Em 30 de Maio de 1968 nascia
em Nova Yorque, Thomas Baptist Morello, mais conhecido como Tom Morello, um dos
maiores guitarristas das últimas décadas. Tom estudou em Harvard Ciência
Política, mas sua verdadeira paixão era a música. Passava de 2 a 4 horas por
dia praticando guitarra e enquanto seus amigos após o término da faculdade se
tornaram médicos e advogados, Morello já sabia o que queria ser: integrante de
uma banda de rock.
Junto com o vocalista Jack
de La Rocha, o baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk, formou em 1991
a banda Rage Against The Machine, com uma ideologia de esquerda que criticava
nas letras o imperialismo norte americano e o capitalismo em geral e defendia
as minorias oprimidas como os imigrantes e a população indígena. Não demorou
muito para Morello se destacar com seu estilo próprio e inovador dentro do
mundo do rock.
O primeiro disco do Rage
Against The Machine fez muito sucesso, mesmo com seu som pesado e as letras
polêmicas e engajadas. Muito deste sucesso se deve aos criativos e fortes riffs
de guitarras feitos por Tom Morello e seus solos que usavam e abusavam dos
efeitos de sua parafernália de pedais.
Talvez o maior clássico do
Rage seja a música “Killing in the name”. Nesta música Morello mostra toda sua
inventividade como guitarrista, com riffs marcantes e um solo de guitarra
furioso, que não primava pelo excesso de firulas e notas, mas sim pelo vigor e
pegada. Outra música deste disco que mostra as qualidades de Morello é “Bullet
in the head”, onde o guitarrista faz de tudo um pouco, fazendo sua guitarra
“apitar” entre outros sons estranhos e interessantes.
Outra marca do guitarrista é
a influência do hip hop, que podemos ver tanto no vocal de Zack de La Rocha no
Rage Against e nos “scratchs” que Morello faz na guitarra simulando as pick ups
usadas com vinis pelos mc´s no rap. Este efeito pode ser ouvido na canção do
segundo disco do Rage Against, “Bulls on Parade”. Tom é um guitarrista tão
inventivo que até simulou um som de gaita na música “Guerilla Radio” do disco
Battle of Los Angeles. A imitação foi tão perfeita que até uma vez lendo uma
crítica do disco em uma revista de música, o autor da resenha falou sobre o
solinho de gaita da música, pensando que era som de gaita mesmo e que o Rage
Against estava incorporando novos instrumentos ao seu som.
Com o fim do Rage Against em
2000, Morello formou com o ex-vocalista do Soundgarden, Cris Cornell, o
Audioslave e lançou em 2002 o primeiro trabalho da banda. Mais uma aula de como
se usar efeitos de guitarra, o disco consagrou ainda mais o guitarrista como um
dos melhores de sua geração. Destaque para o riff da música “Cochise”,
totalmente “chupada” de Led Zeppelin, banda que claramente influenciou Morello
e o belo solo da música “Like a Stone”.
Tom Morello é um artista que
usa mais efeitos para elevar sua arte do que solos com muitas notas e técnica
apurada. Abusa do wah wah, tremolo, phaser, delay e o que mais puder utilizar
em seu set de efeitos. Não é a toa que é sempre lembrado por outros artistas
para fazer participações em seus discos, como Bruce Springsteen, por exemplo.
Com certeza um dos guitarristas mais criativos e talentosos das últimas
gerações, que ainda vai produzir muitos riffs e músicas de qualidade. O rock
está precisando e muito de artistas assim.
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