidas e agora com mais um músico de apoio tende a crescer ainda mais ao vivo e pode ser uma das surpresas positivas do festival. Com certeza vai tocar outros grandes sucessos e vai agradar a molecada carente de rock brasileiro dos dias atuais.



The Smashing Pumpkins


Mesmo o Smashing Pumpkins sendo hoje em dia apenas Billy Corgan e seus amigos, este show pode ser interessante, pois com certeza ele vai tocar os clássicos da banda dos anos 90. Resta saber quem será sua banda de apoio e se eles vão conseguir reproduzir a sonoridade das músicas antigas sem parecer uma banda cover. É ver para crer.


18 de março de 2015

Clássicos do Brasil – As Quatro Estações

Em 18 de junho de 1988 a Legião Urbana faria um show em Brasília que seria uma celebração à cidade, que Renato Russo gostava muito e também para divulgar o disco Que País é Este. O local escolhido foi o estádio Mané Garrincha e cerca de 50 mil pessoas foram ao local. O clima já era tenso logo na entrada e percebia-se que a estrutura do evento não comportaria tanta gente. As cenas de destruição e vandalismo já tinham começado antes mesmo do show ser iniciado.


A banda entrou no palco com uma hora de atraso, o que inflamou ainda mais a plateia. O show começou quente com “Que País é Este”, canção que virou uma espécie de hino, sendo atual até hoje. Tudo corria relativamente bem até que um maluco subiu no palco e deu uma gravata em Renato, sendo imediatamente contido pelos seguranças. O vocalista se irritou com a truculência da polícia que começou a agredir o rapaz, que tinha problemas mentais. Este foi o estopim para que o público se inflamasse ainda mais e começasse a jogar bombas caseiras e outros objetos no palco. 

Não demorou muito para Renato e os outros integrantes da Legião decidirem sair do palco e terminar o show. A confusão ficou ainda maior depois da saída da banda, houve quebra-quebra, tumulto generalizado, com diversas pessoas feridas. Renato Russo disse que nunca mais iria tocar naquela cidade maldita e cumpriu sua promessa, pois este foi o último show da banda em Brasília.


Os integrantes da Legião depois daquele incidente perceberam que era o momento da baixar a bola, partir para uma sonoridade mais acústica em seu novo trabalho, se distanciando das músicas mais punks e politizadas do disco Que País é Este, que tinha em sua maioria, canções da antiga banda de Renato, o Aborto Elétrico. Em julho de 1989 a Legião Urbana entrava em estúdio para gravar seu novo disco de inéditas.

Logo de cara a banda enfrentava um problema: cansados da falta de comprometimento do baixista Renato Rocha, os outros integrantes decidiram mandá-lo embora e tudo que ele tinha gravado até então para este disco teve que ser refeito. Renato Russo e Dado Villa-Lobos se revezavam então na gravação do baixo nas músicas.

As Quatro Estações foi lançado em 26 de Outubro de 1989 e foi um dos discos de maior sucesso da Legião. A banda apostava em uma sonoridade mais trabalhada, com bandolim, violões e bastante teclado, ao contrário das guitarras secas e da pobre produção do disco anterior. O grupo agora era um trio, formação que foi até o final, somente com alguns músicos de apoio nas apresentações ao vivo.

O disco começa com “Há Tempos”, uma das músicas mais bonitas da banda, com belos dedilhados de guitarra, violões e o tradicional som de cordas de teclado. Na letra, alguns trechos de um livro budista que Renato encontrou em um hotel que ele se hospedou certa vez. Uma letra que começa falando de falta de esperança e tristeza, mas no final dá sinais de otimismo. 


“Pais e filhos” tocou tanto que infelizmente até se tornou uma daquelas “músicas clichê” em que todo mundo toca nas rodinhas de violão e canta a plenos pulmões. Isto não diminui a importância da canção que fala sobre a relação conturbada entre pais e filhos, sem defender qualquer um dos lados, afinal cada um deles tem suas dificuldades e desilusões. A banda arrisca um “quase blues” em sua parte instrumental, o que diferencia ela das tradicionais canções da Legião Urbana, ritmicamente falando.

“Feedback song for a dying friend” originalmente se chamava “Rapazes católicos”, mas algumas pessoas próximas a banda, inclusive a irmã de Renato, não gostaram da letra. Renato então fez uma letra em inglês que foi traduzida no encarte por Millôr Fernandes. A canção era uma homenagem ao fotógrafo Robert Mapplethorpe que morreu de AIDS em 1989 e para Cazuza, que acabou falecendo em decorrência da mesma doença em 1990.


