15 de dezembro de 2017

Que País é Este? – Um disco cada vez mais atual

O ano de 1987 foi mágico para a música. Grandes álbuns foram lançados neste ano, como The Joshua Tree do U2 e Substance do New Order. No Brasil não foi diferente, neste mesmo ano foi lançado o terceiro disco da Legião Urbana, Que País é Este, com uma sonoridade diferente do disco anterior, Dois, um sucesso com várias canções que tocaram nas rádios de todo o Brasil.


A gravadora pressionava a banda por um novo lançamento depois do sucesso do segundo disco, mas devido ao número de shows e compromissos do grupo ainda não havia material novo suficiente. A solução foi resgatar músicas antigas de Renato Russo, da época em que ele tocava no Aborto Elétrico (banda punk do final dos anos 70 em que tocavam Renato e os irmãos Fê e Flávio Lemos que depois formaram o Capital Inicial) e da época em que se apresentava sozinho só voz e violão como “Trovador Solitário”.

O processo de gravação do álbum foi bem rápido, as músicas em geral eram punk rocks simples e foram gravados tudo de uma vez, com toda a banda tocando ao mesmo tempo. A produção rústica do disco gerou várias críticas, que diziam que o som da Legião estava “esquálido” (segundo disse em uma entrevista o guitarrista Dado Villa-Lobos) entre outros adjetivos não muito lisonjeadores. Mas o que poucos entenderam na época era que o disco era para soar mesmo mais punk e rústico, mostrando uma urgência e uma forma de protestar contra a situação do país naquele momento (e desde sempre).

Abrindo com a música título, “Que País é Este?” foi composta em 1978 e continua cada vez mais atual, como quase quarenta anos de vida. Um país infestado ainda pela corrupção com um congresso corrupto e que só atende seus próprios interesses. “Conexão Amazônica” é bem percussiva e pesada e fala sobre o tráfico de drogas, que até hoje impera no Brasil, ou seja, em trinta anos quase nada mudou.


“Tédio (Com um T bem Grande pra Você)” é um punk rock vigoroso e com uma letra ingênua, que fala sobre tédio adolescente, enquanto “Depois do Começo” é um ska bem tosco, com uma letra meio sem sentido, considerada por Renato Russo sua pior composição já lançada. “Química” foi gravada pelo Paralamas do Sucesso em seu primeiro disco de 1983, Cinema Mudo, sendo de certa forma “padrinhos” da Legião, pois foram Herbert e sua turma que levaram a primeira demo da Legião para a gravadora ouvir, antes de assinarem seu primeiro contrato.


“Eu Sei” é uma bela balada folk e é da época em que Renato se apresentava só voz e violão, após o término do Aborto Elétrico. “Faroeste Caboclo” é um épico de nove minutos e cento e cinquenta e nove versos, que conta a história de João de Santo Cristo, um anti-herói que representa de certa forma um lado ambíguo do Brasil, da corrupção, do crime e do sofrimento do povo. Uma música que fez um sucesso estrondoso e virou um clássico dentro do repertório da banda.

“Angra dos Reis” é mais eletrônica e melancólica (só perde o posto de música mais depressiva da Legião para “Vento no Litoral”). Uma de minhas canções preferidas de banda e a única a ser composta depois do lançamento do disco Dois, assim como a música que encerra o disco “Mais do Mesmo” que fala sobre o consumo e tráfico de drogas e a pobreza da música popular brasileira (quer tema mais atual?). Os primeiros versos da canção “Hey menino branco o que é que você faz aqui? / Subindo o morro pra tentar se divertir” foram inspirados no trecho da música “I´m Waiting for the Man” do Velvet Underground: “Hey, white boy, what you doin' uptown?”.

O disco Que País é Este? gerou uma turnê que lotou diversos lugares e foi nesta turnê que aconteceu o trágico show de Brasília em 1988, em que ocorreu uma confusão generalizada, um louco subiu no palco e deu uma gravata em Renato Russo, bombas explodiram e por um milagre ninguém acabou morrendo. Depois deste show a banda viu que era hora de dar uma puxada no freio e veio com uma sonoridade mais leve em seu próximo disco, As Quatro Estações de 1989.


