23 de novembro de 2018

Discos rejeitados que eu gosto


A maioria das bandas, mesmo sendo clássicas, têm discos que não caem nas graças do grande público. Álbuns que acabam encostados por algum motivo e sempre estão ali nas prateleiras dos sebos, ou com preços promocionais nas vitrines da Galeria do Rock em São Paulo. Hoje no blog vou falar sobre alguns discos que são rejeitados por bastante gente, mas que tem seu valor e que eu gosto bastante de ouvir, álbuns injustiçados dentro da discografia de algumas bandas:

Black Sabbath – “Sabbath Bloody Sabbath” (1973)


Este foi o quinto disco lançado pela banda e desagrada alguns fãs, pois neste trabalho o Sabbath flertou um pouco com o rock progressivo, colocando até teclados em algumas canções como "Sabbra Cadabra" que tem a participação de Rick Wakeman do Yes. Eu particularmente gosto bastante deste álbum, destaque para petardos como a música título, que tem um dos registros mais agudos e potentes de Ozzy Osbourne, “A National Acrobat” e "Killing Yourself to Live".



R.E.M. – “New Adventures in Hi-Fi” (1996)


Gravado parte em estúdio, parte na Estrada, durante a turnê do disco “Monster”, em passagens de som, em shows e quartos de hotel, é um dos discos mais rejeitados da banda, sempre presente em sebos no centro da cidade. Talvez a sonoridade mais rústica e pesada do álbum tenha afastado alguns fãs, mas pra mim este é um dos melhores trabalhos do R.E.M. Destaque para “E-Bow the Letter”, que tem participação da Patti Smith, “Leave” e “Bittersweet Me”.



The Smashing Pumpkins – “Adore” (1998)


Depois do sucesso estrondoso de “Siamese Dream” de 1993 e “Mellon Collie and the Infinite Sadness” de 1995 a banda lançou um disco com canções mais delicadas, com uma sonoridade mais acústica e eletrônica, o que desagradou a maioria dos fãs, que estavam acostumados com as paredes de guitarra dos discos anteriores. Mesmo assim ainda acho “Adore” um belo álbum, mesmo com seu número excessivo de músicas. Destaque para “Ava Adore”, “Perfect” e “Pug”.






Oasis – “Standing on the Shoulders of Giants” (2000)


Depois do sucesso mundial de “What´s the Story Morning Glory” de 1995 seria difícil o Oasis conseguir um êxito parecido e todo o disco seria fadado a um desempenho decepcionante. Não foi diferente com este álbum lançado em 2000, que não é de longe um dos discos preferidos dos fãs. Mesmo assim o álbum tem bons momentos e me lembra muito o final dos anos noventa e começo dos anos 2000 trazendo belas recordações. Destaque para “Go Let it Out”, “Gas Panic” e “Sunday Morning Call”.



Ira! – “Clandestino” (1990)


Gravado na época do Plano Collor, mostra uma fase mais complicada para a banda, depois de três discos geniais, o grupo se mostrava menos inspirado para alguns. Mesmo com a baixa qualidade da produção do disco, que tem uma sonoridade até meio tosca, tem momentos bem interessantes, como, por exemplo, o berimbau em “Melissa”, o sucesso radiofônico “Tarde Vazia”, o quase samba “Cabeças Quentes” e pedradas como “Clandestino” e “Nasci em 62”. Daqueles discos que ninguém dá valor, mas quando você para pra ouvir, percebe que é um baita de um álbum.