A década de 80 foi a chamada
“Década de Ouro” do rock brasileiro, devido a um grande número de grandes
bandas e compositores que fizeram canções que são atuais até hoje e que ainda
tocam nas rádios e fazem a cabeça de milhares de pessoas, tanto as novas
gerações quanto a galera que foi adolescente naquela época.
Vários fatores contribuíram para
uma grande leva de novos talentos dentro do rock nacional, entre eles, a
abertura política, os problemas sociais e também o fato desses novos
compositores serem de famílias abastadas
e poderem ter acesso a equipamentos e discos importados e ao mesmo tempo terem
uma consciência política e social que combinavam com os anseios do povo
brasileiro.
Hoje no blog comentarei
sobre dez grandes discos do rock brasileiro dos anos oitenta, levando em conta
além de sua qualidade musical e sucessos radiofônicos, seu contexto político e
social e sua importância dentro do cenário brasileiro desta importante década.
Legião Urbana – “Legião
Urbana” (1985)

O disco de estreia da Legião
Urbana é uma das melhores estreias do rock brasileiro. Logo neste primeiro
trabalho a banda mostra toda sua energia e seu descontentamento social em
canções como “Soldados”, “O Reggae” e “Petróleo do Futuro”. Com influência de
bandas como The Cure, Joy Division e Gang of Four, a Legião construiu neste
álbum um pós-punk tupiniquim que casou muito bem com as letras politizadas e
melancólicas de Renato Russo. Leia mais sobre este disco neste link.
Titãs – “Cabeça Dinossauro”
(1986)

“Cabeça Dinossauro” foi o
terceiro disco da banda e era a prova de fogo para eles, pois os dois primeiros
discos não tinham vendido o suficiente e era o último disco de contrato com a
gravadora. Neste trabalho o Titãs finalmente encontrou uma sonoridade mais concisa
e pesada e disparou contra vários setores da sociedade com em “Igreja”, “Estado
Violência” e “Polícia”. Leia mais sobre este disco neste link.
Ira! – “Vivendo e Não
Aprendendo” (1986)

O segundo disco do Ira! é
uma coleção de clássicos do rock brasileiro como “Envelheço na Cidade”, “Dias
de Luta” e “Flores em Você”. A tensão dos integrantes com o produtor Liminha
foi uma das polêmicas envolvendo este trabalho que teve um resultado final
incrível e segue como um dos melhores discos da discografia da banda. Leia mais
sobre este disco neste link.
Cazuza – “Ideologia” (1988)

O terceiro disco do poeta
carioca mostrava um cantor mais maduro, Cazuza não era mais o exagerado, mas
sim um cara preocupado com os rumos do país. Com clássicos indiscutíveis como a
música título, “Brasil” e “Faz Parte do Meu Show” se tornou o melhor trabalho
solo dele e um dos melhores discos da década de oitenta. Leia mais sobre este
disco neste link .
Legião Urbana – “Dois”
(1986)

O segundo disco da Legião
era pra ter sido duplo e tem um som mais refinado e trabalhado do que o
primeiro disco, mas as influências de The Cure e Smiths continuam ali. Neste
álbum temos clássicos como “Daniel na Cova dos Leões”, “Tempo Perdido” e “Índios”.
A esta altura Renato Russo já se destacava como um dos maiores letristas de sua
geração. Leia mais sobre este disco neste link .

Foi neste terceiro disco que
a banda começou a ficar mais politizada e a mistura de reggae, ska e música
africana era o fundo para crônica social de Herbert Vianna em canções como “Alagados”,
a música título e “Teerã”. Um álbum essencial para qualquer coleção que se preze.
Leia mais sobre este disco neste link.
RPM – “Revoluções Por Minuto”
(1985)

O primeiro trabalho do RPM
foi um disco revolucionário, com o uso de sintetizadores e bases eletrônicas.
Este álbum gerou um dos maiores fenômenos da história da música brasileira, o
disco “Rádio Pirata ao Vivo” um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos no
país. Quase todas as canções de “Revoluções Por Minuto” tocaram na rádio, o que
elevou este trabalho a um dos mais marcantes do rock brasileiro. Leia mais
sobre este disco neste link.
Plebe Rude – “O Concreto Já
Rachou” (1986)

Mais uma grande banda da
safra de Brasília. Mesmo com integrantes de famílias ricas, a Plebe Rude sempre
teve uma postura crítica ao que estava ocorrendo no Brasil, com letras que falavam
sobre a pobreza e as injustiças sociais. Destaque para clássicos como “Até
Quando Esperar” e “Proteção”. Leia mais sobre este disco neste link .
Titãs – “Jesus Não Tem
Dentes No País Dos Banguelas” (1987)
O próprio título do álbum já
é um retrato de um país pobre e cheio de incertezas. Com um lado A mais dançante e
um lado B mais roqueiro, “Jesus” é um dos melhores discos dos anos 80 e da
carreira do Titãs, que estava no auge de sua criatividade e ainda com todos
seus principais integrantes que foram saindo da banda com o tempo. Leia mais
sobre este disco neste link .
Os Paralamas do Sucesso – “O
Passo do Lui” (1984)

O segundo disco do Paralamas
parece mais um coletânea de sucessos do que um disco de estúdio. Quase o álbum
inteiro foi tocado nas rádios e gerou clássicos como “Meu erro” e “Ska”. Um
disco bem mais trabalhado do que o álbum anterior, que tinha sido feito de uma
forma que não agradou seus integrantes. Leia mais sobre este disco neste link .