Mesmo sendo uma espécie de disco “tapa buraco” da discografia de Legião, Que País é Este? se tornou um clássico do rock brasileiro e vendeu mais de um milhão de cópias. Com sua capa simples e a sonoridade rústica, este álbum mostra uma atualidade que até assusta, mesmo depois de trinta anos de seu lançamento. A decepção com a situação do Brasil e com os rumos da música que eram demostradas por Renato em suas letras neste disco são reflexos da situação do Brasil que nos atormentam até os dias atuais. 


24 de novembro de 2017

Os vinte e cinco anos do disco Incesticide do Nirvana

Em 1992, depois do estrondoso sucesso do clássico Nevermind de 1991 houve um grande alvoroço por parte dos fãs do Nirvana, ávidos por novas canções da banda e também da gravadora, de olho nos novos milhões que poderia arrecadar com a venda de discos (sim, naquela época a divulgação das músicas era na base do cd, da fita k-7 e do LP, as plataformas digitais de música eram coisa de filme de ficção científica).


Para saciar esta sede por novas canções, em 15 de dezembro de 1992 era lançado o álbum Incesticide, uma coletânea de raridades do Nirvana, contendo músicas que tinham sido lançadas em EPs, compactos e sessões de programas de rádio. Com este lançamento o Nirvana teria também mais tempo para lançar um novo disco de inéditas que saiu somente em setembro de 1993, o também clássico e essencial In Utero.

Na capa do disco aparece um ser raquítico segurando algo que parece ser uma papoula, um desenho feito pelo próprio Kurt Cobain que representava a si mesmo e sua luta contra o vício de heroína. Outra curiosidade sobre o álbum é que quatro bateristas tocaram nas 15 músicas do disco, sendo eles: Dave Grohl ("Turnaround", "Molly's Lips", "Son of a Gun", "Been A Son", "New Wave Polly" e “Aneurysm”), Chad Channing (“Dive”,“Stain e “Big Long Now”), Dale Crover, baterista do Melvins ("Beeswax", "Downer", "Mexican Seafood", "Hairspray Queen" e "Aero Zeppelin") e Dan Peters, baterista do Mudhoney (“Sliver”).

A canção inicial “Dive” (que iria fazer parte de um segundo disco do Nirvana pela gravadora Sub Pop, algo que acabou não acontecendo) é uma das mais raivosas e estranhas do repertório do Nirvana, abre o disco com um riff de baixo tenebroso logo entrando a guitarra envenenada de Kurt Cobain, tendo uma das letras mais depressivas de Kurt, “Me escolha, me escolha, yeah / Todo mundo está esperando / Me bata, me bata, yeah / Eu sou realmente bom em apanhar / Mergulhe, Mergulhe, Mergulhe em mim”.


“Stain” (que fez parte do EP Blew de 1989) tem uma sonoridade bem underground e uma letra autodepreciativa, enquanto em “Sliver”, Kurt faz a letra na visão de uma criança que quer mais atenção de seus pais. “Been a Son” é uma das melhores canções pop/punk do Nirvana. “Turnaround” é um cover da banda Devo, uma das preferidas de Cobain, assim como “Molly´s Lips” e “Son of a Gun” são covers da banda Vaselines, outro grupo cultuado pelo líder do Nirvana (essas duas últimas fizeram parte de uma sessão do famoso programa de rádio de John Peel da BBC de Londres).



“New Wave (Polly)” é uma versão punk da clássica canção do disco Nevermind enquanto "Beeswax", "Downer", "Mexican Seafood", "Hairspray Queen" e "Aero Zeppelin" fizeram parte da primeira demo que a banda gravou ainda com o nome de Ted Ed Fred em 1988 contando com Dale Crover na bateria. O disco fecha com “Big Long Now” (que ficou de fora do disco Bleach por ser lenta e arrastada demais) e ”Aneurysm”.



Se Incesticide não é um dos discos mais vendidos e preferidos dos fãs, pelo menos é um álbum que mostra uma vertente mais underground e punk do Nirvana, mostrando o que o grupo era realmente diferente do som bem produzido e polido de Nevermind. Uma coleção de canções belas e ao mesmo tempo estranhas, que ajuda a entender a mente genial e confusa de Kurt Cobain, um dos maiores ícones do rock dos últimos tempos. 