“Quando o sol bater na janela do teu quarto” é uma daquelas tradicionais canções de violão da banda, bem simples e direta. "Eu era um lobisomem juvenil" é grandiosa, tem sons de sinos, cordas e quase sete minutos de duração e nela Renato declara sem rodeios: “Se você quiser alguém pra ser só seu  / É só não se esquecer / Estarei aqui”. “1965 (Duas tribos)” fala sobre infância e como o Brasil é sempre considerado o país do futuro, sem nunca sair deste status.

“Monte Castelo” mescla em sua letra trechos da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, da Bíblia cristã, com trechos de um soneto de Luís Vaz de Camões. “Maurício” tem um clima bem The Cure e é uma das mais tristes do disco, provavelmente inspirada em algum ex-namorado de Renato Russo. Em “Meninos e meninas”, Russo declara implicitamente na letra sua bissexualidade em outra canção acústica. “Sete cidades” é uma das mais encantadoras do álbum, com uma gaita simples e no final da música um dos trechos mais bonitos do disco: “E já me acostumei com a tua voz / Quando estou contigo estou em paz / Quando não estás aqui / Meu espírito se perde, voa longe”. O disco termina com “Se fiquei esperando meu amor passar”, talvez a música menos inspirada do álbum.

As Quatro Estações vendeu mais de um milhão de cópias e gerou a turnê de maior sucesso da carreira da Legião Urbana, que fez pelo menos dois shows históricos: No Jockey Clube do Rio de Janeiro no mesmo dia da morte de Cazuza (a banda, claro, fez homenagem ao artista) com cerca e 60 mil pessoas e no eterno estádio do maior campeão do Brasil, o Palestra Itália, com cerca de 100 mil pessoas, um mês depois. Com este disco a Legião Urbana conseguiu superar o trauma do show de Brasília e dar uma nova guinada em sua vitoriosa carreira, lançando um de seus maiores sucessos comerciais. 


13 de março de 2015

As polêmicas capas do rock

A capa de um disco é às vezes tão importante quanto o conteúdo musical de um álbum. A capa vai representar o conceito do trabalho, além de ser um chamariz e uma forma de publicidade para o disco. Alguns artistas exageraram na dose e lançaram capas que de tão polêmicas viraram grandes clássicos da música. Neste post vamos relembrar algumas destas capas e as polêmicas que elas geraram.

Nirvana – Nevermind (1991)


Um dos maiores discos da história do rock obviamente teria que ter uma capa que chamasse a atenção. A ideia de colocar um bebê nadando em uma piscina veio depois de Kurt Cobain e Dave Grohl assistirem a um documentário sobre partos embaixo d’água. A polêmica ocorreu por causa do pênis do bebê, mas Cobain falou que quem se incomodava com aquilo era um pedófilo enrustido. Mesmo a gravadora não gostando da ideia no início o disco acabou sendo lançado mesmo com o pênis ereto do bebê e o disco se tornou um clássico do rock dos anos 90.


 Tom Zé – Todos os Olhos (1973)


Um dos artistas mais inventivos e provocativos da música brasileira, Tom Zé teve um ideia para afrontar o então regime militar brasileiro, criando uma capa que seria um ânus com uma bola de gude, representado um olho. A foto foi feita por um amigo de Tom que fotografou a namorada (ou seja lá o que for) com a tal bola (de gude) no ânus. O resultado ficou muito na cara então o amigo decidiu tirar uma foto de lábios com uma bola de gude. Essa história traz muitas lendas e não se sabe exatamente se são lábios mesmo ou ânus. Nem Tom Zé tem total certeza do que se trata realmente. Tirem suas conclusões.


 Rage Against The Machine – Rage Against The Machine (1992)


O trabalho de estreia do Rage Against de 1992 traz em sua capa a foto de um monge budista em chamas. A foto trata-se de um protesto feito pelo monge Thich Quang Duc em 1963 contra a perseguição religiosa feita pelo governo do Vietnã. Quang ateou fogo contra si e acabou morrendo ali mesmo. Seu coração acabou ficando intacto e está exposto até hoje em um museu. A banda escolheu esta imagem para mostrar logo de cara seu lado engajado e político, característica que acompanhou o Rage Against the Machine em toda sua carreira.


