16 de fevereiro de 2021

Foo Fighters finalmente lança um grande disco

Neste mês o Foo Fighters lançou seu décimo álbum de estúdio. “Medicine at Midnight” foi gravado antes da pandemia, mas só agora foi lançado na íntegra. Depois de dois discos que não empolgaram tanto, “Sonic Highways” (em que o documentário é mais interessante que o álbum) de 2014 e “Concrete and Gold” de 2017, Dave Grohl e companhia tinham a missão de entregar um trabalho mais consistente e interessante para sua legião de fãs e também para os críticos malas de plantão.



Grohl prometeu que este disco seria mais experimental e etc...mas a verdade é que “Medicine at Midnight” mostra um Foo Fighters como uma sonoridade mais dançante e flertando com o pop e com o soft rock dos anos 70. A verdade é que a banda do ex-Nirvana há tempos vem mantendo a proposta de fazer um rock radiofônico para ser tocado em grandes estádios e neste novo trabalho o grupo não foge muito disto, mas dessa vez se sai um pouco melhor do que nos trabalhos anteriores. 

 “Making a Fire” abre o disco com um ritmo dançante, com vocais femininos envolventes e um refrão explosivo e ganchudo. “Shame shame” foi o primeiro single lançado, bem pop com “oooos” manjados para a galera cantar nos estádios, canção que não empolgou tanto quando foi lançada, mas funciona dentro do contexto do álbum. “Cloudspotter” é uma das melhores do disco, bem dançante, vocais femininos e refrão que fica na cabeça. 


Waiting on a War” é uma daquelas baladas manjadas da banda, também para ser cantada em estádios, com um final que poderia ser melhor trabalhado, mas no geral a música não atrapalha. “Medicine at Midnight”, a canção título, remente a fase “Let´s Dance” do Bowie, swingada e com um refrão envolvente. “No Son of Mine” talvez seja a menos inspirada, um encontro entre Motorhead e Kaiser Chiefs (oi?), enquanto “Holding Poison” é poderosa mesmo tendo um riff manjado, com melodia grudenta e ritmo dançante. 



Chasing Birds” é uma balada “Paul McCartiana”, uma canção simples e com uma melodia encantadora sem soar enfadonha. “Love Dies Young” termina o disco com o astral lá em cima, lembrando um pouco do chamado “Indie Rock” do começo dos anos 2000. 

O saldo final de “Medicine at Midnight” é bem positivo, um disco mais coeso e interessante que os dois trabalhos anteriores e o melhor álbum do Foo Fighters desde “Wasting Light” de 2011. Dave Grohl prometeu experimentações, mas como um grande cara de pau entregou um álbum pop. Um disco para ouvir, tirar os móveis da sala, dançar e relaxar um pouco nesta interminável pandemia. 


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