20 de outubro de 2017

U2 faz apresentação emocionante e politizada no primeiro show em São Paulo da turnê Joshua Tree

Ontem no Morumbi o U2 fez a primeira de quatro apresentações em São Paulo de sua nova turnê, na qual toca na íntegra seu disco mais emblemático, The Joshua Tree, de 1987. (Leia a resenha sobre este álbum aqui). Para a abertura do show, ninguém mais ninguém menos do que Noel Gallagher, o eterno guitarrista e compositor de todas as grandes músicas do Oasis.


Cheguei na hora que começou o show do Noel, depois de passar uma hora e quarenta no trânsito para chegar ao Morumbiba, um dos piores lugares para shows na cidade de São Paulo. Péssima localização, sem metrô, sem trem etc...O irmão mais velho de Liam Gallagher cumpriu bem seu papel fazendo um belo show, mesclando músicas de seus dois bons discos solos (o homônimo de 2011 e Chasing Yesterday de 2015) com hits do Oasis.

A galera recebeu mornamente as canções solo de Noel, mas quando ele tocou clássicos dos anos noventa como “Champagne Supernova” e “Wonderwall” o estádio inteiro cantou junto. Destaque também para a boa música nova (Beatles puro pra variar) que ele tocou chamada “Holy Mountain”, que deverá estar em seu próximo disco solo.

Às vinte e uma horas e quinze minutos o U2 entrou no palco e logo de cara mandou minha música preferida deles, a política “Sunday Bloody Sunday” com seu riff inicial clássico, a batida marcial de Larry Mullen Jr. na bateria e o vocal inspiradíssimo de Bono Vox, estava tudo ali, em uma versão fiel à original do disco War de 1983. Não poderia haver um começo melhor, levando o público ao delírio logo de cara. Em seguida outra paulada, “New Year´s Day” trouxe de volta o clima idealista dos anos 80, com um Bono Vox olhando para o horizonte, acreditando em um mundo melhor, relembrando o épico videoclipe da música.



“Bad” do disco “Unforgettable Fire” de 1984 veio em seguida, com uma citação de “Heroes” de David Bowie no meio da música. “Pride (In The Name of Love”) do mesmo disco veio em seguida levando o público ao êxtase. Acabava assim a primeira parte do show, a dos clássicos dos anos oitenta, para começar assim a parte mais emblemática do show: A execução na íntegra do disco The Joshua Tree.

A sensação de ouvir os acordes iniciais de “Where The Streets Have No Name” é indescritível, é aquele momento em que os pelos do braço se arrepiam e dá aquela vontade de cantar a canção com todas as suas forças. É nessas horas que percebemos como The Edge se transformou em um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos, com seu estilo ao mesmo tempo minimalista e com aquele timbre de guitarra inconfundível.

 “I´m Still Haven´t Found What I´m Looking For” e “With or Without You” foram cantadas em uníssono pelo público como não poderia deixar de ser. A politizada “Bullet The Blue Sky” veio com peso em seguida e logo depois começou a parte mais densa do álbum, na qual o público ficou mais contemplando do que outra coisa. Destaque para as canções em que Bono tocou gaita (muito bem, por sinal) como em “Trip Through Your Wires” e para a canção “Êxit” que ganhou um peso a mais ao vivo.


Depois do final do disco The Joshua Tree a banda voltou para o primeiro bis, onde tocou a fase mais pop da banda dos anos 2000. Apesar de serem canções menos impactantes dentro do repertório do grupo, “Beatiful Day”, “Elevation” e “Vertigo” ao vivo tem uma energia impressionante fazendo balançar o velho e ultrapassado estádio. No segundo bis, uma homenagem da banda a todas as mulheres do mundo em “Ultraviolet (Light My Way)” e a nova e interessante “You´re The Best Thing About Me” e para fechar com chave de ouro a emocionante e clássica “One” do disco Achtung Baby de 1991.

