25 de julho de 2018

Os plágios da Legião Urbana


Como todo mundo já sabe neste mundo nada se cria tudo se copia, como já diz o ditado. No mundo da música isto não é diferente, os casos de plágio são muito comuns e foram expostos aqui no blog neste texto aqui e neste outro texto aqui, que fala sobre os plágios de Raul Seixas.


Com a galera da Legião Urbana, de seu líder e poeta Renato Russo, não foi diferente, a banda pegou várias ideias de outras bandas, principalmente em seus primeiros trabalhos para moldar a sonoridade desta que foi a mais bem sucedida do rock brasileiro em todos os tempos. Este fato não diminui a importância do grupo e muito menos a genialidade de Renato Russo, mas que ele realmente roubou riffs e arranjos de outras bandas isto ninguém pode negar. É isto que vamos mostrar no post de hoje:

“Soldados” e “Independence Day” (Do Comsat Angels)


Renato Russo pegou emprestada a batida tribal e um pouco da melodia das guitarras da canção do Comsat Angels, lançada em 1980 no primeiro disco da banda, Waiting for a Miracle. “Soldados” faz parte do primeiro disco da Legião, lançado em 1985. 





“Ainda é Cedo” e “Love is the Drug” (Do The Cartoons)

Em 1983 a banda The Cartoons fez uma versão para esta música do Roxy Music, Renatão Russo ouviu e não resistiu, copiou a linha de baixo e os harmônicos da guitarra para criar um de seus maiores clássicos, “Ainda é Cedo”. “Love is the Drug” foi lançada em 1983 pelo Cartoons.



“Dezesseis” e “Your Pretty Face is Going to Hell” (Do The Stooges)

Aqui Renato roubou o riff e a melodia na caruda, da música do Stooges que faz parte do clássico disco Raw Power de 1973. Dá até para imaginar Renato cantando “João Roberto era o maioral, João Roberto era um cara legal” em cima da melodia da música do Stooges. “Dezesseis” faz parte do disco A Tempestade de 1996. 



“Será” e “Jumping Someone Else´s Train” (Do The Cure)

Aqui Renato e sua turma foram mais light e discretos e copiaram apenas o riff inicial da música. “Someone Else´s Train” foi lançada como single em 1979 e fez parte do coletânea Staring At The Sea lançada em 1986. “Será” faz parte do primeiro disco da Legião. 





“Que País é Este?” e “I Don´t Care” (Do Ramones)

É claro que a Legião não poderia deixar de copiar o Ramones. Na verdade “Que Pais é Este” fazia parte do repertório do Aborto Elétrico, banda anterior de Renato Russo e foi gravada pela Legião somente em 1987 no disco de mesmo nome. Aqui o riff foi copiado sem maiores cerimonias e disfarces. “I Don´t Care” faz parte do disco Rocket to Russia de 1977.




2 de julho de 2018

Let it Be – O “pior” disco dos Beatles?


A relação entre os quatro integrantes do Fab Four já não era mais a mesma no final dos anos sessenta, quando Paul McCartney (que nessa época já era assumidamente o líder do grupo) decidiu lançar um documentário chamado “Get Back” e também um álbum com o mesmo nome. A ideia era dos Beatles voltarem às origens, com a banda gravando tudo ao vivo, assim como os primeiros discos e também Paul ainda alimentava a esperança dos Beatles voltarem aos palcos, ideia que não agradava o restante do grupo.


Para a produção foi chamado novamente George Martin, o clássico produtor da banda que trabalhou nos discos dos Beatles que revolucionaram a história do rock, como “Revolver”, “Sgt. Peppers” e etc... grande responsável pelos efeitos que mudaram para sempre o jeito de produzir discos dali em diante. McCartney queria uma produção mais crua, sem toda aquela parafernália de overdubs dos álbuns anteriores, o que logo de cara desagradou Martin.



Para o documentário, os Beatles armaram um show surpresa no terraço da gravadora Apple e desta apresentação, além das imagens, seriam aproveitados os áudios  de algumas músicas para serem incluídas no disco. “Dig a Pony”, “I´ve got a feeling” e"One After 909" foram tiradas do mini show no terraço da gravadora. A apresentação teve que ser interrompida pela polícia devido ao tumulto causado nas ruas por causa das pessoas que paravam ali surpresas para assistir a maior banda de rock de todos os tempos de graça.

Nas sessões de gravação dezenas de músicas foram gravadas, algumas fariam parte do disco “Abbey Road” e algumas canções que fariam parte de discos solos de Lennon (“Jealous Guy”) e de George Harrison (“All Things Must Pass”) foram gravadas em suas versões embrionárias. O clima não era nada bom, a presença de Yoko Ono, segundo reza a lenda, não era bem vista pelos outros integrantes do grupo (Lennon jurava que “Get Back” era um recado velado para que Yoko caísse fora dali).

Para piorar a situação, George Martin caiu fora e não terminou de produzir o disco, então John Lennon chamou Phill Spector, que estava trabalhando com Lennon em seu primeiro disco solo, para terminar a produção. Além de produzir toda a mixagem do álbum final, Spector realizou modificações em algumas músicas: Pegou uma jam session, "Dig It", e outras conversas entre as gravações; alongou "I Me Mine"; desacelerou e acrescentou cordas a "Across The Universe"; colocou cordas e coral em "The Long And Winding Road" e cortou a parte em que Paul fala como um bluesman em "Get Back".


Finalmente em 8 de maio de 1970 saia o disco Let it Be (não mais Get Back, como na ideia inicial de McCartney), juntamente com o documentário com o mesmo nome. McCartney não gostou do resultado final, principalmente das alterações feitas em “The Long and Winding Road”. Anos depois Lennon afirmou que Spector tinha tirado leite de pedra, devido à baixa qualidade e sentimento ruins das canções entregues a ele. O disco acabou sendo o último a ser lançado pela banda, mesmo sendo gravado antes do disco Abbey Road, mas devido a problemas contratuais o álbum Let it Be acabou sendo lançado depois.

Let it Be, apesar de todos os problemas e divergências nas gravações, traz belas canções como a música título, “The Long and Winding Road”, “Get Back” e “I´ve Got a Feeling”, mas também traz canções menos inspiradas como “Dig a Pony”, “Two of Us” e “For You Blue”. Para uma banda normal seria um de seus melhores discos, mas para um grupo que teve discos como Revolver, Sgt Peppers e o Álbum Branco, Let it Be é um trabalho bem inferior, mostrando uma banda lutando contra seus fantasmas interiores.