Black Crowes – Amorica (1994)


O terceiro disco da banda americana Black Crowes tem uma capa que gerou muita polêmica. A capa mostra uma mulher de biquíni com a bandeira dos Estados Unidos com pelos pubianos à mostra. A foto foi tirada de uma edição da revista Hustler de 1976. A capa foi censurada no Wall Mart e em diversas outras lojas, mas a estratégia foi boa para o Black Crowes, tanto que este é um de seus discos de maior sucesso.


 John Lennon e Yoko Ono – Two Virgins (1968)


Este é polêmico disco lançado por John e Yoko que na capa e contracapa mostram os artistas nus de frente e de costas. Ao invés de músicas este trabalho tem várias colagens e experimentos musicais feitos pela dupla. A gravadora EMI se recusou a lançar o disco e ele foi lançado por duas gravadoras independentes nos Estados Unidos e Inglaterra. As fotos foram provavelmente tiradas após relações sexuais dos dois e assusta principalmente por vermos que Yoko não era adepta à depilação.


10 de março de 2015

Novos sons do underground brasileiro – Dia Eterno e Mad Sneaks

Muito se fala que o rock morreu, que nada está acontecendo de interessante, que só o que toca na rádio é o que representa o cenário musical da atualidade. Por estes motivos resolvi criar uma nova sessão no blog, que vai falar de novas bandas que não estão no mainstream, mas que estão aos poucos conquistando seu espaço no underground.

Graças à internet, hoje em dia as bandas tendem a ser mais independentes e ter mais controle sobre o conteúdo e divulgação de seus trabalhos, então não é somente o que toca na rádio e na TV que representa o que está acontecendo na música atual. Hoje vamos falar das bandas Dia Eterno e Mad Sneaks.

Dia Eterno


A banda paulistana Dia Eterno foi formada em 2013 e fez seu primeiro show em Novembro deste mesmo ano em um festival de música na Universidade Federal de São Paulo. A partir de então o grupo começou a gravar seu primeiro disco, que foi lançado em agosto de 2014 e que se chama A Estação. As principais influências da banda são o rock dos anos 80 e 90 de bandas como Legião Urbana, Ira!, Plebe Rude, Nirvana, Joy Division entre outras.

O nome do grupo foi tirado de uma canção da banda Violeta de Outono, o que mostra ainda mais o clima oitentista das músicas. Deste primeiro trabalho do Dia Eterno, podemos destacar a música de abertura, a explosiva “A Estação”, “Pedras do Mal” (que fala de um tema tenso, o uso do crack nas ruas de São Paulo), a bela “Depression song” e “Polícia do Pensamento”, que foi inspirada no livro 1984 de George Orwell.

O CD A Estação é uma produção totalmente independente, os próprios integrantes gravaram em seu próprio estúdio, mixaram e masterizaram. A banda Dia Eterno é uma boa opção para quem gosta de um rock com peso e melodia e com letras interessantes e inteligentes, que passam longe do romantismo mela-cueca que impera no rock nacional nos últimos tempos. 

Site oficial: bandadiaeterno.com.br 
Soundcloud: soundcloud.com/diaterno




Mad Sneaks


O trio mineiro Mad Sneaks foi formado em 2009 e em 2013 lançou seu primeiro disco, Incógnita. O disco foi masterizado por nada mais nada menos que Jack Endino, que produziu discos como Bleach do Nirvana e Titanomaquia do Titãs. A qualidade do trabalho gerou um convite para que a banda tocasse no tradicional festival alternativo Goiânia Noise e a banda atendeu bem as expectativas.

A sonoridade pesada da banda lembra bastante o rock feito no início dos anos 90, como por exemplo, a maior banda deste período, o Nirvana. Vale a pena também conferir os videoclipes feitos pela banda, mesmo sendo independentes, tem uma qualidade muito boa, como os vídeos das músicas “Rótulo” e “A cura”. Em breve será lançado o vídeo da música Pandora.

O Mad Sneaks está divulgando seu primeiro trabalho pelo país e já está com planos para gravar um segundo disco, sinal de que mais rock´n´roll de qualidade vem por aí. Vale a pena conferir o som deste power trio mineiro, principalmente para aqueles que tem saudade daquele som cru e energético feito nos anos 90.

