27 de outubro de 2015

Top 10 Iggy Pop

James Newell Osterberg nasceu em 21 de abril de 1947. Mais conhecido como Iggy Pop, se tornou no decorrer dos anos um dos artistas mais performáticos e influentes da história do rock. No final da década de 60 liderou o The Stooges, banda considerada como precursora do punk rock, lançando dois discos clássicos: The Stooges de 1969 e Fun House de 1970. Em 1977 lançou seu primeiro disco solo, The Idiot, produzido pelo amigo David Bowie, que produziu também o segundo disco solo de Pop, Lust For Life. A canção “China girl”, presente no primeiro disco de Iggy Pop foi regravada por Bowie em seu álbum Let´s Dance de 1983.


Iggy Pop quando garoto assistiu a um show do The Doors e ficou fascinado com a performance maluca de Jim Morrison e percebeu que era aquele tipo de postura no palco que ele iria adotar em sua carreira. Pop também foi um dos primeiros artistas a fazer o Stage Diving, pulando em cima do público durante os shows. Hoje vamos relembrar dez grandes momentos da carreira deste grande artista, que dias atrás fez um apoteótico show em São Paulo. 

“I wanna be your dog” (Do disco The Stooges de 1969)

Maior clássico da carreira do The Stooges tem toda a urgência e visceralidade que se tornariam características básicas do punk rock. Música e discos obrigatórios para aqueles que querem entender o que veio depois na década de setenta. 



“Search and destroy” (Do disco Raw Power de 1973)

Canção explosiva e direta que se tornou uma cartilha para muitos roqueiros. Ouvindo a canção vemos a influência em diversas bandas antigas e da atualidade, como o The Hives, por exemplo.


“No fun” (Do disco The Stooges de 1969)

Também do clássico primeiro disco dos Stooges, um canção característica da banda, simples, direta e urgente. 


“Fun house” (Do disco Fun House de 1970)

Do segundo disco da banda, tem uma sonoridade mais diversificada com a presença de um saxofone, mas com a mesma pegada característica do Stooges.


“China girl” (Do disco The Idiot de 1977)

Música do primeiro disco solo de Iggy Pop tem uma levada mais pop e uma parceria com David Bowie, que a regravou anos depois. The Idiot foi o último disco que Ian Curtis, vocalista do Joy Division ouviu antes de cometer suicídio em 1980. 


“Lust for life” (Do disco Lust For Life de 1977)

Escrita por David Bowie, esta canção fez bastante sucesso nos anos 90, quando fez parte da trilha sonora do filme Trainspotting de 1996.


“The Passenger” (Do disco Lust for Life de 1977)

Um dos maiores clássicos de sua carreira solo foi regravada pelo Siouxsie And The Banshees e fez bastante sucesso no Brasil na versão do Capital Inicial, com direitos a vários “la la las” de Dinho Ouro Preto. 


“Candy” (Do disco Brick By Brick de 1990)

Talvez o maior sucesso radiofônico de Pop, tem a participação da vocalista do B52´s, Kate Pierson. Um das canções mais bonitas da carreira de Iggy Pop. 


“Wild America” (Do disco American Caesar de 1993)

Esta música me marcou bastante. Passava na MTV na época em que eu comecei a ficar fascinado pelo rock. Neste vídeo podemos ver toda a expressão corporal de Pop, uma de suas maiores características. 


“Corruption” (Do disco Avenue B de 1999)

Uma grande canção que fala de um tema bem conhecido aqui no Brasil. 


15 de outubro de 2015

Ryan Adams melhora canções de Taylor Swift em sua versão de 1989

O cantor e guitarrista Ryan Adams é um daqueles grandes artistas que são ignorados pelo grande público. Na década de 90 participou da promissora banda Whiskeytown, que lançou apenas dois álbuns. Em 2000, Adams lançou seu primeiro disco solo, Heartbreaker, que foi muito elogiado pela crítica e bem recebido pelo público do rock alternativo.


Dotado de uma bela voz e ótimas composições, Adams foi lançando praticamente um disco por ano, mesmo sem estourar nas paradas de sucesso. Entre estes lançamentos podemos destacar o disco Gold, de 2002, que tem o sucesso “New York, New York” que virou um hino sobre o trágico atentado de 2001 e o disco Rock’n´Roll de 2003 (o meu disco preferido dele) em que Adams ironiza o rock alternativo em geral, com indiretas a bandas como Strokes entre outras.

Este ano o cantor aprontou mais uma e resolver regravar o disco inteiro da maior estrela da música pop atual, Taylor Swift. 1989 foi lançado pela cantora ano passado e foi o último grande fenômeno de vendas da música. Adams resolveu refazer os arranjos de todas as canções do disco e mostrar sua versão musical do trabalho de Swift. O resultado final ficou bem interessante, mostrando uma versão rock e folk de canções pop feitas para o consumo em massa.

Sinceramente antes de ouvir o disco original tinha um preconceito com a tal Taylor Swift. Tinha uma imagem de uma cantora pop daquelas insuportáveis da atualidade, mas tenho que assumir que após ouvir as canções de seu último trabalho admito que ela sabe fazer boas canções pop sem ser insuportável. Isto fica mais evidente ao se ouvir as versões da Adams, que mostram que por trás daqueles arranjos exagerados do pop atual, pode haver uma grande canção escondida.

