Quando os quatro integrantes
da banda inglesa Led Zeppelin entraram em estúdio no final de 1970 para gravar
seu quarto álbum, já tinham em mente que teriam que fazer um disco grandioso,
que justificasse o intuito inicial da banda de ser um supergrupo de rock, que
chegasse ao topo do mundo. A banda já tinha clássicos como “Whole lotta love” e
“Dazed and confused” mas faltava ainda aquele disco definitivo, que mudasse os
rumos do rock n´roll.
Jimmy Page, assim que a
banda Yardbirds terminou queria formar uma superbanda, com Keith Moon e John
Entwistle do The Who na bateria e no baixo e Jeff Beck na guitarra.
Infelizmente não foi possível, então Page recrutou músicos promissores, o
vocalista bonitão Robert Plant do Band of Joy que trouxe junto com ele o monstro John
Bonham na bateria e por último entrou o maestro John Paul Jones no baixo. O Led
Zeppelin, portanto, foi uma banda formada para ser grande, não foram quatro
moleques que eram amigos e resolveram fazer um som de forma descompromissada e
chegaram ao auge.
Após um terceiro álbum não
tem bem recebido pela crítica, o quarto disco da banda era uma prova de fogo
para mostrar que ali estavam gigantes do rock que entrariam de vez para o hall
dos clássicos do gênero. Led Zeppelin IV saiu em março de 1971 e é uma coleção
de canções fantásticas e colossais.
O disco na verdade não tem
um nome, ele é popularmente chamado de Led Zeppelin IV por ser o quarto disco
da banda. Cada um dos integrantes escolheu um símbolo que o representasse na
arte do álbum. O símbolo de Page é o Zoso, que representa na língua grega
salvação. O de John Bonham mostra três símbolos interligados e representa a
trindade familiar entre homem, mulher e criança. O símbolo de John Paul Jones é
bem parecido com o do baterista e tem um círculo no meio que significa pessoa com confiança e competência.
O desenho escolhido por Plant era uma pena dentro de um círculo, sendo que a
pena significa lealdade, verdade e justiça e o círculo significa a vida.
Esta escolha de símbolos
mostra o profundo interesse da banda em temas como o ocultismo, o misticismo e
a simbologia. A capa também se tornou um clássico, uma enigmática foto de um senhor
curvado levando uma considerável porção de galhos nas costas. Led Zeppelin IV
também é o disco mais eclético do grupo, ao misturar rock, blues, folk e música
folclórica.
Abrindo com a fantástica “Black
dog”, que tem um dos riffs mais sensacionais e copiados do rock (só ouvir a
canção “Cochise” do Audioslave, por exemplo) a canção na verdade fala de um
cara desesperado por uma mulher e na letra nada se fala sobre o tal “cachorro
negro”. O título foi dado à canção em homenagem a um cão que perambulava perto
do estúdio de gravação do disco. “Rock n´ roll” é outra pedrada, um blues
acelerado em que Page mostra porque é dos maiores guitarristas de todos os
tempos.
“The battle of evermore” faz
referência ao livro Senhor dos Anéis e tem a participação da cantora Sandy
Denny nos vocais. “Stairway to heaven” é uma épica canção com quatro partes,
que fala na letra sobre os percalços da vida até chegarmos ao paraíso. Tornou-se
um dos maiores clássicos da história do rock e a canção mais tocada nas rádios
em todos os tempos. “Misty moutain hop” é pesada e tem a batida forte de Bonham
como grande característica, aliada ao belo riff de Page e o vocal agudo e
seguro de Plant.
“Four sticks” ganhou este
nome pelo fato de John Bonham ter usado quatro baquetas na gravação da música e
tem um andamento diferente das tradicionais canções do Zeppelin. “Going to
California” mostra o lado folk da banda e ganhou uma homenagem do Pearl Jam em “Given
to fly” (para não dizer que a banda copiou a música na cara dura). Para encerra
todo o peso colossal da bateria de Bonham na psicodélica “When the levee breaks”.
Led Zeppelin IV foi um
sucesso de público e de crítica e se tornou o terceiro disco mais vendido de
todos os tempos. Influenciou praticamente tudo que veio depois no rock, seja no
heavy metal, hard rock ou no grunge dos anos 90. Com este álbum finalmente se
tornaram gigantes e conquistaram o mundo todo, fazendo turnês milionárias para
os padrões da época. Um verdadeiro marco dentro da história do rock.
Algumas coisas eu não sabia, muito legal.
ResponderExcluirJá ouvi falar que quando escreveram "stairway to heaven" estavam tão viajados que nem sabem ao certo do que a letra falava de fato.
Sem dúvida é um dos melhores discos da história, deveriam ser referência para as bandas atuais, pq parecem que nem isso elas escultam mais.
O Led Zeppelin influenciou muito as bandas de Seattle por exemplo, por isto eram tão boas. A molecada precisa ouvir mais estas bandas para começar a fazer um rock de melhor qualidade....obrigado por ler o blog...abraço!
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