Que a Legião Urbana é uma
das bandas mais impactantes da história do rock brasileiro todos já sabem,
ficando até difícil fazer qualquer tipo de listagem, seja dos melhores discos
ou das melhores músicas. Hoje no blog me proponho o desafio de definir minhas
dez músicas preferidas da banda de Renato Russo. Faça sua lista também.
“Ainda é Cedo” (Do disco
Legião Urbana de 1985)
Com uma linha de baixo
chupada do Joy Division esta canção se transformou num dos maiores clássicos do
grupo. Chama a atenção também a guitarra cheia de harmônicos de Dado Villa
Lobos, além da interpretação de Renato Russo, com uma letra que fala sobre uma
relacionamento de dependência mútua. Uma das maiores canções do rock
brasileiro, sem dúvida.
“Soldados” (Do disco Legião
Urbana de 1985)
A batida marcial da bateria
de Marcelo Bonfá comanda a canção, com uma letra que fala sobre a guerra em um
tom messiânico (como não poderia deixar de ser) de Renato Russo. Um teclado
simples e envolvente acrescenta o tom de dramaticidade da canção culminado um
esporro de guitarra no final. Uma das melhores do disco de estreia da Legião.
“Daniel na Cova dos Leões”
(Do disco Dois de 1986)
Com um riff de guitarra
simples e sensacional ao mesmo tempo, a canção se transforma em uma das
melhores aberturas de disco do rock brasileiro. Em uma letra com referência ao
sexo oral: “Aquele gosto amargo do seu corpo / Ficou na minha boca por mais
tempo” e um título com um personagem bíblico, se tornou presença obrigatória em
quase todos os shows da Legião. Um clássico instantâneo, sem dúvida.
“Acrilic on Canvas” (Do
disco Dois de 1986)
Um belíssimo lado b da
banda, que pouca gente valoriza. Uma linha de baixo sensacional de Renato Rocha
dialoga perfeitamente com a tensão da letra de Renato Russo, que fala sobre uma
perda amorosa, fazendo uma analogia genial com uma pintura em um quadro.
Destaque para a guitarra estilo The Cure de Dado Villa Lobos na música.
“Tempo Perdido” (Do disco
Dois de 1986)
Um dos riffs iniciais mais
marcantes do rock brasileiro, mostrando que Dado Villa Lobos era um dos
guitarristas mais inventivos de sua geração. Uma letra que virou um clássico,
definindo as amarguras da juventude de uma forma jamais feita e a tradicional
interpretação triste e ao mesmo tempo segura de Renato Russo. Uma canção que
não poderia ficar de fora desta listagem.
“Índios” (Do disco Dois de
1986)
Quando Dinho Ouro Preto
ouviu a música antes mesmo do disco ser lançado, ficou alucinado e não
acreditava em como o Renato tinha conseguido sintetizar tão bem a realidade do
Brasil em uma letra. Desde a batida inicial até os teclados que de tão
simples chegam a ser geniais, a canção se tornou um dos maiores exemplos do
poder da banda em criar canções impactantes e letras profundas.
“Angra dos Reis” (Do disco
Que País é Este? de 1987)
Uma das canções mais tristes
e melancólicas da banda, com uma letra que fala sobre desilusão amorosa, só
perde o posto de canção mais deprê da Legião para “Vento no Litoral”. Com uma
estrutura bem simples só teclado e bateria é um dos pontos altos do disco Que
País é Este, em que a banda regravou diversas canções antigas da época do
Aborto Elétrico.
“Há Tempos” (Do disco As
Quatro Estações de 1989)
A Legião sempre misturou
violões com guitarras, mas esta é uma das canções em que a combinação dá mais
certo, com os dedilhados e arpejos simples e certeiros de Dado Villa Lobos. Com
várias referências literárias, a letra fala sobre solidão, drogas entre outros
temas.
“Metal Contra as Nuvens” (Do
disco V de 1991)
Um épico de mais de dez
minutos com bastante influência do rock progressivo, com várias mudanças de
ritmo e tempo. Na letra Renato Russo destila todo seu ódio ao governo Collor e
seu polêmico Plano Collor, que confiscou o dinheiro de muita gente. Uma canção
que mostrava a evolução musical dos integrantes da banda, que mesmo não sendo
virtuosos faziam arranjos interessantes.
“Perfeição” (Do disco O
Descobrimento do Brasil de 1993)
A letra desta canção
sintetiza perfeitamente a realidade do Brasil sendo mais do que atual nos dias
de hoje. Uma música que se destaca muito das demais deste disco que não é um
dos mais inspirados da Legião. A canção tem um peso nas guitarras que
provavelmente vem da influência do rock de Seattle dos anos noventa que fazia
muito sucesso na época.