Na abertura do disco, Ryan Adams faz uma versão estilo Bruce Springsteen de “Welcome to New York” transformando-a em um rock potente e vigoroso. A versão de Swift tem um vocal adolescente e uma batida mais dance e oitentista. Em “Blank space” Adams faz um arranjo que prioriza a delicadeza de dedilhados de violão, com uma voz quase sussurrada, que dá um clima melancólico e nostálgico à canção. O original de Taylor Swift é um pop característico, com batida eletrônica e refrão marcante.


Adams transforma “Style” em um rock arrebatador com refrão explosivo e bons riffs de guitarra, melhorando ainda mais a versão original, um pop bem feito e com excelente melodia. “Out of woods” é transformada em uma balada folk triste e melancólica, enquanto a original tem outra abordagem, com batida eletrônica e clima nostálgico.

A versão feita de “All you have to do is stay” por Adams é bem mais inspirada do que de Swift, com uma interpretação mais roqueira, enquanto a original prioriza violões e batidas dançantes. O dance pop feito por Swift em “Shake it off” dá lugar a um clima mais interessante na versão de Ryan Adams, com um tom mais dark e teclados interessantes.

“Bad blood” nas mãos de Adams vira um folk rock bem mais emocional, enquanto o original de Swift é um pop descartável com participação de um Rapper mala. “Wildest dreams” se torna um delicioso soft rock estilo Fleetwood Mac na versão de Ryan, enquanto a original é um pop bem anos 80. “I know places” encerra o disco com uma batida envolvente e guitarras com tremolo, enquanto a versão original é uma balada acústica sem maiores emoções.

Esse despretensioso disco de covers de Ryan Adams não vai mudar o mundo, mas é um álbum excelente, mostrando que estruturalmente as canções de Taylor Swift têm qualidades, mas pecam pelos excessos que a indústria musical atual impõe, com canções às vezes padronizadas, para se ouvir em pequenos aparelhos de MP3. Ponto para Adams, que mostra ser um dos artistas mais interessantes e surpreendentes da atualidade. 


5 de outubro de 2015

New Order supera saída de Peter Hook e lança grande álbum

Quando foi anunciada a saída de Peter Hook do New Order alguns anos atrás, parecia que seria o fim do New Order. Muita gente, inclusive eu, não botava muita fé que a banda conseguiria se reinventar sem um de seus fundadores e sem aquela sonoridade de baixo única que Hook fazia tanto no Joy Division quanto no New Order.


Este ano saiu Music Complete, novo disco de inéditas da banda inglesa e toda a desconfiança caiu por água baixo depois das primeiras audições. Com a ajuda de Stuart Prince (produtor de Madonna entre outros) e Tom Rowlands do Chemical Brothers, o grupo fez um disco pop de alta qualidade, talvez seu melhor trabalho nas últimas duas décadas. Uma mistura que a banda sabe fazer com muita propriedade entre a música eletrônica com guitarras rápidas e certeiras e a voz frágil e emocional de Bernard Sumner.

O disco abre com o primeiro single lançado do álbum, “Restless” é uma tradicional canção do New Order, com elementos eletrônicos, uma linha de baixo interessante sem tentar imitar a sonoridade “hookyana” com uma letra reflexiva com um tom um tanto melancólico. “Singularity” tem uma batida feita para as pistas de dança, ritmo envolvente e teclados interessantes. Na letra uma possível referência aos tempos de Joy Division: “Quatro almas perdidas que não podem voltar para casa / O meu amigo não está aqui, nós derramamos nossas lágrimas”.

“Plastic” é bem anos 80, com vocais femininos estilo Primal Scream, enquanto “Tutti Frutti” lembra algumas coisas do disco Technique de 1989, graças ao vocal robótico utilizado no começo da música. A canção tem participação da cantora La Roux assim como na música seguinte, “People on the high line” que funciona muito bem para tocar nas pistas de dança, com um piano estilo house music da virada dos anos 80 para os 90.

“Stray dog” é uma faixa surpreendente com a participação de Iggy Pop, cantando/recitando uma letra sombria, na música mais experimental do álbum. “Academic” é outra candidata a hit do disco, com uma levada pop envolvente com violões e sintetizadores e um refrão muito inspirado, lembrando os melhores momentos do New Order. “Nothing but a fool” tem uma levada oriental no começo se transformando durante sua execução em mais uma bela canção pop com guitarras marcantes e belos vocais femininos.

“Unlearn this hatred” é outra canção feita para as pistas de dança, envolvente e dançante, enquanto “The game” tem um interessante looping eletrônico e solos simples e marcantes de guitarra no final. Para fechar o disco, “Superheated” tem a participação do ilustre filho do New Order, Brandon Flowers do The Killers (o nome do grupo foi retirado da banda fictícia do clipe do New Order, “Crystal” de 2001) e termina o disco no clima que permeia todo o álbum, sem deixar a peteca cair.

Em Music Complete, o New Order consegue algo improvável: superar a saída de um integrante chave e fazer um disco de alto nível. A banda não caiu na armadilha de tentar imitar o som feito pelo baixo de Hook e de certa forma se livrou de um clichê, afinal aquela sonoridade de baixo era algo que parecia ser obrigatório no trabalho do grupo. Um grande disco que vai acrescentar novos sucessos ao extenso catálogo de hits de banda. Vida longa ao New Order!