8 de janeiro de 2015

Novo disco do Smashing Pumpkins é mais um trabalho solo de Billy Corgan

Depois do sucesso mundial do disco Mellon Collie And The Infinite Sadness de 1995, o Smashing Pumpkins se perdeu um pouco em sua carreira. Em 1998, abandonaram as guitarras e lançaram o álbum Adore, que dividiu opiniões entre os fãs, um disco denso e arrastado, que tem bons momentos, mas de qualidade inferior aos discos anteriores.


Em 2000 sairia o conceitual Machina: The Machines of God e foi o último disco com a formação clássica dos Pumpkins, com Billy Corgan, D’arcy, James Iha e Jimmy Chamberlain. Um disco interessante, mas quase ninguém conseguiu entender direito o conceito do álbum. A banda acabou e em 2003 Corgan recrutou outros músicos e lançou o Zwan, que só gravou um disco, Mary Star of The Sea. Era uma versão mais leve dos Pumpkins e não chamou tanta a atenção.

Corgan decidiu voltar com os Pumpkins e em 2007 lançou Zeitgeist, com Chamberlain na bateria e mais dois novos músicos. O álbum tentou resgatar o som clássico que a banda fazia e não é de todo ruim. Oceania saiu em 2010 (com Chamberlain finalmente fora) e foi bem recebido por fãs e pela crítica. Monuments to an Elegy é o novo disco da banda e foi lançado no final do ano passado. Corgan gravou praticamente todos os instrumentos, menos a bateria, que ficou a cargo de Tommy Lee, sim aquele do Mötley Crüe e ex-marido de Pamela Anderson.

Neste novo trabalho vemos uma banda (se é que se pode chamar assim) misturando guitarras pesadas e sonoridades eletrônicas, algo que os Pumpkins fizeram ao longo de sua carreira. “Tiberius”, a música de abertura, tem paredes de guitarras pesadas, com alguns toques eletrônicos, mas acaba não engrenando durante sua execução. “Being benge” tem uma pegada mais pop, com teclados, mas também não empolga muito.

“Anaise” é mais interessante, com uma pegada mais suingada, e o disco vai crescendo com “One and all” que tem uma levada que lembra o velho Smashing Pumpkins. “Run to me” tem teclados meio Pet Shop Boys, meio The Killers, e é bem agradável. “Drum+fife” é o quase hit do álbum, levada mais pop e bons teclados, uma das melhores do disco.

“Monuments” tem ótimos teclados que ficam na cabeça, misturados às guitarras pesadas. “Dorian” tem um clima eletrônico meio setentista, remetendo a David Bowie e Kraftwerk, com uma boa melodia. “Anti hero” encerra o álbum com mais peso, mas sem muito impacto. O disco tem uma duração curta, um pouco mais de trinta minutos, com músicas rápidas e certeiras, mostrando que a banda deixou um pouco de lado seu lado progressivo e as canções com maior tempo de duração. As letras também são mais ingênuas e diretas, sem aquele peso emocional que Corgan carregava nos primeiros trabalhos do grupo.

Tommy Lee se esforça e faz seu papel, mas não dá para comparar com o excelente baterista original, Jimmy Chamberlain, este sim um ótimo baterista. O guitarrista de apoio Jeff Schroeder também cumpre sua tarefa, mas falta aquela marca registrada das guitarras de James Iha. Monuments To An Elegy pode ser considerado bom se levarmos como um projeto solo de Billy Corgan. Um disco de menor expressão se levarmos em conta a discografia do Smashing Pumpkins, que deixou de ser uma banda há bastante tempo. 



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