14 de fevereiro de 2020

Violator – Trinta anos da obra prima do Depeche Mode


Em março de 1990, o Depeche Mode faria uma tarde de autógrafos para divulgação de seu novo álbum, porém, apareceram mais de 15 mil pessoas e o evento teve que ser cancelado. Talvez a banda ali não imaginasse que já eram gigantes da música pop, graças ao sucesso do colossal disco Music for the Masses de 1987, que tinha sucessos mundiais como “Strange Love” e “Never Let Me Down Again”.


Violator, o sétimo disco de estúdio do grupo era mais bem mais introspectivo do que o anterior. Para a produção foi recrutado Flood, que já tinha trabalhado com U2, Erasure e com o próprio Depeche Mode no single “Shake de Disease”. A capa do álbum também é icônica, a rosa vermelha com o fundo preto representaria, segundo reza a lenda, a rosa vermelha do personagem Pequeno Príncipe.

O álbum abre com a futurista “World in my eyes” e tem uma letra que convida a pessoa amada a viajar pela visão do autor. Em “Sweetest perfection” percebemos citações na letra sobre vício em drogas: “Por medo que o encanto possa ser quebrado / Quando preciso de uma droga em mim / E isso revela o meu lado criminoso / Sinto algo me puxando /Então quero algo real, não indícios”.

“Personal Jesus” é uma canção bem diferente do que o Depeche Mode tinha feito até então, tem um arranjo Glam rock feito em cima de uma batida de uma música do Garry Glitter, com um riff delicioso e uma letra que fala sobre religião e fé. “Halo” é outra música incrível do álbum e não fez tanto sucesso quanto os outros singles.“Waiting for the night” é uma das mais “dark” do álbum.


“Enjoy the silence” é uma daquelas canções onde tudo se encaixa perfeitamente, desde a melodia à letra, do vocal aos arranjos. O sucesso da música se deve muito também ao icônico videoclipe dirigido por Anton Corbijn, diretor de vários clipes da banda e fotógrafo também (praticamente o quinto integrante do Depeche Mode). No vídeo vemos o vocalista Dave Gahan como um príncipe solitário em meio a uma montanha. O clipe foi influenciado pela obra “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry.


“Policy of Truth” talvez seja a música mais otimista do álbum, com um grandioso refrão, enquanto “Blue Dress” tem um arranjo estranho e claustrofóbico. “Clean” é um encerramento perfeito para um disco clássico como este.

Violator se tornou um sucesso estrondoso por vários motivos, desde a produção coesa de Flood (muita gente não percebia que era Martin Gore que cantava as canções “Sweetest perfection” e “Blue Dress” e não David Gahan) até os arranjos e efeitos eletrônicos sensacionais feitos por Alan Wilder (depois que ele saiu da banda em 1995 não conseguiram mais alcançar o mesmo nível de sucesso), as letras confessionais de Gore e o vocal grave e seguro de Dave Gahan. Violator era o Depeche Mode em seu auge criativo e mesmo trinta anos depois de seu lançamento as músicas do álbum não soam datadas. Um disco essencial para qualquer coleção que se preze.




4 comentários:

  1. sensacional matéria meu amigo Roberto...sensacional

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  2. excelente album, realmente veio pra marcar a historia, porem meu preferido continua sendo o Mussic For The Masses.

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    1. Dois discaços, acho que prefiro o Music for the masses também. Um abraço!

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