Dia 15 de setembro deste ano
o Foo Fighters lançou seu nono disco de estúdio, Concrete and Gold, álbum muito
aguardado pelos fãs e pela crítica em geral, após o mediano disco (lançado com
um belo documentário) Sonic Highways de 2014. Produzido por Greg Kurstin, que
trabalhou com vários artistas pop, como Pink, Adele e Lily Allen, é mais um desafio
na carreira vitoriosa do Foo Fighters e de seu líder e “manda chuva” Dave
Grohl, o de manter o público de seus shows e conseguir angariar novos fãs.
Antes de mais nada é preciso
lembrar que o Foo Fighters ao contrário do Nirvana, banda anterior de Grohl, é
uma banda que toca em grandes estádios (o Nirvana mesmo depois do avassalador
sucesso continuou a tocar em lugares de porte médio), com públicos gigantescos.
Todos esperam um disco com uma sonoridade totalmente diferente, mas uma banda deste
porte precisa de canções radiofônicas e com apelo mais pop para tocar nas
rádios e manter um grandioso número de fãs para lotar as turnês.
Esta é o grande desafio em
todo lançamento de qualquer banda grande e não é diferente com o Foo Fighters:
Como lançar algo novo e não causar a repulsa e o estranhamento do grande
público que acompanha o grupo? Em Concrete and Gold, o Foo Fighters dosa novas
sonoridades com o tradicional som da banda e se dá muito bem.
O disco abre com a faixa “T-shirt”
que começa lenta no violão com vocal bem suave de Grohl e explode no meio com
um rock de arena tradicional, com coros grandiosos. “Run” vem logo em seguida e
parece fraca nas primeiras audições (principalmente por causa de seu forçado
videoclipe), mas vai ganhando corpo com algumas audições mais atentas, com uma
letra que fala sobre fugir para um lugar melhor, com riffs de guitarras secos e
certeiros.
“Make it Right” tem uma
discreta participação nos vocais do astro pop Justin Timberlake. Bem “ledzepelliana”,
com bastante influência dos anos setenta, tem um riff simples e manjado, mas
que fica na cabeça e um belo refrão. Em “The Sky is a Neighborhood” a banda
arrisca um pouco mais e tem uma sonoridade mais próxima da música negra norte
americana, com um refrão grandioso para ser cantado em estádios e participação
nos vocais de Alison Mosshart do The Kills. No clipe tem a
participação das filhas de Dave Grohl, Harper e Violet.
“La Dee Da” tem um toque de
psicodelia e um refrão ao estilo Queens of the Stone Age, enquanto “Dirty Water”
começa acústica e envolvente com vocais femininos, mas no refrão fica pesada e
repetitiva. “Arrows” tem um som mais característico do Foo Fighters, com início
calmo e refrão explosivo. "Happy Ever After (Zero Hour)" é uma balada
no violão com bastante influência dos Beatles, principalmente Paul McCartney e
é a que menos empolga no disco.
“Sunday Rain” tem a participação
de McCartney na bateria e tem um clima setentista ao estilo soft rock,
lembrando também algumas coisas da carreira solo de John Lennon no refrão.
Cantada pelo baterista Taylor Hawkins é uma das mais interessantes do disco. “The
Line” é a melhor música do álbum, apesar de ser uma música com o manjado
andamento das músicas da banda, tanto que poderia estar em discos como The
Colour and the Shape ou There´s Nothing Left to Loose. Tem belos riffs, refrão
explosivo, letra existencialista e um belo solo de guitarra. Para encerrar o
disco, a canção “Concrete and Gold” emula Pink Floyd, em um clima psicodélico e
arrastado com participação de Shawn Stockman, integrante do Boys II Men nos
vocais.
Apesar de muitas críticas ao
disco, dizendo que não traz nada de novo, Concrete and Gold se sai muito bem,
um disco equilibrado que se não chega a ser genial é melhor do que o álbum
anterior, Sonic Highways de 2014. Aqui as canções são mais bem resolvidas e
inspiradas, apesar das discretas participações especiais que prometiam muito
mais. Em 2018 a banda retornará ao Brasil com a turnê deste álbum e com certeza
vai entregar ao público o que eles pedem: um rock alto com guitarras no talo,
sem esquecer as melodias pop e os refrões grandiosos, isto a banda de Dave Grohl
sabe fazer e muito bem.
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