Dia 15 de outubro saiu o décimo
disco de estúdio do Pearl Jam, Lightning Bolt. Das principais bandas de
Seattle, o Pearl Jam foi a que conseguiu construir uma carreira mais constante
e duradora, sem separações, morte de vocalista ou longos períodos sem lançar um
disco novo, tendo uma carreira fonográfica muito constante.
Mesmo não conseguindo fazer
álbuns tão bons e significativos como o primeiro disco da banda, Ten, que
catapultou o grupo para o estrelato, o Pearl Jam lançou discos sempre
respeitando uma coerência musical, sem fazer mudanças tão radicais em seu som e
sempre fiéis ao tradicional som de rock que fazem, mesmo com algumas
experimentações ao longo da carreira.
Neste novo disco a banda vem
mais inspirada do que em seus dois discos anteriores, o irregular Pearl Jam
(disco do abacate) de 2006 e o mediano Backspacer de 2009. Em Lightning Bolt, o
Pearl Jam aparece com arranjos mais bem resolvidos e com uma produção mais cuidadosa
(do que, por exemplo, discos com sons bem rústicos como No Code e Binaural). A
produção ficou a cargo de Brendan O´Brien, que trabalhou com a banda na maioria
de seus discos.
Começando com o rock robusto
de “Getaway”, um tradicional rock do Pearl Jam com riff potente e com uma
“cozinha” pesada para que Eddie Vedder com sua voz marcante fale sobre fé e
encontrar seu próprio lugar no mundo. Logo de cara percebe-se que o disco tem
um vigor a mais do que os discos anteriores. Em “Mind your manners”, um rock
frenético que lembra bandas como Dead Kennedys, a banda demonstra seu tradicional
lado político na letra, que fala que jovens estão sendo jogados na fogueira
pelos políticos dominantes.
“My father´s son” foi
composta por Jeff Ament e tem uma linha de baixo acachapante e mantem o ritmo
mais forte do começo do disco. “Sirens” é uma das músicas mais bonitas que o
Pearl Jam fez nos últimos tempos, com violões, bons solos e a tradicional
interpretação de Eddie Vedder, em uma letra que fala em despedida. Esta música
composta pelo guitarrista Mike McCready é um dos pontos mais altos do disco.
Em “Lightning Bolt” a banda
volta para o rock, com uma pegada vigorosa e com um refrão que lembra um pouco
a música “Animal” de seu segundo disco. “Infalible” tem um arranjo que foge
mais das características da banda, mas funciona muito bem, com uma letra
emocional sem ser piegas.
“Pendulum” mostra um lado
mais experimental, com piano e uma batida percussiva, mas aqui também os
arranjos funcionam e a música se encaixa bem no disco. Em “Let records play” a
banda arrisca um blues e a música fica com uma ótima pegada, no último momento mais rock do
disco.
Nas três últimas músicas, a
banda dá uma diminuída no ritmo. Em “Sleeping by myself” mostram um lado mais
folk e regravam esta música de Eddie Vedder que já tinha sido lançada em seu
disco solo Ukelele Songs. “Yellow moon” é uma balada com violões, solos
característicos de McCready e piano. “Future days” encerra o disco, outra bela
música, com violinos e uma letra reflexiva. Mesmo com este final priorizando
músicas mais leves, o disco não cai em qualidade e consegue prender o ouvinte
até o fim.
Com Lightning Bolt o Pearl
Jam fez seu melhor disco desde Yield de 1998. Com o rústico Binaural, o
político Riot Act e os dois últimos discos a banda talvez tenha batido na trave
e não tenha conseguido lançar um disco mais homogêneo, que possa ser ouvido
inteiro sem perder o pique. A banda mostra com este novo álbum que ainda pode
fazer grandes canções e dar continuidade a sua sólida carreira.
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