13 de dezembro de 2013

Os melhores discos de 2013 (Parte 5)

Nine Inch Nails – Hesitation Marks


Trent Reznor, líder, vocalista e faz tudo do Nine Inch Nails, é um daqueles gênios musicais, que constroem com sua música um universo próprio, em que é preciso o ouvinte estar no clima para entender e captar melhor a sonoridade dos discos da banda.

Depois do êxito comercial do disco The Downward Spiral de 1994, Reznor começou a complicar ainda mais o som da banda, construindo uma discografia complexa, cheia de nuances e conceitos, como por exemplo, nos discos The Fragile de 1999 e Ghosts I-IV de 2008, disco no qual as músicas não tem nome, apenas o número da faixa.

Em seu novo disco, Reznor decidiu descomplicar um pouco (somente um pouco) a sonoridade do Nine Inch Nails. Hesitation Marks tem um lado eletrônico mais acentuado, com as guitarras sendo usados na maioria das músicas apenas para dar um clima mais denso, ao contrário das paredes de guitarras barulhentas e distorcidas de seus primeiros trabalhos. 

Músicas como “Copy A” (que tem uma letra que critica um pouco a falta de criatividade musical da atualidade) e “Come back haunted”, são músicas que são aulas de como os efeitos eletrônicos quando bem utilizados podem transformar uma música em algo forte e envolvente. Os arranjos são extremamente empolgantes, dando até um aspecto dançante às canções em um álbum que não perde o pique em quase nenhum momento.

A reflexiva “Find my way" dá uma quebrada no ritmo na primeira parte do disco, mas é uma pausa necessária, que se encaixa bem no álbum. Muitos reclamaram da música “Everything”, por ser mais alegre e aparentemente desleixada, mas é nada mais nada menos do que uma homenagem ao rock dos anos 80, de bandas como The Cure. Na minha opinião a música não compromete e não estraga o clima tenso e dark do disco.

“Satellite” tem uma batida meio Hip Hop no começo e também tem ares de música pop, mas no decorrer da música Reznor impõe seu estilo e deixa claro que é uma música acima da média no cenário da música atual. “Various methods of escape" é outra música fantástica, na primeira vez no disco em que ouvimos uma bateria orgânica, sem ser eletrônica.

"Running" lembra bastante o trabalho de Thom Yorke nos últimos trabalhos do Radiohead e seu trabalho paralelo, o Atoms for Peace, mas claro, com marca registrada de Reznor, sem nenhuma sombra de cópia ou plágio. Uma música com um clima tenso e desesperador, graças ao arranjo que mesmo repetitivo, não se torna irritante.

Com a ajuda do mega produtor Alan Moulder (que já trabalhou com Depeche Mode e Smashing Pumpkins entre outros), Trent Reznor finalmente pôs novamente o Nine Inch Nails nos eixos, fazendo um de seus melhores trabalhos, mesmo se aproximando um pouco mais do pop do que o rock industrial que consagrou a banda no início de carreira. O melhor disco do Nine Inch Nails desde Downward Spiral. 













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