Que o U2 é uma das bandas mais bem
sucedidas de história do rock todos já sabem. Do começo de carreira com um som
potente e idealista para uma megabanda de estádio dos dias atuais, os quatro
integrantes do U2 construíram uma carreira fonográfica não tão homogênea,
misturando grandes discos com outros medianos.
Só sendo muito fã para ter discos como Pop
(1996) ou All That You Can Leave Behind (2000), em que a banda flertou mais com
o pop do que propriamente com o Rock n´roll. Por este motivo resolvi fazer um
post sobre os álbuns essenciais do U2, para aqueles que querem ter o que há de
melhor do som da banda, sem ter que comprar todos os discos.
War (1983)
O terceiro álbum do U2 foi produzido por
Steve Lillywhite e foi o primeiro disco da banda a chegar ao topo da parada
inglesa, desbancando o disco Thriller de Michael Jackson. Neste trabalho, como
o próprio título já diz, a banda usa como temática principal a guerra e suas
consequências.
Na capa foi utilizada a foto do garoto Peter
Rowen (irmão do amigo de Bono, Guggi). Este mesmo rapaz aparece na capa dos
discos Boy e a coletânea The Best of 1980-1990. Bono explica que a escolha de
um garoto na capa e não de tanques de guerra é pelo fato da guerra não ser
necessariamente uma coisa física, podendo ser uma guerra também mental.
O disco gerou clássicos instantâneos como
“Sunday bloody sunday” (que fala sobre o Domingo Sangrento, um dos episódios
mais marcantes da história irlandesa) e “New year´s day” que fala sobre o
movimento polonês Solidarity. Ainda havia músicas que falavam de amor “Two
hearts beat as one”, música cantada pelo guitarrista The Edge, “Seconds” e
música inspirada no Salmo 40 da Bíblia, “40”.
Neste trabalho ficaram mais evidentes as
grandes qualidades do U2, o idealismo e vontade de mudar o mundo, a guitarra
criativa e ao mesmo tempo econômica de The Edge, a interpretação apaixonada e
vibrante de Bono Vox e a “cozinha” competente de Larry Mullen Jr. e Adam
Clayton. Um dos discos mais importantes e essenciais da
década de 80.
The Joshua Tree (1987)
Com este disco a banda selou de vez a
vitoriosa parceria com os produtores Brian Eno e Daniel Lanois. Desta vez a
inspiração para o álbum foi a música americana e o sentimento de amor e ódio
dentro dos Estados Unidos. A banda voltava a fazer um som mais cru ao contrário
do experimentalismo do disco anterior, The Unforgettable Fire de 1984.
Na capa e arte do álbum foi desenvolvido o
conceito de deserto, com base na Árvore de Josué, resistente planta que
habitava nos desertos dos Estados Unidos. A arte do disco reforçava o clima de
espiritualidade e religiosidade, temas que se misturavam com a preocupação
política e social da banda.
Joshua Tree bateu diversos recordes,
ficando em primeiro lugar na parada de mais de 20 países e gerando sucessos
como “Where the streets have no name” e “With or without you” além de pérolas
perdidas como a pedrada “Bullet the blue sky” e “In a god´s country”.
The Edge se afirmou em The Joshua Tree como
um dos maiores guitarristas de sua geração, graças ao seu estilo minimalista e
uso de efeitos como delay e eco. Depois deste disco o U2 entrou de vez para o
hall das grandes bandas de rock com turnês milionárias e status de heróis do
rock.
Achtung Baby (1991)
Tentando se afastar de seu som
característico, a banda se isolou em Berlim em 1990 para fazer as gravações de
seu mais variado álbum até então. O título do disco (em Português significa
“Atenção Baby!”) já demonstra que o U2 queria surpreender a crítica e os fãs
com novas sonoridades e estilos musicais.
Mais uma vez produzido pela dupla Brian Eno
e Daniel Lanois, a banda mistura música eletrônica, industrial e um pouco de
pop ao seu rock engajado. “Misteryous ways”, por exemplo, tem um ritmo mais
funky, graças a levada e pelo uso do efeito wah wah da guitarra de The Edge.
O disco foi um sucesso de crítica e de
público, ficando em primeiro lugar na parada da Bilboard e ganhando em 1993 o
prêmio Grammy como melhor performance de rock. Gerou o sucesso estrondoso
“One”, uma das músicas mais bonitas escritas pela banda. Após este disco a
banda caiu na estrada com a turnê Zoo Tour, uma verdadeira revolução tecnológica
no ramo dos shows de rock, com vários recursos multimídia.
Com Achtung Baby, o U2 abriu novos caminhos
em sua carreira e se distanciou de vez do rock mais tradicional do início de
carreira. Este álbum acabou influenciando uma nova geração de músicos que
posteriormente surgiram em bandas de sucesso como The Killers e Coldplay,
grupos que primam pela grandiosidade e se inspiraram no rock ambicioso feito
pelo U2.
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