16 de fevereiro de 2017

Os dez melhores discos de David Bowie

Como todos já sabem, mês passado completou-se um ano da morte de um dos maiores artistas de todos os tempos. David Bowie deixou um legado musical inestimável, construindo uma discografia com álbuns clássicos e muito influentes, até seus últimos dias (leia a resenha de seu genial último disco aqui). Para relembrar a arte deste grande gênio, vamos eleger aqui os dez melhores discos de David Bowie.


The Man Who Sold the World (1970)


Neste disco Bowie deixa de lado o folk do disco anterior e mergulha de cabeça no Hard rock e no Glam. Primeiro álbum a ter participação do guitarrista Mick Ronson, o guitarrista que mais marcou a carreira de Bowie. Logo na primeira faixa, na pesada e épica "The Width of a Circle" já vemos a ferocidade de como Ronson toca sua guitarra, aliado a uma linha de baixo matadora. Este disco influenciou muita gente do rock dos anos 90, como Kurt Cobain (que elegeu em seus diários este disco como um de seus cinquenta discos favoritos e regravou a música título no acústico do Nirvana) e Scott Weiland, vocalista do Stone Temple Pilots.



Hunky Dory (1971)


Depois do peso do disco anterior, Bowie investiu em uma sonoridade mais sutil e leve em Hunky Dory. Na capa temos um Bowie parecendo uma diva do cinema dos anos 50, mostrando uma ambiguidade sexual que acabou se tornando por muito tempo sua marca registrada. Neste álbum temos uma das músicas mais bonitas feitas por ele, “Life on Mars”. Até uma canção estranha como “Andy Warhol” ganha uma beleza sutil, graças aos belos arranjos feitos neste disco.



The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)


Talvez o disco mais emblemático da carreira de Bowie. Aqui ele começa o conceito de ser um personagem e se distanciar de seu próprio ego, sendo nas apresentações ao vivo e nas composições um observador em terceira pessoa. Ziggy Stardust é uma estrela do rock de outro planeta que vem a terra para salvar o mundo. Neste álbum os arranjos beiram a perfeição, com composições sólidas e concisas. A cada música Bowie canta com um tom diferente, às vezes frágil, às vezes irônico ou até mesmo com raiva. Mick Ronson novamente é destaque, com riffs de guitarra às vezes melódicos, às vezes dilacerantes. Um disco clássico que influenciou muitas gerações de roqueiros, como por exemplo, o pós-punk e o new romantic dos anos 80.



Aladdin Sane (1973)


Após “matar” seu personagem anterior, Ziggy Stardust, Bowie cria um novo, Alladin Sane, que seria uma espécie de Ziggy vai à América. Este álbum foi a primeira tentativa de Bowie em conquistar os Estados Unidos. Mais uma vez tendo o glam rock como estilo predominante, este trabalho mostra uma banda de apoio cada vez mais afiada e arranjos cada vez mais arrojados e instigantes. Destaque para canções como “Cracked actor”, “Time” e a própria faixa título, além do eterno hit “Jean Genie”. O cover de “Let´s spend the night together” do Rolling Stones ficou um pouco fora do contexto, mas mesmo assim não tirou o brilho deste clássico álbum.



Young Americans (1975)


Um belo dia, Bowie chega a seu produtor Toni Visconti e diz que quer fazer um disco inteiro de soul music. Para um gênio da música, fazer um trabalho totalmente diferente de discos anteriores não era nada de mais, então Bowie recrutou feras como Calor Alomar (que disse que Bowie era o cara mais branco que ele já tinha visto na vida) e Willie Weeks, ambos grandes nomes da soul music mundial. O resultado foi um punhado de canções geniais, capazes de deixar qualquer fera do estilo de queixo caído. Destaque também para o hit “Fame” que teve a participação de um rapaz pouco conhecido, chamado John Lennon. Um dos trabalhos mais geniais da discografia do cantor.



Station to Station (1976)


Em Station to Station, Bowie cria seu último grande personagem. Thin White Duke era um branquelo com cabelo todo para trás, viciado em cocaína e vazio, que cantava canções românticas com muita intensidade, mesmo aparentando uma frieza em sua personalidade. Com letras influenciadas pelo ocultismo, Nietzsche, mitologia e religião, Station é um disco de transição entre a fase soul de Bowie e a trilogia de Berlim, que viria logo em seguida. Entre as canções de destaque temos o hit “Golden years”, a épica música de abertura que dá nome ao disco e a belíssima música de encerramento “Wild is the wind”.



Low (1977)


Low é o disco mais estranho de Bowie até então. Neste álbum o cantor deixa de lado a utilização de personagens para se expressar de forma direta, mas agora mostra uma arte mais experimental, através não só de suas letras, mas também através de musicas instrumentais e cheias de climas e camadas. Aqui começa a parceria com Brian Eno, ex-integrante do Roxy Music que acabou se tornando também um dos maiores produtores musicais de todos os tempos. O título do álbum é uma referência do estado de espírito de Bowie na época, que estava bem para baixo e tentando se livrar do vício em cocaína. Mesmo sendo um de seus discos mais estranhos, é com certeza um dos mais influentes, tanto que o título de uma das músicas “Warszawa” inspirou o primeiro nome da banda que futuramente se chamaria Joy Division.



“Heroes” (1978)


Segundo disco da chamada “Trilogia de Berlim”, discos que ele gravou quando estava morando na cidade alemã, “Heroes” é dos discos mais icônicos da carreira de Bowie, desde a capa até a própria música que dá nome ao disco, que virou um verdadeiro hino para milhões de pessoas ao redor do mundo. Neste álbum o cantor se aproxima de vez ao Krautrock e presta referências a bandas do estilo como Neu! e ao Kraftwerk. Na canção “Heroes” Bowie chamou o guitarrista do King Crimson, Robert Fripp, que fez uma linha de guitarras fantástica, dando um efeito parecido com um e-bow, mas usando efeitos de feedback.




Scary Monsters (and Super Creeps) (1980)


Primeiro disco após a trilogia de Berlim, Scary Monsters mostra um Bowie disposto a fazer músicas mais palatáveis, deixando um pouco os experimentalismos de lado. Na capa do disco, o cantor aparece como uma espécie de pierrot, assim como no clipe de “Ashes to ashes” um dos vídeos mais interessantes e inventivos feitos por Bowie até então. Um álbum que abriu a porta dos anos 80, que seria uma década mais lúdica e colorida artisticamente em relação aos anos 70. Disco de cabeceira de muitos artistas da new wave e do rock alternativo dos anos 90.



Let´s Dance (1983)


Ainda faltava na discografia de Bowie um disco arrasa quarteirão, aquele que vende milhões e fica muito tempo nas paradas de sucesso. Let´s Dance é o disco mais vendido da carreira do cantor, com mais de 10 milhões de cópias vendidas. Para a produção, Bowie chamou o gênio e “hitmaker” Nile Rodgers. A parceria foi mais do que bem sucedida e neste disco estão três dos maiores singles de sucesso de Bowie, a própria faixa título, “Modern love” e “China girl”, música composta pelo grande amigo e parceiro Iggy Pop. De quebra ainda o disco teve a participação de Steve Ray Vaughan nas guitarras. Uma das grandes qualidades de Bowie era agregar grandes talentos a sua música, o que valorizava ainda mais a genialidade de sua arte. 



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