24 de setembro de 2016

Nevermind – Vinte e cinco anos de uma revolução musical

Há vinte e cinco anos um disco que mudaria os rumos do rock era lançado. Três caras que vieram do nada, Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl não imaginariam que iriam entrar para a história da música mundial com seu recém-lançado disco Nevermind em vinte e quatro de setembro de 1991.


O cenário musical da época era infestado de armações musicais e o rock estava em baixa, as bandas de hard rock farofa estavam saindo de cena e só quem tinha bala na agulha, ou seja, um grande investimento por trás poderia entrar nas paradas de sucesso e tocar nas rádios. Havia uma cena underground, mas em uma era pré-internet era praticamente impossível sair desse gueto de pequeno público.

O Nirvana, liderado por Kurt Cobain, apareceu com um rock explosivo e autêntico, mostrando em suas letras e som a raiva e a frustração de uma juventude entediada e sem rumo. Uma banda que apareceu sem grande marketing e de forma intensa e natural, ao contrário do que vemos na cena musical de hoje em dia.

A mistura perfeita de punk e pop fez deste álbum um disco essencial, talvez o último grande clássico da história do rock. A produção de Butch Vig também foi de suma importância para o sucesso de Nevermind, Vig conseguiu “polir” o som do grupo sem perder o peso e o punch do som do Nirvana.

Como praticamente tudo já foi dito deste disco e eu também já fiz um post sobre ele (leia aqui ), vou fazer um faixa a faixa fazendo um pequeno comentário sobre este clássico do rock:

“Smells like teen spirit” – Um grande disco tem começar com um hino. O riff simples e ao mesmo forte e impactante transformou a canção em um verdadeiro fenômeno assim que a música e o clipe começaram a tocar incessantemente na rádio e na TV. A performance explosiva de Kurt nos vocais surpreende até hoje.


‘In Bloom” – O Nirvana virou uma máquina a partir da entrada de Dave Grohl na banda em 1990. Percebe-se a diferença nítida na dinâmica da música com ele na bateria em relação ao baterista anterior, Chad Channing que criou a batida característica da música. A canção tem uma letra estranha e irônica, criticando aqueles que nem sabem o que estão cantando.


“Come as you are” – Outro hino do disco começa com um riff roubado da música “Eighties” do Killing Joke. Com uma das melhores letras e harmonias feitas por Cobain é a primeira música que praticamente todo mundo aprende no violão. 


“Breed” – Uma canção incendiária com um baixo distorcido e aquela fúria característica de Cobain tanto nos vocais quando na guitarra. Uma das melhores para ser tocada ao vivo, presente em quase todos os shows do Nirvana após o lançamento do disco.


“Lithium” – Outro hino e uma das músicas mais confessionais de Kurt. Um refrão que dá vontade de cantar a plenos pulmões e a música que o público mais agitava nos shows do Nirvana. Muitos jovens se identificaram com a letra, que fala sobre um vazio que praticamente todos nós sentimos em alguma fase da vida.


“Polly” – Um dos poucos momentos acústicos do disco, fala sobre o caso de uma garota que foi raptada, na visão do sequestrador. A interpretação de Kurt e o tosco som do violão dão um clima tão intimista que você pode até imaginar a história que Cobain está contando na canção.


“Territorial pissings” – Uma canção que critica o machismo, com um instrumental demolidor, uma música punk em sua essência, capaz de deixar o roqueiro mais durão totalmente atordoado com tamanho barulho e peso.


“Drain you” – Momento romântico do disco, com uma letra dedicada a uma ex-namorada de Cobain que deu um pé na bunda dele, a roqueira do grupo Biquini Kill, Tobi Vail. Era a canção preferida de Kurt, tanto que tocava ela em praticamente todos os shows do grupo.


“Lounge act” – Mais uma dedicada a Tobi Vail, tanto que Cobain nem tocava ela quando Courtney Love estava por perto. Uma música melodiosa e romântica, mostrando de Kurt não era só ódio e ressentimento.


“Stay away” – Outra canção incendiária em que Kurt dispara contra todos, da moda até mesmo Deus, dizendo que ele é gay.


“On a plain” – Uma pérola perdida do disco, uma das músicas mais belas compostas por Cobain, um recado velado aos seus familiares e todos aqueles que rejeitaram Kurt durante sua vida. “Amo a mim melhor do que você / Sei que é errado, mas o que posso fazer?”


“Something in the way” – Uma mítica canção em que Kurt narra uma época que ele morou embaixo de uma ponte. Na verdade ele não chegou a morar, ficava apenas matando um tempo nela, mas Cobain era especialista em se auto depreciar. Um final belo e melancólico para um disco fenomenal.


“Endless nameless” – A famosa música secreta de Nevermind. Uma canção experimental e desconexa, que servia para a banda destruir tudo no final dos shows.