Há algum tempo os
pessimistas de plantão (inclusive eu algumas vezes) dizem que o rock morreu,
que não tem o mesmo impacto e importância como antigamente e outras teorias. Nos
últimos anos é evidente a queda de interesse do público jovem com este que é
considerado o ritmo mais emblemático da música.
Vários fatores contribuem
para este momento e um deles é a falta de interesse das pessoas atualmente em
procurar novos artistas e novas bandas, dar aquela conferida no que está sendo
feito de novo no rock. A maioria das pessoas prefere ficar ouvindo suas bandas
clássicas favoritas a ouvir algum grupo novo.
Ultimamente tenho buscado
ouvir novos grupos e o que me chamou mais a atenção foi a molecada do Greta Van
Fleet. Molecada porque todos têm na faixa de vinte anos, são os três irmãos
Kiska (Josh no vocal, Jake na guitarra e Sam no baixo) mais o baterista Daniel
Wagner. A banda existe desde 2012 e lançou ano passado o disco “From The Fires”
que tem oito músicas é uma compilação de dois EPs que o grupo já tinha lançado.
O que chama mais a atenção
obviamente no som da banda é a semelhança com o Led Zeppelin, principalmente o
vocal de Josh Kiska que tem um timbre idêntico ao de Robert Plant. Quando
ouvimos o Greta Van Fleet e fechamos os olhos somos transportados de volta aos
anos 70, com aqueles rockões pesados e extremamente melódicos característicos
daquela fase. O restante da banda não deixa por menos, o guitarrista James faz
belos riffs e solos e a “cozinha” da banda formada por Sam e Daniel segura
muito bem a onda.
“Safari Song” abre o disco
com um riff ledzeppeliniano e o vocal potente de Josh tem muito destaque. “Edge
of the Darkness” é a melhor música do álbum, com um riff poderoso, vocal agudíssimo
e um solo de guitarra de rachar no final da música. “Flower Power” lembra as
coisas mais acústicas do Led, principalmente de seu terceiro álbum enquanto “A Chang
is Gonna Come” é um cover das antigas, um blues da melhor qualidade.
“Highway Tune” foi o
primeiro single do disco e a repetição da palavra “Mama” nesta canção e em
outras aproximam ainda mais a banda dos seus pais musicais Robert Plant e Jimmy
Page. “Meet on the Ledge” é mais psicodélica enquanto “Talk on the Street” talvez
seja o mais perto do que eles conseguiram chegar no rock mais moderno. “Black
Smoke Rising” fecha o álbum em altíssimo nível.
Neste trabalho de estreia, o
Greta Van Fleet mostra que tem muito potencial e que é muito mais do que uma
mera cópia do Led Zeppelin. A referência é evidente, mas a banda demonstra que
tem muito recurso musical mesmo com a pouca idade dos integrantes e que pode
desenvolver uma carreira duradora dentro do rock. Em um época escassa de bandas
de rock de impacto ouvir uma banda com tanta qualidade e tão promissora é uma
bela reposta para aqueles que estão descrentes com os rumos do rock.
Nenhum comentário:
Postar um comentário