Depois da traumática saída
de Rodolfo do Raimundos em 2001, o guitarrista Digão teve a árdua missão de
substituir o carismático vocalista. A banda tinha lançado seu último disco de
estúdio com músicas inéditas em 2002 e desde então vem se segurando com os hits
feitos na fase inicial do grupo. De certa forma isto incomodava um pouco, pois
dava aquela impressão de banda que vive do passado, faltava um novo trabalho
para dar um novo ânimo para o Raimundos.
Este ano, com a ajuda
coletiva dos fãs, a banda lançou um novo trabalho com músicas inéditas.
Cantigas de Roda foi produzido pelo vocalista da banda Biohazard, Billy
Graziadei e gravado no estúdio dele em Los Angeles. Neste novo álbum o
Raimundos volta no tempo e faz um som que lembra os discos que levaram o grupo
ao sucesso nos anos 90.
“Cachorrinha” abre o disco
com um hardcore frenético e sacana, lembrando o primeiro álbum da banda de
1994. “BOP” tem um belo riff, mostrando que Digão ainda tem um belo feeling na
guitarra, com uma letra que fala sobre maconha. “Baculejo” tem uma melodia bem
pop, belo refrão e guitarras afiadas.
“Cera quente” é uma balada
característica do Raimundos, com uma letra sacana como não poderia deixar de
ser. “Rafael” é uma música menos inspirada, que fala de um garoto que não gosta
de estudar.
“Dubmundos” tem metais e um
ritmo mais suingado, com a participação de Sen Dog do Cypress Hill. “Gordelícia”
é um ska que lembra a fase do disco Só No Forevis de 1999. “Politics” encerra o
disco com um tom mais sério, mas se perde um pouco em seu discurso politizado.
Em Cantigas de Roda o Raimundos resgata o “Forrócore” que levou o grupo ao sucesso e faz o um rock
adolescente e sacana, sem maiores pretensões. Um disco que faz voltar no tempo
e lembrar uma fase sem tantos problemas e preocupações. Um trabalho que
obviamente não vai mudar o mundo, mas com um saldo final bem positivo e que vai
dar um gás ainda maior para a banda brasiliense.
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