O filme sobre a vida de Tim
Maia, que teve como base o livro de Nelson Motta, "Vale Tudo - O Som e a
Fúria de Tim Maia" entre outras fontes, fez ressurgir a polêmica vida de
um dos maiores artistas que já surgiram na história da música mundial. Tim Maia
foi um artista completo, o maior da música negra brasileira, que conseguia fazer
música pop, sem perder a qualidade e pegada e suingue que a black music deve
ter.
O filme é até bem produzido,
com algumas sacadas legais, mas o jeito como Tim Maia foi apresentado, um cara
às vezes ressentido e brigão, incomodou pessoas bem próximas a ele, como por
exemplo, o filho de Tim, que odiou o filme e falou que ele era bem diferente
daquilo que foi retratado. Tim segundo ele era um cara bonachão e amoroso. Realmente
essas cinebiografias nunca vão retratar fielmente a personalidade de um grande
astro, afinal todos nós temos várias facetas, lados bons e ruins e os grandes
artistas tendem a ser ainda mais inconstantes.
Mas o que realmente deu pano
pra manga neste filme foi como ele foi apresentado na Rede Bobo. Fragmentado em
dois episódios em forma de minissérie, ainda contou com depoimentos de artistas
e a narração do ator principal, representando Tim Maia. A polêmica se deu
porque no filme, Roberto Carlos foi retratado como um tremendo filho da puta que traiu a confiança de Tim Maia quando eram da mesma banda, se
lançando em carreira solo sem avisar ninguém. Na minissérie da Rede Bobo, as
partes que tinham, por exemplo, Roberto esnobando Tim Maia, quando Roberto já
era rico e famoso, foram cortadas e o “Rei” foi retratado como grande
incentivador da carreira de Tim.
Existem muitas histórias que
mostram que o chamado “Rei” nunca foi flor que se cheirasse. O primeiro “rival”
de Roberto Carlos foi Ronnie Von, que estourou em 1966 com uma versão para a
música “Girl” dos Beatles. Roberto Carlos tinha já um programa na Rede Record,
a “Jovem Guarda” e a Record acabou contratando Ronnie para que ele não fosse
para e emissora concorrente, a Excelsior. Ronnie começou a apresentar o
programa “O pequeno mundo e Ronnie Von”. Estranhamente os artistas que iam ao
programa de Roberto Carlos não poderiam ir ao programa de Ronnie. Seria uma
exigência do “Rei”? Ronnie então teve que chamar artistas mais alternativos, o
que foi ótimo, pois acabou lançando Os Mutantes em seu programa e se
aproximando dos artistas da Tropicália, como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Roberto Carlos foi o cara
certo, na hora certa. Teve um início de carreira brilhante, com muitos
sucessos, o cara cantava e atingia em cheio o público, mesmo não tendo o
vozeirão de Tim Maia e nem a beleza de Ronnie Von. Com o passar do tempo,
Roberto começou a construir um mundo próprio, rejeitava a imprensa e só dava
entrevistas para a Rede Bobo, empresa do qual é artista contratado até hoje.
Nunca falou de suas influências musicais, apenas de suas manias e também nunca
bateu de frente com o regime militar, ao contrário de alguns artistas de sua
época. Há quase quarenta anos, não lança praticamente nada de relevante e vive
do passado e de músicas bregas feitas em seus últimos anos de carreira.
Tim Maia era o oposto, foi
um dos primeiros artistas independentes do Brasil, ao criar sua própria gravadora,
a Vitória Régia. Sempre criando e dando entrevistas divertidas e teve várias
lendas ao seu respeito que ele nunca fez questão de censurar. Até a sua morte
em 1998, não era um artista acomodado e que vivia do passado. Podemos ver a
diferença na personalidade de cada um nas gravações feitas pelos dois artistas
da música “Não vou ficar”. A versão de Roberto, mais roqueira, mas com a voz
podre e anasalada dele e a versão mais Soul de Tim, com seu potente vozeirão.
Outra suposta vítima do ego
de Roberto Carlos, segundo diz a lenda, foi o cantor Ritchie. Após o sucesso
avassalador de seu primeiro disco, Voo de Coração, que vendeu milhões de
cópias, sofreu uma espécie de boicote de sua gravadora em seu segundo disco, a
gravadora parecia não investir na divulgação do álbum, que foi considerado um
fracasso de vendas. Tempos depois, Ritchie se encontrou com Tim Maia em um show
e Tim falou que foi Roberto Carlos, que era da mesma gravadora de Ritchie, que
tinha tramado o boicote, pois tinha se sentido ameaçado pelo sucesso do cantor
de “Menina veneno”. Alguns dizem que esta história foi inventada por Tim Maia
para sacanear seu eterno desafeto.
O fato é que essas
cinebiografias nunca retratam os artistas com total fidelidade, por isto
prefiro documentários, que geralmente retratam melhor a vida deles. Se Roberto
Carlos hoje é uma paródia de si mesmo, com certeza se Tim Maia tivesse vivo,
ainda faria grandes trabalhos musicais e não se acomodaria com o sucesso feito
no passado.
Roberto Carlos é o Rei da musica no Brasil e na America Latina , unico cantor estrangeiro a ganhar o festival de san remo , vendeu ate hoje 2019 140 milhões de discos , tem o maior cachê pago a um cantor ate hoje , mais de 100 sucessos inesqueciveis e uma carreira somente de altos e estavel.. viva o Rei...
ResponderExcluirVerdade, Roberto Carlos é um recordista de vendas....mas não deixa de ser um grande mala sem alça kkkkk um abraço!
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