Site oficial: madsneaks.com.br
Soundcloud: soundcloud.com/mad-sneaks




6 de março de 2015

Grandes discos de 1995 – Mellon Collie And The Infinite Sadness

Após o sucesso do disco Siamese Dream de 1993, a banda de Chicago Smashing Pumpkins começava a reunir novas canções para seu novo trabalho. Em uma das fases mais prolíferas do grupo, foram reunidas cerca de 60 canções novas e depois de uma minuciosa escolha, ficaram 40 músicas, diminuindo-se para 28 no final. As músicas que ficaram de fora foram lançadas na caixa The Airplanes Flies High em 1996.


Para a produção, a banda escolheu Flood e Alan Moulder que já tinham tralhado com o Depeche Mode e o U2. A ideia era fazer um álbum duplo e conceitual, um pouco influenciado por discos como The Wall do Pink Floyd. O primeiro disco se chama Dawn to Dusk e o segundo se chama Twilight to Starlight. O conceito do disco seria a vida e morte e as relações humanas, a complexidade do amor entre outros temas.

O processo de gravação foi bem complexo, graças ao perfeccionismo do vocalista e guitarrista Billy Corgan, que segundo dizem, sempre comandou o Pumpkins com mãos de ferro. Cada integrante gravava sua parte em uma sala diferente, devido ao clima tenso que foi estabelecido e somente em algumas canções a banda gravou toda junta. Após as gravações, Corgan e os produtores de reuniam e faziam um minucioso processo de produção para que tudo fizesse um sentido, tivesse um conceito.

Lançado em 24 de outubro de 1995, logo chegou ao primeiro lugar da parada da Billboard. A primeira canção é uma bela introdução ao piano, com o nome do disco. Em seguida vem a orquestrada “Tonight, tonight”, uma das mais lindas canções feitas nos anos 90, que ainda ganhou um fantástico videoclipe, que ganhou diversos prêmios.


Logo em seguida vem a primeira pedrada do álbum, “Jellybelly” mostrando toda a potência do som do Smashing Pumpkins. “Zero” tem um grande riff e uma letra forte em que Corgan afirma que Deus é vazio assim como ele. “Bullet with butterfly wings” faz clara referência ao suicídio de Kurt Cobain ocorrido um ano antes. Outra canção que mostra todo o peso dos Pumpkins.


A partir daí o primeiro disco vai mostrando um ecletismo de ritmos e timbres, como nas delicadas “To forgive”, “Cupid de Locke” e “Galapogos” e nas poderosas “Fuck you” e “Muzzle” e toques de rock progressivo em "Porcelina of the vast oceans" que tem quase 10 minutos de duração. O primeiro disco termina com a canção cantada pelo guitarrista James Iha, a singela “Take me down”.

O segundo disco, Twilight To Starlight, começa com duas pedradas, “Where boys fear to tread” e “Bodies”. Impressionante a massa sonora que essa formação clássica do Pumpkins fazia (Corgan, Iha, D’arcy e Jimmy Chamberlain). Logo em seguida outra música belíssima, que ganhou um grande videoclipe também, “Thirty three”. “1979” tem um looping de bateria que mistura tanto bateria eletrônica quanto acústica. Uma canção com uma letra saudosista, que provavelmente fala sobre a adolescência de Corgan e que muitas pessoas ao redor do mundo se identificaram.



Ainda havia espaço para rocks colossais ("Tales of a scorched earth" e "X.Y.U."), progressivo ("Thru the eyes of ruby") e delicadezas como “Stumbleine” e as cinco últimas canções do disco, que termina com "Farewell and goodnight" com cada integrante cantando um trecho da canção.

A turnê e o sucesso que este disco teve, geraram alguns traumas dentro da história da banda, como a morte do tecladista de apoio Jonathan Melvoin, que morreu de overdose de heroína em 1996 e também a prisão por porte de drogas do baterista Jimmy Chamberlain, que posteriormente foi expulso da banda. As entrevistas controversas de Corgan, que criticava os outros integrantes também contribuiu para a ruína do grupo, que nunca mais alcançou o sucesso deste álbum. 

Mellon Collie and The Infinite Sadness é uma daquelas obras primas que dificilmente se repetem. Um álbum que reúne o que há de melhor dentro do rock, sendo conceitual sem ser forçado e chato como alguns discos conceituais por aí. Com diversas influências, desde o peso de bandas como Black Sabbath até o rock gótico dos anos 80 e também artistas como David Bowie, Mellon Collie se tornou um dos melhores discos da década de 90, um verdadeiro clássico dentro da história do rock, graças também a genialidade excêntrica do líder e mandachuva Billy Corgan.