13 de julho de 2015

Muse aposta no peso e na temática forte em seu novo disco

No mês passado saiu o sétimo disco de estúdio da banda inglesa Muse. Drones é um álbum conceitual, que tem como tema as guerras modernas, os drones e os conflitos interiores de pessoas que hoje são facilmente manipuladas pelo sistema. Produzido por Robert Lange, tem como característica um maior peso nas guitarras do que os discos anteriores, lembrando um pouco os primeiros trabalhos do Muse.


“Dead inside”, música de abertura do disco, é uma típica faixa da banda: um eletro-rock com uma levada bem marcada de baixo. Uma das melhores faixas do disco tem belos toques eletrônicos e um belo desempenho vocal de Matt Bellamy, sem os tradicionais exageros que acompanham os vocais do líder do Muse.


“Psycho” tem uma introdução de um general e um soldado obedecendo a suas ordens, para se tornar um assassino frio e calculista. Com um riff blueseiro é uma das mais pesadas do disco e reforça o conceito de alienação e como alguns governantes e líderes transformam pessoas em psicopatas sociais.


“Mercy” é uma das mais pop do álbum e nas primeiras audições parece ser enjoativa, mas com o tempo se torna mais interessante, mas longe de ser a melhor música e mais criativa feita pela banda. “Reapers” é a melhor canção de Drones, pesada, com belos riffs e um refrão certeiro cheio de efeitos. Destaque também para o efeito de guitarra usado por Bellamy no solo.


“The handler” é uma das mais pesadas feitas pelo Muse, destaque para a interessante escala feita por Bellamy e a linha de baixo feita por Christopher Wolstenholme no meio da música. “Defector” tem uma introdução com um trecho de um discurso feito por John Kennedy nos anos 60 e aposta em riffs nervosos e um discurso contra a dominação ideológica e militar.

“Revolt” é uma canção que fala sobre se revoltar contra o que está estabelecido, com um refrão mais pop. “Aftermath” é uma bela balada com bons arranjos de guitarra e orquestração. “The globalist” é a canção mais extensa do Muse, com dez minutos de duração. A música fica um pouco entediante durante sua execução e poderia ter uns cinco minutos a menos que não fariam muita falta. O disco se encerra com um canto estilo música sacra do século 16 na canção que dá título ao álbum.

Se no disco anterior, The 2nd Law, o Muse atirava em várias direções, às vezes tentado soar como o Queen, o U2 e até mesmo Prince, apelando até para o Dubstep nas últimas faixas, em Drones a banda parece mais concisa e com uma sonoridade um pouco mais própria, com Bellamy não exagerando tanto em seus vocais.

O Muse pode não ser a salvação do rock, mas pelo menos investe em uma sonoridade mais básica e pesada e com uma temática séria em suas letras, ao contrário de muitas bandas da atualidade que não dizem nada em suas músicas. Além disto, são grandes instrumentistas que conseguem extrair arranjos interessantes, apesar de alguns exageros. Drones pode não ser considerado o melhor disco do trio, mas deve agradar em cheio os fãs da banda, porém, não vai ser com este álbum que o Muse vai conseguir mudar a opinião de seus detratores. 

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