3 de maio de 2018

Stone Temple Pilots supera a perda de dois vocalistas e lança belo disco

O Stone Temple Pilots é um dos grupos mais bem sucedidos dos anos noventa, surgindo na mesma época de bandas do chamado “Movimento Grunge” de nomes como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden. Depois da comparação inicial com o sucesso da música “Plush” do disco “Core” com o Pearl Jam, o grupo se firmou com o tempo e conseguiu tirar o estigma injustamente colocado pela mídia de “Pearl Jam cover”.


O grande problema enfrentado desde sempre pelo STP foi o vício em drogas pesadas do vocalista Scott Weiland. Cansados destes problemas, os integrantes Dean e Robert Deleo e o baterista Eric Kretz formaram em 1997 com o vocalista do Filter a banda Talk Show que lançou um disco homônimo no mesmo ano, tendo uma relativa repercussão.

Weiland acabou voltando a tocar com os caras do Stone Temple Pilots e lançando dois álbuns, “Number 4” de 1999 e “Shangri-la-dee-da” de 2001. Depois disto saiu novamente do grupo e se juntou com alguns ex-integrantes do Guns n´Roses formando o Velvet Revolver, que lançou dois discos e depois se dissolveu, mais uma vez pelo vício e temperamento de Scott Weiland, entre outros problemas.

O último disco lançado pelo STP com o Scott foi em 2010, depois disto Weiland saiu de vez e a banda recrutou em 2013 o vocalista Chester Benington do Linkin Park, gravando algumas músicas e fazendo alguns shows. Chester ficou pouco tempo no Stone Temple Pilots, voltando para sua banda original. Em Dezembro de 2015, Scott Weiland morreu devido a uma overdose e Chester Benington acabou cometendo suicídio em Julho de 2017.

Mais uma vez o Stone Temple Pilots teria que se reinventar, desta vez em 2017 a banda chamou o participante do Reality Show Musical “The X Factor” Jeff Gutt para assumir os vocais. Uma escolha arriscada, vide o exemplo do INXS que no inicio dos anos 2000 chamou o ganhador de um Reality para ser o vocalista. A banda lançou um disco com ele em 2004 e não teve boa aceitação da crítica e dos fãs.

Este ano o STP lançou seu sétimo disco de estúdio, autointitulado. Uma prova de fogo para o grupo e principalmente para o novo vocalista Jeff Gutt, que tem um timbre de voz similar ao de Weiland, o que na verdade se tornou um triunfo ao seu favor. O álbum abre com a potente “Middle of Nowhere”, pesadona e urgente. “Guilty” vem em seguida mantendo a pegada da primeira música, antecedendo a melhor música do disco: “Meadow” tem um riff de guitarra que fica na cabeça e um refrão contagiante, no melhor estilo dos grandes sucessos da banda.


"Thought She'd Be Mine" é uma belíssima balada, com violões e belos slides de guitarra de Dean Deleo, uma das melhores do disco. “Roll Me Under” é demolidora e agradará todos os órfãos do grunge dos anos noventa. "The Art of Letting Go" e "Finest Hour" lembram em suas letras os dois amigos perdidos, uma singela homenagem aos dois grandes cantores da banda que se foram.

No final das contas, o Stone Temple Pilots se sai muito bem neste novo trabalho. O grupo acertou em manter a essência de seu som e graças à competência de seus músicos, com a guitarra sempre presente de Dean Deleo e a cozinha segura e azeitada do baixista Robert Deleo e do baterista Eric Kretz conseguiu produzir uma coleção de boas canções que podem ser ouvidas do início ao fim sem nenhuma faixa ser pulada. Quem está aprovado também é o novo vocalista Jeff Gutt, seguro e emulando quase que espiritualmente os vocais de Scott Weiland algumas vezes, mostra que veio pra ficar e acrescentar muito ao trabalho do Stone Temple Pilots.



2 comentários:

  1. Muito boa resenha! Parabéns!!!

    Guilherme Budri - vocalista
    Valvolines - Stone Temple Pilots cover

    https://www.facebook.com/valvolinesstpcover

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