2 de junho de 2014

Novo disco do Coldplay não é tão ruim quanto parece

A banda britânica Coldplay apareceu para o grande público no início dos anos 2000, com o disco Parachutes, graças ao sucesso estrondoso da música “Yellow”. Não demorou muito para virar uma banda de estádios após um sucesso ainda maior de seu segundo disco, de 2002, A Rush of Blood to the Head. Este ano o grupo lança seu sexto álbum, Ghost Stories, após o disco Mylo Xyloto (que porra de nome é este?) de 2011.


Mylo Xyloto era um álbum “pra cima”, com refrões grandiosos, feitos para serem cantados juntos em grandes shows. A banda se aproximava cada vez mais do pop, tendo até a participação da (cantora?) Rihana na canção “Princess of China”. Em Ghost Histories, o Coldplay vem mais introspectivo, com letras claramente influenciadas pelo término do casamento do vocalista Cris Martin com a atriz Gwyneth Paltrow. 

Confesso que a primeira vez que ouvi este novo trabalho não gostei muito. Achei muito parado, poucas guitarras, somente bateria eletrônica, ou seja um verdadeiro sonífero. Aos poucos, ouvindo melhor e entendendo mais as nuances das músicas, fui mudando de ideia e acostumando os ouvidos a esta nova sonoridade da banda.

“Always in my head”, primeira música do disco dá o tom do conceito do álbum. Uma introdução meio Dream Pop estilo Cocteau Twins, uma música melancólica, cheia de climas, com uma letra que fala de alguém que nunca vai esquecer outra pessoa. “Magic” é uma música com um gancho mais pop, que vai te pegando aos poucos, além de ter um belo videoclipe.



“Ink” tem também uma batida eletrônica e uma letra bem confessional, com pequenos detalhes no arranjo que aos poucos são percebidos e a música vai crescendo durante sua execução. “True love” é uma balada menos inspirada, com arranjo de cordas e bandolim, com um solo de guitarra no final, algo raro neste disco. “Midnight” talvez seja a música mais experimental do Coldplay, com um vocal meio robotizado, com um clima que lembra um pouco artistas como Bon Iver. Uma canção que parece chata e repetitiva no começo, mas vai conquistando o ouvinte aos poucos.



“Another´s arms” é a melhor música do disco, com um belo vocal feminino, com uma letra que fala em separação. “Oceans” lembra bastante o clima de Parachutes, com violão e bem melancólica. “A sky full of stars” é mais animada, no piano, lembrando um pouco o clima de Mylo Xyloto. No meio fica meio dance, meio pastiche de Pet Shop Boys e acaba destoando do resto do álbum.

“O” é instrumental e fecha o disco também com uma atmosfera meio Cocteau Twins. Ainda resta tempo para três boas músicas escondidas: “All your friends”, “Ghost Story” e “O (part II). Em Ghost Histories, o Coldplay arrisca um pouco mais e foge da obsessão em ser um novo U2, que acompanhava a banda há muito tempo. Um trabalho conceitual que leva o Coldplay a novas direções, com um resultado bem satisfatório. 



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