25 de novembro de 2015

Discografia Básica - London Calling

Em 1979 a fase de euforia em relação ao movimento punk já havia passado e um dos nomes mais importantes do estilo, o The Clash, se preparava para gravar seu terceiro disco de estúdio, após o disco de estreia de 1977 e o segundo, Give´Em Enough Rope de 1978. A banda em seus primeiros álbuns já dava pistas que iriam além dos três acordes e da sonoridade punk, mas seu disco mais variado musicalmente e mais audacioso ainda estava por vir.


Quando começaram a gravar o disco, o Clash passava por um momento conturbado, pois tinham mandado embora dois empresários em sequência. Produzido por Guy Stevens, London Calling foi uma guinada na carreira da banda, mostrando novas influências e ritmos musicais como Ska, Reggae, Rockabilly e até mesmo Jazz, algo impensável para os mais ortodoxos punks.

A faixa de abertura que dá nome ao disco é um petardo que mostra o inconformismo do grupo com a situação política e social do mundo, citando o desastre nuclear de Three Mile Island e criticando a euforia criada pela mídia com o fenômeno do Punk Rock no final dos anos 70: “Chamando Londres, não esperamos que você nos guiará /A falsa Beatlemania mordeu a poeira". 


A canção “London Calling” se tornou um hino inconformista e tem um ritmo contagiante que parece mesmo um chamado contra o conformismo e as injustiças sociais. A linha de baixo marcante e a interpretação forte e segura do vocalista Joe Strummer tornaram a canção um dos maiores clássicos do rock em todos os tempos.

“Brand new cadillac” é originalmente do cantor Vince Taylor, um Rockabilly gravado nos anos 60 enquanto “Jimmy Jazz” é uma canção com bastante influência do Jazz que na letra critica a violência policial. “Hateful” foi influenciada pelas canções de Bo Diddley, um dos pioneiros do Rock e “Rudie can´t fail” mistura Ska e Soul Music.

“Spanish Bombs” fala sobre a Guerra Civil Espanhola, com uma belíssima letra, mostrando a vertente politizada da banda. “Lost in the supermarket” é cantada por Mick Jones e mostra a veia mais pop do Clash, em uma letra que critica o consumismo. “Clampdown” é uma porrada que critica o capitalismo e o sistema, em uma das canções mais incendiárias da banda. 


O Reggae “Guns of Brixton” é cantada pelo baixista Paul Simonon e mostra como o Clash influenciou muitas bandas mundo afora, como Rancid (praticamente uma cópia do Clash) entre outras. “Train in vain” é o lado romântico do grupo e um de seus maiores sucessos radiofônicos. A banda Garbage até sampleou a batida inicial em um de seus maiores sucessos, “Stupid Girl”.


A capa do álbum é também um clássico, na imagem o baixista Paul Simonon quebra seu baixo em um show. A arte foi inspirada na capa do primeiro disco de Elvis Presley, lançado em 1956. Isto mostra como o Punk sempre buscou resgatar as raízes do Rock, a sua simplicidade harmônica e o seu ritmo contagiante. O Clash com sua consciência política exigiu que o disco mesmo sendo duplo fosse vendido pelo preço de um o que acabou sendo acatado pelos lojistas em geral.

London Calling se transformou em um dos maiores clássicos do Rock e mostra uma banda em seu auge criativo, mostrando a evolução musical de Strummer e Cia. Um álbum que foi muito além do Punk e se tornou disco de cabeceira de muitos jovens ao redor do mundo, em uma época que garotos montavam bandas para tentar mudar o mundo e não apenas para ficarem famosos e ganhar rios de dinheiro. 


9 de novembro de 2015

Inusitadas versões de músicas do Nirvana

Hoje no blog vamos relembrar alguns artistas que gravaram ou fizeram versões bem inusitadas de canções desta que foi a última grande banda do rock. Estas versões mostram que Kurt Cobain era mesmo um grande compositor e fazia belas harmonias, pois as músicas funcionam muito bem em ritmos como reggae, mpb e pop. 

Little Roy – “Dive”


Este cantor de reggae fez um disco inteiro de versões de músicas do Nirvana, chamado The Battle of Seattle, lançado em 2011. Impressionante como esta canção pesada do Nirvana ficou bem no ritmo jamaicano.





Patti Smith – “Smells like teen spirit”


Uma das cantoras mais influentes do rock fez uma fantástica releitura do maior clássico do Nirvana. Lançado no álbum Twelve de 2007, é uma versão mais delicada com bandolins e a tradicional interpretação emocionante de Smith. Cobain com certeza ficou muito lisonjeado. 



Caetano Veloso – “Come as you are”


Até o nosso querido Caê se rendeu ao talento de Kurt e fez a sua versão MPB/World music deste outro clássico do Nirvana. A canção ganhou uma outra roupagem e bem diferente do arranjo original. 



Manic Street Preachers – “Been a son”


Os galeses do Manic Street Preachers regravaram esta canção do Nirvana em sua coletânea de raridades, Lipstick Traces, de 2003. Uma versão mais lenta e acústica, com direito a belos slides de violão. 




Miyavi – “Blew”

O cantor pop japonês fez uma versão exótica da soturna canção do Nirvana. Detalhe para o inglês improvisado do cantor, mesmo assim ficou bem legal o cover deste japa maluco.