Durante o show Bono fez declarações politizadas, citando também em um momento do show Renato Russo e Cazuza, o baterista Larry Mullen Jr. usava uma camisa escrita “Censura Nunca Mais” talvez um recado aos idiotas do MBL. Esta turnê se mostra mais “simples” do que as anteriores, sem toda aquela parafernália tecnológica, “apenas” com um telão gigantesco com imagens que dialogam com as canções. É um U2 com uma pegada mais roqueira e engajada, com aquele espírito dos anos oitenta.


O grupo mostrou também que está em grande forma, mesmo com quarenta anos de estrada e os integrantes beirando os sessenta anos, com Bono Vox cantando muito, mesmo com algumas limitações vocais devido à idade. Detalhe negativo foi o curto setlist com apenas vinte uma músicas, mas o U2 não decepcionou ninguém, fazendo um show tecnicamente perfeito e muito emocionante. Uma experiência incrível, sem dúvida alguma. 

Setlist Noel Gallagher:

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  5. (Oasis cover)
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  7. (Oasis cover)
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  8. (Oasis cover)
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  9. (Oasis cover)
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  10. (Oasis cover)
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  11. (dedicated to Gabriel Jesus)

Setlist U2:

  1. The Whole of the Moon
    (The Waterboys song)
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  4. (with "O Alquimista" and "Heroes" snippets)
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  6. The Joshua Tree
  7. (with "California (There Is No… more )
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  10. (with "The Star-Spangled… more )
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  16. (with "Wise Blood" and "Eeny Meeny Miny Moe" snippets)
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  18. Encore:
  19. (with "Starman" snippet)
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  21. (with "Rebel Rebel" snippet)
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  22. Encore 2:
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  25. (with "Invisible" refrain)




4 de outubro de 2017

Foo Fighters arrisca um pouco mais e se dá bem em novo disco

Dia 15 de setembro deste ano o Foo Fighters lançou seu nono disco de estúdio, Concrete and Gold, álbum muito aguardado pelos fãs e pela crítica em geral, após o mediano disco (lançado com um belo documentário) Sonic Highways de 2014. Produzido por Greg Kurstin, que trabalhou com vários artistas pop, como Pink, Adele e Lily Allen, é mais um desafio na carreira vitoriosa do Foo Fighters e de seu líder e “manda chuva” Dave Grohl, o de manter o público de seus shows e conseguir angariar novos fãs.


Antes de mais nada é preciso lembrar que o Foo Fighters ao contrário do Nirvana, banda anterior de Grohl, é uma banda que toca em grandes estádios (o Nirvana mesmo depois do avassalador sucesso continuou a tocar em lugares de porte médio), com públicos gigantescos. Todos esperam um disco com uma sonoridade totalmente diferente, mas uma banda deste porte precisa de canções radiofônicas e com apelo mais pop para tocar nas rádios e manter um grandioso número de fãs para lotar as turnês.

Esta é o grande desafio em todo lançamento de qualquer banda grande e não é diferente com o Foo Fighters: Como lançar algo novo e não causar a repulsa e o estranhamento do grande público que acompanha o grupo? Em Concrete and Gold, o Foo Fighters dosa novas sonoridades com o tradicional som da banda e se dá muito bem.

O disco abre com a faixa “T-shirt” que começa lenta no violão com vocal bem suave de Grohl e explode no meio com um rock de arena tradicional, com coros grandiosos. “Run” vem logo em seguida e parece fraca nas primeiras audições (principalmente por causa de seu forçado videoclipe), mas vai ganhando corpo com algumas audições mais atentas, com uma letra que fala sobre fugir para um lugar melhor, com riffs de guitarras secos e certeiros.


“Make it Right” tem uma discreta participação nos vocais do astro pop Justin Timberlake. Bem “ledzepelliana”, com bastante influência dos anos setenta, tem um riff simples e manjado, mas que fica na cabeça e um belo refrão. Em “The Sky is a Neighborhood” a banda arrisca um pouco mais e tem uma sonoridade mais próxima da música negra norte americana, com um refrão grandioso para ser cantado em estádios e participação nos vocais de Alison Mosshart do The Kills. No clipe tem a participação das filhas de Dave Grohl, Harper e Violet.


