Ronnie Von começou sua
carreira como cantor / galã e teve pouco controle de sua arte neste início de
carreira. A virada na carreira de Ronnie veio com o disco homônimo de 1969, com
grande influência da psicodelia. O cantor chutou o balde, fez o que quis
finalmente no estúdio e fez um dos discos mais cultuados da música brasileira.
Ele ainda gravou mais dois
discos com os pés no experimentalismo e na fase psicodélica dos Beatles. Leia
mais sobre estes álbuns aqui. Mesmo assim muita gente ainda não conhece a rica
obra deste cantor e apresentador de TV, por isto vamos indicar 10 músicas para
começar a ouvir o som deste carismático e talentoso artista.
“Meu novo cantar” (Do disco
Ronnie Von de 1969)
Logo na primeira faixa deste
clássico disco, Ronnie declama que está sem rumo e está em busca de novos
horizontes. Muitos teclados Moog e arranjos orquestrados oriundos do maestro
Tropicalista Damiano Cozzela dão o tom de experimentalismo desta grande canção.
“Espelhos quebrados” (Do
disco Ronnie Von de 1969)
No inicio da canção ouve-se
o som de espelhos sendo quebrados, o que foi feito dentro do próprio estúdio. A
música tem em sua letra uma forte influência da poesia concretista. O belo
arranjo de cordas dá um aspecto de música feita no século XIX, algo proposital,
pois Ronnie queria que ela tivesse este clima mesmo.
“Anarquia” (Do disco Ronnie
Von de 1969)
Em pelo regime militar
Ronnie grava uma canção que pede para as pessoas irem para rua fazer uma grande
anarquia. Antes da música há uma vinheta que é uma ligação telefônica feita
para Ronnie no estúdio em que gravava o disco. Esta gravação é uma crítica à qualidade
do serviço telefônico da época, que tinha muitos chiados e ruídos.
“De como meu herói Flash
Gordon irá levar-me de volta à Alfa do Centauro meu verdadeiro lar” (Do disco A
Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império Do Nunca Mais de 1969)
Questionado por um
funcionário de sua gravadora que seus discos deveriam ter um nome em vez de
somente Ronnie Von, o cantor resolveu provocar e colocar um nome gigantesco não
só no disco, como também na primeira canção do álbum. A música também é uma
homenagem ao herói dos quadrinhos Flash Gordon.
“Rose Ann” (Do disco A
Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Império Do Nunca Mais de 1969)
Uma das melhores músicas do
disco, a letra é cantada em três idiomas (Inglês, Francês e Português). As
mudanças de ritmo da música lembram um pouco o que foi feito no rock
progressivo, pouco tempo depois, na década de 70. Uma canção com arranjo
riquíssimo, com acordeon, teclados moog e guitarra com tremolo.
“A Máquina Voadora” (Do
disco A Máquina Voadora de 1970)
Do terceiro disco da
trilogia psicodélica do cantor, a música é uma homenagem a uma das grandes
paixões de Ronnie, a aviação. O título da música também é inspirado na obra de
Leonardo da Vinci que tem o mesmo nome.
“O verão nos chama” (Do
disco A Máquina Voadora de 1970)
Nesta música Ronnie fala
sobre aproveitar a vida sem maiores preocupações. Destaque para a guitarra
distorcida, os metais e os teclados que transformam esta canção em algo
irresistível.
“Imagem” (Do disco A Máquina
Voadora de 1970)
Outra grande canção do disco
com uma letra muito bonita, arranjo de cordas e ótima interpretação e Ronnie
Von.
“Minha gente amiga” (Lançada
em compacto em 1971)
Esta música tem uma letra
que fala de um cara comum que busca o amor e o dinheiro. Com uma percussão
latina e um riff de guitarra que fica na cabeça é um dos maiores clássicos de
sua carreira. Foi regravada pelo Ira! no disco Isso é Amor de 1999.
“Cavaleiro de Aruanda” (Do
disco Ronnie Von de 1972)
Ronnie surpreendeu ao gravar
esta canção do compositor argentino Tony Osanah. A canção
tem como tema a Umbanda e tem um ritmo tribal bem africano, com uma interpretação
forte de Ronnie Von. A canção vendeu mais de 2 milhões de compactos e virou
tema recorrente nos terreiros de Umbanda.
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