2013 não foi um ano fácil para a música. A MTV Brasil
acabou, picaretagens como Anita, Naldo e Miley Cyrus ganharam cada vez mais
espaço na mídia, enquanto artistas novos com qualidade se matam no underground
para conquistar seu lugar ao sol.
Mesmo com tantas adversidades, alguns artistas conseguiram
se destacar em meio a este marasmo, em sua maioria artistas consagrados, que
tiveram que ressurgir das cinzas para mostrar para a nova geração como se deve
fazer música. Vamos então começar a eleger segundo o blog, os melhores discos
lançados este ano.
David Bowie – The Next Day
Fazia dez anos que o bom e velho
Bowie não lançava um álbum de músicas inéditas. Seu último trabalho de estúdio
tinha sido o disco Reality de 2003. Depois de vários rumores sobre o estado de
saúde do cantor, saiu este ano o disco The Next Day e Bowie não decepcionou.
Bowie ficou dois anos em silêncio
compondo e gravando as bases para este disco junto com o produtor Toni
Visconti. Na capa do disco, brinca com a clássica capa do disco Heroes de 1977,
colocando um quadro branco escrito o nome do disco novo sobre a icônica foto.
Se em discos clássicos como Ziggy Stardust e Alladin Sane, Bowie assume outros
personagens para cantar suas músicas, neste novo álbum ele prefere não criar
nenhum personagem, nem mostrar sua cara na arte do disco, fazendo que as
músicas falem por si só.
Logo na primeira música, que leva o
nome do disco, Bowie declara “"Aqui estou / Não propriamente morto / Meu
corpo deixado para apodrecer numa árvore oca", dando a ideia da força das
novas músicas, que estão impregnadas em suas letras de reflexões sobre a fama,
problemas de saúde e depressão.
Em “Stars (Are out tonight)”, Bowie
critica os artistas em geral que fazem de tudo pela fama, mas no fundo invejam
a vida simples das pessoas “normais”. O disco ainda tem pérolas pop como “Valentine´s
day” e “Boss of me” e belíssimas músicas reflexivas como "Where Are We
Now?" e "You Feel So Lonely You Could Die". The Next Day foi
considerado o melhor trabalho de Bowie em anos e em apenas uma semana chegou ao
topo da parada britânica de discos mais vendidos. Valeu a pena tanto tempo de
espera.
São poucas as bandas que conseguem
se reerguer após a perda de um vocalista. O Alice in Chains teve que passar por
um processo de reconstrução após a morte de seu grande vocalista, Layne Staley
em 2002, devido a uma overdose de drogas.
William Duvall foi escolhido em 2007
para ser o novo vocalista da banda, para dividir as harmonias com o guitarrista
Jerry Cantrell. O que tinha tudo para dar errado deu liga e banda lançou um
ótimo disco em 2009, Black Gives Way to Blue, com várias referências a perda de
seu vocalista original. Duvall segurou bem a bronca e deu segurança para que
Cantrell pudesse tocar e cantar com mais desenvoltura.
Este ano a banda lançou um novo
disco, The Devil Put Dinonossaurs Here, que traz a sonoridade característica da
banda, rocks densos e arrastados, com muito peso e também algumas delicadezas
acústicas. O grande destaque do disco é Cantrell, que é capaz de fazer riffs
colossais (como em “Stone” e “Hollow”), solos com belíssimos timbres, como por
exemplo, em “Low Ceilling" e cantar na maioria das músicas, mostrando grande
desempenho vocal, principalmente nos momentos mais calmos como em “Voices” e
“Scalpel”.
Com este álbum, o Alice in Chains
demonstra que a nova formação veio para ficar e que pode dar continuidade a
bela discografia do grupo. A banda está em ótima forma e ainda veio ao Brasil
este ano, fazendo shows competentes no Rock in Rio e em São Paulo. Com
certeza um dos destaques musicais de 2013.
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