Em meados dos anos 90, três
moleques australianos, Daniel Johns, Cris Joanou e Ben Gillies ganharam um
concurso de bandas em um canal de TV australiano com a música “Tomorrow”. Eles estavam
na faixa dos 14 e 15 anos e logo conseguiram contrato com o selo Murmur, para a
gravação de três álbuns.
Frogstomp, o primeiro disco
do Silverchair, saiu em 1995 e logo chegou ao topo das paradas australianas de
não demorou muito para fazer sucesso nos Estados Unidos. O som da banda era
muito influenciado pelo som que era feito em Seattle na época, por bandas como
Nirvana e Pearl Jam, mas o grupo também tinha influências de bandas como
Helmet, Black Sabbath e Led Zeppelin.
Músicas como “Israel´s son”,
“Tomorrow” e “Pure massacre” mostravam as grandes qualidades da banda e
ajudaram o disco graças também aos seus videoclipes, a chegar ao topo das
paradas. As pessoas até chegaram a pensar que eles eram uma armação, que não
tocavam seus instrumentos ao vivo, sendo uma espécie de Milli Vannili (dupla de
picaretas surgidos no começo dos anos 90 que só dublavam suas músicas). Logo a
crítica percebeu que os moleques tinham uma pegada pesada ao vivo e tinham uma
boa capacidade musical apesar da pouca idade.
O grupo passou por momentos
difíceis por causa da música “Israel´s son”. Houve um caso de assassinato e a
acusação alegou que a música incitou os assassinos a cometerem o crime. Isto
gerou uma grande briga judicial e deu uma dor de cabeça para os jovens integrantes
do Silverchair.
Em 1997 era chegada a hora
de lançar o segundo disco. Freakshow também fez bastante sucesso, graças as
músicas “Freak”, “Abuse Me” e “Cemetery”. A crítica acusou a banda de falta de
originalidade, pois algumas músicas e riffs pareciam muito com outras que já
existiam. O riff de “Slave” é bem parecido com “I don´t know anything” do Mad
Season, “Lie to me” lembra bastante “Territorial pissings” do Nirvana e
enquanto o Nirvana tem a música “Rape me” o Silverchair fez a música “Abuse me”. Coisas de crítico
musical, mas o disco em si trazia um avanço no instrumental e o uso de alguns
novos elementos como a cítara em “Petrol & Clorine”.
Neon Ballroom saiu em 1999 e
trazia uma banda muito mais madura e sabendo o que queria fazer no estúdio.
Neste álbum a influência de Led Zeppelin é bem evidente, principalmente nos
arranjos orquestrados de músicas como “Emotion Sickness” e "Black Tangled
Heart". As letras do disco foram influenciadas pelos problemas de saúde
enfrentados pelo vocalista Daniel Johns, que teve anorexia. Talvez Neon
Ballroom seja o melhor disco da banda e o ápice de sua carreira, mostrando uma
banda muito segura nos arranjos e nas letras das canções.
Depois do sucesso de Neon
Ballroom, o Silverchair mudou um pouco seu estilo. A banda começou a usar
outros tipos de roupas e visualmente se aproximavam cada vez mais de uma “boy
band”. Esta mudança também refletiu em sua música, Diorama, lançado em 2002
tinha muitas músicas com piano e o som do grupo tinha perdido um pouco do peso dos
outros álbuns. Em 2003 assisti um show do grupo, que até foi legal, apesar da
histeria das fãs adolescentes que estavam ali e do certo “convencimento” do
vocalista Daniel Johns que até tirou a camisa no final do show para delírio das
meninas que estavam ali.
Mas a mudança mais radical
no som do grupo estava por vir. Em 2007 o Silverchair lançou seu disco mais
polêmico: Young Modern. O som da banda mudou de vez e deu espaço para maiores
experimentações e nota-se uma grande influência de Beatles, principalmente do
trabalho de George Harrison. O resultado final é satisfatório com musicas mais
inspiradas e outras nem tanto. A música “Straight lines” chegou a tocar nas
rádios, mas o disco não chegou nem perto do sucesso dos anteriores.
Em 2011 a banda anunciou
através de seu site que estavam dando um tempo por período indeterminado. Muito
se especulou que este era o fim da banda, mas eles afirmam que o grupo ainda
existe e tem possibilidades de novos trabalhos. Só resta então aguardar e
torcer que se vier algo novo, que traga o espírito rock do começo de carreira,
a fase mais legal da banda, em que faziam um rock com uma pegada forte e instrumental
muito bem tocados.
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