26 de março de 2014

Raimundos não faz feio em Cantigas de Roda

Depois da traumática saída de Rodolfo do Raimundos em 2001, o guitarrista Digão teve a árdua missão de substituir o carismático vocalista. A banda tinha lançado seu último disco de estúdio com músicas inéditas em 2002 e desde então vem se segurando com os hits feitos na fase inicial do grupo. De certa forma isto incomodava um pouco, pois dava aquela impressão de banda que vive do passado, faltava um novo trabalho para dar um novo ânimo para o Raimundos.


Este ano, com a ajuda coletiva dos fãs, a banda lançou um novo trabalho com músicas inéditas. Cantigas de Roda foi produzido pelo vocalista da banda Biohazard, Billy Graziadei e gravado no estúdio dele em Los Angeles. Neste novo álbum o Raimundos volta no tempo e faz um som que lembra os discos que levaram o grupo ao sucesso nos anos 90.

“Cachorrinha” abre o disco com um hardcore frenético e sacana, lembrando o primeiro álbum da banda de 1994. “BOP” tem um belo riff, mostrando que Digão ainda tem um belo feeling na guitarra, com uma letra que fala sobre maconha. “Baculejo” tem uma melodia bem pop, belo refrão e guitarras afiadas.

“Cera quente” é uma balada característica do Raimundos, com uma letra sacana como não poderia deixar de ser. “Rafael” é uma música menos inspirada, que fala de um garoto que não gosta de estudar. 

“Dubmundos” tem metais e um ritmo mais suingado, com a participação de Sen Dog do Cypress Hill. “Gordelícia” é um ska que lembra a fase do disco Só No Forevis de 1999. “Politics” encerra o disco com um tom mais sério, mas se perde um pouco em seu discurso politizado.

Em Cantigas de Roda o Raimundos resgata o “Forrócore” que levou o grupo ao sucesso e faz o um rock adolescente e sacana, sem maiores pretensões. Um disco que faz voltar no tempo e lembrar uma fase sem tantos problemas e preocupações. Um trabalho que obviamente não vai mudar o mundo, mas com um saldo final bem positivo e que vai dar um gás ainda maior para a banda brasiliense. 





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