30 de abril de 2024

Pearl Jam soa revigorado em “Dark Matter”

 

No dia 19 de abril saiu o novo álbum do Pearl Jam, “Dark Matter”, cercado de muita expectativa, afinal os três últimos trabalhos da banda, o fraco “Backspacer”, de 2009, o “ok” “Lightning Bolt”, de 2013 e o irregular “Gigaton”, de 2020, deixaram aquela sensação de que o Pearl Jam poderia oferecer algo a mais em termos de pegada e sonoridade.

A banda há tempos ficou presa dentro de uma fórmula, Eddie Vedder apesar de ter um vozeirão, não é um dos cantores mais versáteis, e em termos de som, as músicas ou eram aqueles rockões com os solos frenéticos e “pentatônicos” de Mike McCready ou eram baladões sentimentais realçando sempre a interpretação emocional de Eddie Vedder. E uma experimentação aqui e ali para tentar fugir um pouco do habitual.

Quando ouvi “Dark Matter” pela primeira vez, tive essa sensação de “mais do mesmo” e fiquei um pouco decepcionado. Mas já na segunda audição, minha opinião foi mudando e a cada vez que escuto o disco, percebo uma banda bem mais inspirada. As letras continuam existencialistas e politizadas, marcas registradas do Pearl Jam.

O álbum abre com a pedrada “Scared of Fear”, com belos riffs de guitarra, um rock energético e direto. “React, Respond” é mais raivosa e pesada, com os solos competentes de Mike McCready. “Wreckage” é uma balada boa para tocar nas rádios rock mundo afora, uma letra direcionada a Donald Trump e que fala sobre os destroços deixados pela administração Trump após a pandemia da Covid 19, provavelmente.

“Won´t Tell” é uma das canções mais bonitas do álbum e é outra candidata a tocar nas rádios. “Upper Hand” é mais uma balada, mostrando que o disco não é tão pesado como foi noticiado pela banda antes do lançamento. “Waiting for Stevie” é outra canção linda e emocionante.

“Running” tem um baixo com distorção e é mais pesada e energética, “Something Special” foi feita em homenagem à filha de Eddie Vedder, é bonitinha, mas talvez seja a menos inspirada do álbum. “Got to Give” tem uma introdução com dedilhados de violão e depois muda para um rock bem pra cima e envolvente. O disco encerra com “Setting Sun”, uma bela balada acústica com percussão e guitarras climáticas.

“Dark Matter” com certeza é o melhor trabalho do Pearl Jam em anos, aqui temos uma banda mais criativa e revigorada, com melodias e riffs mais inspirados do que os discos anteriores. Este álbum com certeza vai dar um “gás” a mais nos shows deles, prolongando ainda mais uma carreira vencedora e honesta. Vida longa ao Pearl Jam!




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