24 de janeiro de 2015

Show do Foo Fighters em São Paulo – Uma aula de rock and roll

Quando o Nirvana acabou em 1994 e Dave Grohl resolveu montar uma nova banda, poucos imaginavam que o Foo Fighters chegaria ao estágio que chegou hoje, com shows lotados em grandes estádios e arenas e muitos hits ao longo da carreira, que chega aos vinte anos em 2015.


Uma multidão de cerca de cinquenta mil pessoas esperava embaixo de chuva no velho e ultrapassado estádio do Morumbi o show do grupo, que teve como bandas de abertura Raimundos (infelizmente não cheguei a tempo de ver) e da boa banda inglesa Kaiser Chiefs que tocou seus principais sucessos, como “Ruby”, “I predict a riot” e “Everyday I love you less and less), com muita energia para levantar a bola para a banda de Dave Grohl.

O Foo Fighters entrou no palco por volta das 21 horas, com o jogo já praticamente ganho. A primeira música foi “Something from nothing” do interessante último disco da banda Sonic Highways. Uma canção que começa lenta e explode no final preparando o público para uma sequência matadora de sucessos como “The pretender”, “Learn to fly”, “Breakout”, “Arlandria” e “My hero”, com direito a longas jams sessions e flash mobs da plateia.

A banda está cada vez mais explosiva e entrosada, tocando cada acorde com a força e precisão necessária e sessões de improviso muito bem encaixadas nas músicas. Isso se deve a excelente banda de Grohl, que conta com um baterista monstro como Taylor Hawkins e um cara que tem a história do punk rock nas veias, o carismático guitarrista Pat Smear.

Logo em seguida vieram “Congregation”, “Walk” e “Cold Day in the Sun”, esta última com Taylor Hawkins no vocal, mostrando que como cantor ele é um ótimo baterista. “I´ll stick around” particularmente me levou ao delírio, pois foi o primeiro clipe que vi da banda e que me marcou muito no ano de 1995.

Após uma longa versão de “Monkey wrench” veio um set acústico com as canções “Wheels” e “Times like these”, rolando até um pedido de casamento de um fã que subiu ao palco com sua namorada. O chato foi ter que aguentar uma molecada que ficava perto de mim falando sem parar durante as músicas, mas faz parte, coisas da geração “Flashmob”. Muitas pessoas pareciam não serem tão fãs assim, mais preocupadas em tirar selfies e fumar sua maconha do que cantar as músicas junto com a banda.

Depois do set acústico a banda se reuniu em um mini palco no meio da galera e mandou uma sequência incrível de covers: “Detroit rock city” do Kiss, “Stay with me” do Faces e “Tie your mother down” e “Under pressure” do Queen. Para terminar, outra sequência matadora: “All my life”, “These days”, “Outside”, “Best of you” e a clássica e tradicional música de encerramento dos shows da banda, “Everlong”.

Um show praticamente impecável, que poderia ser ainda melhor se o grupo diminuísse o tempo de algumas jams e inserisse outras músicas que ficaram de fora, como por exemplo, “Generator” e “This is a call”. Alguns criticam Grohl por fazer canções como uma fórmula (calma no começo e explosiva no refrão), mas o rock é isto, uma música explosiva, em que o ouvinte acaba se tornando dono da canção, gritando o refrão como aquilo fosse um desabafo sobre o acontece em sua vida. Um show que mostra como o rock deve ser, enérgico, com guitarras altas e que crie uma identificação com o público. Ponto para Dave Grohl, um dos artistas mais importantes da atualidade. 



Setlist:

Something From Nothing
The Pretender
Learn to Fly
Breakout
Arlandria
My Hero
Congregation
Walk
Cold Day in the Sun
(With 'Tom Sawyer' (Rush song)… more )
I'll Stick Around
Monkey Wrench
Skin and Bones
Wheels
(Soloed by Dave Grohl)

B-Stage
Times Like These
(Half with Dave, half with full band)
Detroit Rock City
(KISS cover)
Stay With Me
(The Faces cover)
Tie Your Mother Down
(Queen cover) (Dave on drums and Taylor on vocals)
Under Pressure
(Queen & David Bowie cover) (Taylor And Dave on vocals)

All My Life
These Days
Outside
Best of You
Everlong




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