“La Dee Da” tem um toque de psicodelia e um refrão ao estilo Queens of the Stone Age, enquanto “Dirty Water” começa acústica e envolvente com vocais femininos, mas no refrão fica pesada e repetitiva. “Arrows” tem um som mais característico do Foo Fighters, com início calmo e refrão explosivo. "Happy Ever After (Zero Hour)" é uma balada no violão com bastante influência dos Beatles, principalmente Paul McCartney e é a que menos empolga no disco.

“Sunday Rain” tem a participação de McCartney na bateria e tem um clima setentista ao estilo soft rock, lembrando também algumas coisas da carreira solo de John Lennon no refrão. Cantada pelo baterista Taylor Hawkins é uma das mais interessantes do disco. “The Line” é a melhor música do álbum, apesar de ser uma música com o manjado andamento das músicas da banda, tanto que poderia estar em discos como The Colour and the Shape ou There´s Nothing Left to Loose. Tem belos riffs, refrão explosivo, letra existencialista e um belo solo de guitarra. Para encerrar o disco, a canção “Concrete and Gold” emula Pink Floyd, em um clima psicodélico e arrastado com participação de Shawn Stockman, integrante do Boys II Men nos vocais.


Apesar de muitas críticas ao disco, dizendo que não traz nada de novo, Concrete and Gold se sai muito bem, um disco equilibrado que se não chega a ser genial é melhor do que o álbum anterior, Sonic Highways de 2014. Aqui as canções são mais bem resolvidas e inspiradas, apesar das discretas participações especiais que prometiam muito mais. Em 2018 a banda retornará ao Brasil com a turnê deste álbum e com certeza vai entregar ao público o que eles pedem: um rock alto com guitarras no talo, sem esquecer as melodias pop e os refrões grandiosos, isto a banda de Dave Grohl sabe fazer e muito bem. 

20 de setembro de 2017

Os plágios de Raul Seixas

Raul Seixas além de ser um dos maiores artistas da história musical brasileira era uma enciclopédia do rock dos anos cinquenta e sessenta e em suas músicas nunca escondeu estas influências. Na cara dura, Raulzito roubou diversas harmonias e linhas melódicas de grandes clássicos do rock em suas canções, sem dar crédito aos autores e nem registrá-las como versões. Isto não diminui a genialidade deste grande artista, tanto que neste post vamos relembrar algumas de suas “apropriações” em nome do bom e velho Rock and roll.


 “S.O.S.” e “Spaceman” (da banda The Byrds)

Na canção “SOS” do clássico disco Gita de 1974, Raul não só pegou a melodia emprestada da canção do Byrds lançada em 1966", como também o tema da música, sobre discos voadores.




“Rock do diabo” e “Honey don´t” (do cantor Carl Perkins)

Aqui Raulzito copiou o clássico riff, além da melodia da música, nesta canção de Carl Perkins que foi regravada pelos Beatles. Mais um exemplo do fanatismo de Raul pelo rock dos anos 50. “Rock do diabo” faz parte do disco Novo Aeon de 1975.



“Peixuxa” e “Ob-la-di Ob-la-da” (dos Beatles)

Do pianinho inicial à linha de baixo, Raulzito faz sua versão não autorizada da clássica canção do álbum branco dos Beatles. “Peixuxa” faz parte do disco Novo Aeon de 1975.



“Ouro de tolo” e “Sentado à beira do caminho” (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

Raul pegou a sequência harmônica da clássica canção de Roberto e Erasmo e fez um de seus maiores clássicos, em que ele mostra todo o inconformismo falando que não iria ficar sentado na poltrona esperando a morte chegar. “Ouro de tolo” foi lançada em 1973 no disco Krig Ha Bandolo enquanto a canção de Erasmo e Roberto foi lançada em 1970 originalmente.



“Dia da saudade” e “Get back” e “Back in the URSS” (dos Beatles)

Não satisfeito em copiar uma música, nesta canção Raul copia duas canções dos Beatles, na introdução copia “Get back” e no refrão copia “Back in the URSS”. “Dia da saudade” foi lançada no disco Há Dez Mil Anos Atrás de 1976.