Quando o Nirvana acabou em
1994 e Dave Grohl resolveu montar uma nova banda, poucos imaginavam que o Foo
Fighters chegaria ao estágio que chegou hoje, com shows lotados em grandes estádios
e arenas e muitos hits ao longo da carreira, que chega aos vinte anos em 2015.
Uma multidão de cerca de
cinquenta mil pessoas esperava embaixo de chuva no velho e ultrapassado estádio
do Morumbi o show do grupo, que teve como bandas de abertura Raimundos
(infelizmente não cheguei a tempo de ver) e da boa banda inglesa Kaiser Chiefs
que tocou seus principais sucessos, como “Ruby”, “I predict a riot” e “Everyday
I love you less and less), com muita energia para levantar a bola para a banda
de Dave Grohl.
O Foo Fighters entrou no
palco por volta das 21 horas, com o jogo já praticamente ganho. A primeira
música foi “Something from nothing” do interessante último disco da banda Sonic
Highways. Uma canção que começa lenta e explode no final preparando o público
para uma sequência matadora de sucessos como “The pretender”, “Learn to fly”, “Breakout”,
“Arlandria” e “My hero”, com direito a longas jams sessions e flash mobs da
plateia.
A banda está cada vez mais
explosiva e entrosada, tocando cada acorde com a força e precisão necessária e
sessões de improviso muito bem encaixadas nas músicas. Isso se deve a excelente
banda de Grohl, que conta com um baterista monstro como Taylor Hawkins e um
cara que tem a história do punk rock nas veias, o carismático guitarrista Pat
Smear.
Logo em seguida vieram “Congregation”,
“Walk” e “Cold Day in the Sun”, esta última com Taylor Hawkins no vocal,
mostrando que como cantor ele é um ótimo baterista. “I´ll stick around” particularmente
me levou ao delírio, pois foi o primeiro clipe que vi da banda e que me marcou
muito no ano de 1995.
Após uma longa versão de “Monkey
wrench” veio um set acústico com as canções “Wheels” e “Times like these”,
rolando até um pedido de casamento de um fã que subiu ao palco com sua
namorada. O chato foi ter que aguentar uma molecada que ficava perto de mim falando
sem parar durante as músicas, mas faz parte, coisas da geração “Flashmob”.
Muitas pessoas pareciam não serem tão fãs assim, mais preocupadas em tirar
selfies e fumar sua maconha do que cantar as músicas junto com a banda.
Depois do set acústico a
banda se reuniu em um mini palco no meio da galera e mandou uma sequência incrível
de covers: “Detroit rock city” do Kiss, “Stay with me” do Faces e “Tie your
mother down” e “Under pressure” do Queen. Para terminar, outra sequência
matadora: “All my life”, “These days”, “Outside”, “Best of you” e a clássica e
tradicional música de encerramento dos shows da banda, “Everlong”.
Um show praticamente
impecável, que poderia ser ainda melhor se o grupo diminuísse o tempo de
algumas jams e inserisse outras músicas que ficaram de fora, como por exemplo, “Generator”
e “This is a call”. Alguns criticam Grohl por fazer canções como uma fórmula
(calma no começo e explosiva no refrão), mas o rock é isto, uma música
explosiva, em que o ouvinte acaba se tornando dono da canção, gritando o refrão
como aquilo fosse um desabafo sobre o acontece em sua vida. Um show que mostra
como o rock deve ser, enérgico, com guitarras altas e que crie uma
identificação com o público. Ponto para Dave Grohl, um dos artistas mais
importantes da atualidade.
Setlist:
Something From Nothing
The Pretender
Learn to Fly
Breakout
Arlandria
My Hero
Congregation
Walk
Cold Day in the Sun
(With 'Tom Sawyer' (Rush
song)… more )
I'll Stick Around
Monkey Wrench
Skin and Bones
Wheels
(Soloed by Dave Grohl)
B-Stage
Times Like These
(Half with Dave, half with
full band)
Detroit Rock City
(KISS cover)
Stay With Me
(The Faces cover)
Tie Your Mother Down
(Queen cover) (Dave on drums
and Taylor on vocals)
Under Pressure
(Queen & David Bowie
cover) (Taylor And Dave on vocals)
All My Life
These Days
Outside
Best of You
Everlong
Nenhum comentário:
Postar um comentário