A banda gaúcha Engenheiros do Hawaii é um daqueles grupos que despertam uma relação de amor e ódio no público do rock. Quem é fã é fã mesmo, tendo os shows um caráter messiânico, com todos cantando as letras em catarse. Quem odeia, não suporta ouvir um acorde e muito menos as letras e a voz do Humberto Gessinger.
Eu, particularmente, gosto
da banda, apesar do caos poético das letras de Gessinger e os arranjos meio “Frankenstein”
que algumas músicas têm. Gostando ou não, temos que admitir que o Engenheiros
marcou o rock nacional, com sucessos que tocaram no Brasil todo. Hoje no blog,
elejo os melhores álbuns dessa polêmica banda.
“A Revolta dos Dândis”
(1987)
Segundo disco do grupo, o
primeiro com a formação que ficou mais famosa e que gravou os principais
trabalhos da banda: Humberto Gessinger no baixo, Augusto Licks na guitarra e
Carlos Maltz na bateria. Traz sucessos como “Terra de Gigantes”, “Infinita
Highway” e “Refrão de Bolero”. Neste álbum as letras de Gessinger já começavam a
ser criticadas e decifradas, graças às citações nas letras de autores como
Albert Camus e Jean-Paul Sartre.
“O Papa é Pop” (1990)
Este é o disco de estúdio mais vendido da banda, tendo mais de 500 mil
cópias vendidas na época. Aqui, o Engenheiros já começa a flertar de vez com o
rock progressivo, como em "A Violência Travestida Faz Seu Trottoir" e
"Anoiteceu em Porto Alegre". O álbum teve sucessos estrondosos como a
música título, “Exército de um Homem Só” e “Era um Garoto que Amava os
Beatles...”. Um trabalho com uma sonoridade até meio tosca, com uso de bateria
eletrônica e midi pedalboard.
“Várias Variáveis” (1991)
Neste trabalho o Engenheiros
abandonou a sonoridade mais eletrônica do disco anterior e apostou em um som
mais orgânico e pesado. Produzido pela própria banda, teve sucessos como “Piano
Bar”, “Ando Só” e “Muros e Grades”. A banda ainda presta homenagem à música
tradicional gaúcha com a regravação de “Herança do Pampa Pobre” do Gaúcho da
Fronteira.
“Gessinger, Licks e Maltz”
(1992)
Aqui o Engenheiros mergulha
de vez no rock progressivo, tanto que até o nome do álbum foi inspirado no trio
Emerson, Lake and Palmer. A sonoridade lembra uma espécie de Rush tupiniquim
(com as devidas proporções, é claro) e na minha opinião é o melhor disco da
banda. O álbum teve sucessos como “Ninguém = Ninguém” e “Parabólica”, esta
composta em homenagem à filha de Humberto Gessinger.
“!Tchau Radar!” (1999)
Depois da formação
Gessinger, Licks e Maltz a formação que tocou neste disco é a melhor do
Engenheiros. Além de Gessinger no baixo, a banda contava com Luciano Granja na
guitarra, Lucio Dorfman nos teclados e Adal Fonseca (que já foi baterista do
Kid Abelha) na bateria. Neste álbum há uma bela coleção de canções e trouxe
novos sucessos do grupo como “Eu que não Amo Você” e um belíssimo cover de “Negro
Amor”, versão de Caetano Veloso para “It´s All Over Now, Baby Blue” de Bob
Dylan.