No mês passado saiu o sétimo
disco de estúdio da banda inglesa Muse. Drones é um álbum conceitual, que tem
como tema as guerras modernas, os drones e os conflitos interiores de pessoas
que hoje são facilmente manipuladas pelo sistema. Produzido por Robert Lange, tem
como característica um maior peso nas guitarras do que os discos anteriores,
lembrando um pouco os primeiros trabalhos do Muse.
“Dead inside”, música de
abertura do disco, é uma típica faixa da banda: um eletro-rock com uma levada
bem marcada de baixo. Uma das melhores faixas do disco tem belos toques
eletrônicos e um belo desempenho vocal de Matt Bellamy, sem os tradicionais
exageros que acompanham os vocais do líder do Muse.
“Psycho” tem uma introdução
de um general e um soldado obedecendo a suas ordens, para se tornar um
assassino frio e calculista. Com um riff blueseiro é uma das mais pesadas do
disco e reforça o conceito de alienação e como alguns governantes e líderes
transformam pessoas em psicopatas sociais.
“Mercy” é uma das mais pop
do álbum e nas primeiras audições parece ser enjoativa, mas com o tempo se
torna mais interessante, mas longe de ser a melhor música e mais criativa feita
pela banda. “Reapers” é a melhor canção de Drones, pesada, com belos riffs e um
refrão certeiro cheio de efeitos. Destaque também para o efeito de guitarra
usado por Bellamy no solo.
“The handler” é uma das mais
pesadas feitas pelo Muse, destaque para a interessante escala feita por
Bellamy e a linha de baixo feita por Christopher Wolstenholme no meio da
música. “Defector” tem uma introdução com um trecho de um discurso feito por
John Kennedy nos anos 60 e aposta em riffs nervosos e um discurso contra a
dominação ideológica e militar.
“Revolt” é uma canção que
fala sobre se revoltar contra o que está estabelecido, com um refrão mais pop. “Aftermath”
é uma bela balada com bons arranjos de guitarra e orquestração. “The globalist”
é a canção mais extensa do Muse, com dez minutos de duração. A música fica um
pouco entediante durante sua execução e poderia ter uns cinco minutos a menos
que não fariam muita falta. O disco se encerra com um canto estilo música sacra
do século 16 na canção que dá título ao álbum.
Se no disco anterior, The
2nd Law, o Muse atirava em várias direções, às vezes tentado soar como o Queen,
o U2 e até mesmo Prince, apelando até para o Dubstep nas últimas faixas, em
Drones a banda parece mais concisa e com uma sonoridade um pouco mais própria,
com Bellamy não exagerando tanto em seus vocais.
O Muse pode não ser a
salvação do rock, mas pelo menos investe em uma sonoridade mais básica e pesada
e com uma temática séria em suas letras, ao contrário de muitas bandas da
atualidade que não dizem nada em suas músicas. Além disto, são grandes
instrumentistas que conseguem extrair arranjos interessantes, apesar de alguns
exageros. Drones pode não ser considerado o melhor disco do trio, mas deve agradar
em cheio os fãs da banda, porém, não vai ser com este álbum que o Muse vai
conseguir mudar a opinião de seus detratores.
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