13 de março de 2018

Greta Van Fleet mostra em disco que é muito mais do que uma cópia do Led Zeppelin


Há algum tempo os pessimistas de plantão (inclusive eu algumas vezes) dizem que o rock morreu, que não tem o mesmo impacto e importância como antigamente e outras teorias. Nos últimos anos é evidente a queda de interesse do público jovem com este que é considerado o ritmo mais emblemático da música.


Vários fatores contribuem para este momento e um deles é a falta de interesse das pessoas atualmente em procurar novos artistas e novas bandas, dar aquela conferida no que está sendo feito de novo no rock. A maioria das pessoas prefere ficar ouvindo suas bandas clássicas favoritas a ouvir algum grupo novo.

Ultimamente tenho buscado ouvir novos grupos e o que me chamou mais a atenção foi a molecada do Greta Van Fleet. Molecada porque todos têm na faixa de vinte anos, são os três irmãos Kiska (Josh no vocal, Jake na guitarra e Sam no baixo) mais o baterista Daniel Wagner. A banda existe desde 2012 e lançou ano passado o disco “From The Fires” que tem oito músicas é uma compilação de dois EPs que o grupo já tinha lançado.

O que chama mais a atenção obviamente no som da banda é a semelhança com o Led Zeppelin, principalmente o vocal de Josh Kiska que tem um timbre idêntico ao de Robert Plant. Quando ouvimos o Greta Van Fleet e fechamos os olhos somos transportados de volta aos anos 70, com aqueles rockões pesados e extremamente melódicos característicos daquela fase. O restante da banda não deixa por menos, o guitarrista James faz belos riffs e solos e a “cozinha” da banda formada por Sam e Daniel segura muito bem a onda.


“Safari Song” abre o disco com um riff ledzeppeliniano e o vocal potente de Josh tem muito destaque. “Edge of the Darkness” é a melhor música do álbum, com um riff poderoso, vocal agudíssimo e um solo de guitarra de rachar no final da música. “Flower Power” lembra as coisas mais acústicas do Led, principalmente de seu terceiro álbum enquanto “A Chang is Gonna Come” é um cover das antigas, um blues da melhor qualidade.

“Highway Tune” foi o primeiro single do disco e a repetição da palavra “Mama” nesta canção e em outras aproximam ainda mais a banda dos seus pais musicais Robert Plant e Jimmy Page. “Meet on the Ledge” é mais psicodélica enquanto “Talk on the Street” talvez seja o mais perto do que eles conseguiram chegar no rock mais moderno. “Black Smoke Rising” fecha o álbum em altíssimo nível.


Neste trabalho de estreia, o Greta Van Fleet mostra que tem muito potencial e que é muito mais do que uma mera cópia do Led Zeppelin. A referência é evidente, mas a banda demonstra que tem muito recurso musical mesmo com a pouca idade dos integrantes e que pode desenvolver uma carreira duradora dentro do rock. Em um época escassa de bandas de rock de impacto ouvir uma banda com tanta qualidade e tão promissora é uma bela reposta para aqueles que estão descrentes com os rumos do rock.



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