9 de janeiro de 2019

Finalmente o Smashing Pumpkins lança um disco com cara de Smashing Pumpkins


O Smashing Pumpkins é uma das bandas mais bem sucedidas dos anos noventa. Sua estreia foi em 1991 com o álbum “Gish” que teve seu valor eclipsado pelo estrondoso sucesso de “Nevermind” do Nirvana. A redenção de Billy Corgan e Cia. aconteceu no segundo disco, “Siamese Dream” de 1993, com sucessos como “Today” e “Disarm”. Em 1995 a banda chegou o sucesso mundial com “Mellon Collie and the Infinite Sadness”, o disco duplo mais vendido de todos os tempos.


Depois deste enorme sucesso a coisa começou a degringolar. O baterista Jimmy Chamberlin foi expulso por Billy Corgan e o grupo passou a ser um trio, com bateristas contratados, lançando o disco “Adore” em 1998, não alcançando nem de perto o sucesso dos álbuns anteriores. Depois foi a vez da baixista D’Arcy abandonar o barco, sendo que o disco “Machina-The Machines of God” não teve a participação dela. Depois deste álbum, o batera Jimmy Chamberlain e o guitarrista James Iha saíram da banda, deixando somente o manda chuva Billy Corgan como único integrante da formação original.

O Pumpkins com várias formações diferentes lançou alguns discos de 2007 pra cá, mas sempre com aquele sentimento que não era mais uma banda e sim um projeto solo de Billy Corgan. No ano passado foi anunciada uma possível volta do grupo com sua formação original, fato que se consumou, exceto pela falta da baixista D’Arcy, que não participou desta volta e acabou acusando Corgan de não ter feito muita questão que ela voltasse para a banda.

No final do ano passado saiu o disco “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun” trazendo uma formação bem próxima à formação clássica, faltando somente a baixista D’Arcy. Quem gravou o baixo no álbum foram Billy Corgan e seu escudeiro Jeff Schroeder, que faz parte do Pumpkins desde 2007. Este novo trabalho foi produzido por Rick Rubin, um dos mais renomados produtores da música.

O disco abre com "Knights of Malta", com um tom meio Soul Music devido a belos backing vocais femininos. Tem uma sonoridade mais sutil, graças aos pianos e cordas, uma das melhores canções dos Pumpkins nos últimos tempos."Silvery Sometimes (Ghosts)" tem também uma levada mais pop, com belos solos de guitarra enquanto “Travels” poderia muito bem ter feito parte do disco “Oceania” de 2012, canção que também tem uma bela melodia pop e guitarras interessantes.


"Solara" é mais pesada, com aquelas paredes de guitarras e viradas frenéticas de bateria, características da fase de ouro da banda. "Alienation" tem um começo bem oitentista e faz uma crítica à alienação atual das pessoas. "Marchin' On" é pesada, raivosa e empolgante com a bateria de Chamberlin se destacando. “With Simpathy” é mais lenta, com belos teclados, enquanto "Seek and You Shall Destroy" fecha o álbum com um clima mais pra cima e com um belo riff.


“Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun” deverá ter uma segunda parte lançada ainda este ano. Infelizmente nem sinal de sair o Vol. 1 em CD aqui no Brasil. De qualquer forma, o Pumpkins com este trabalho conseguiu fazer um disco mais empolgante do que o anterior, “Monuments to an Elegy” que contou até com Tommy Lee do Motley Crue na bateria. Um álbum com uma pegada mais próxima aos discos clássicos dos anos noventa. Resta agora, saber se essa reunião vai durar mesmo, ou se mais alguma briga vai botar tudo a perder. Só o tempo dirá.


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