5 de maio de 2014

Pixies lança disco completo após 23 anos

Trompe Le Monde, último disco de estúdio do Pixies saiu em 1991. A banda se separou logo depois, voltando às atividades em 2004, mas nada de um álbum completo. Após a saída da baixista Kim Deal, o grupo resolveu lançar três EPs com músicas inéditas. Indie Cindy é a reunião das músicas destes EPs em forma de disco completo.


Após a saída de Kim Deal, quem assumiu o baixo foi a vocalista da banda The Muffs, Kim Shattuck, que pouco tempo depois foi demitida do Pixies por ser muito falante e extrovertida, destoando dos outros integrantes, algo que a deixou muito surpresa. Para seu lugar foi recrutada a ex-baixista do Zwan, a argentina Paz Lechantin, que até já tocou no Brasil com o grupo este ano no Lollapalloza.

A produção de Indie Cindy ficou a cargo de Gil Norton, que já tinha trabalhado com a banda nos clássicos Doolittle de 1989 e Bossanova de 1990. O baixo nas músicas foi gravado pelo músico de apoio Simon "Dingo" Archer. A arte da capa foi feita pelo mesmo artista plástico que fez as capas dos EPs lançados anteriormente, Vaughan Oliver. 

O álbum começa com a pesada “"What goes boom" que lembra o pouco em seu vocal algumas músicas de Trompe Le Monde. “Green and blues” é mais calma, com belos efeitos de guitarra e refrão mais pop. “Bagboy” tem uma parte que lembra um pouco hip hop e um refrão cantado por uma misteriosa voz feminina (que não é de Kim Deal, já que esta música foi lançada quase na mesma época da saída da baixista). “Indie cindy” é outra típica música do Pixies, com letra meio falada meio cantada.

“Madgdalena 318” tem um vocal atmosférico e lembra um pouco algumas músicas do disco Bossanova. “Silver snail” tem um vocal com muito reverb e clima viajante, enquanto “Blue eyed hexe” tem um riff marcante que lembra a música “U-mass” de Trompe Le Monde. Um das melhores músicas e mais energéticas do disco. “Ring the bell” é bem pop e harmoniosa com belas harmonias de guitarra de Joey Santiago (o guitarrista ao vivo mais desanimado da face da terra).

"Another toe in the ocean" é outra canção característica da banda, com forte apelo radiofônico, lembra também um pouco a carreira solo de Black Francis. “Andro queen” é meio viajante e psicodélica com efeito de guitarra com tremolo. “Snake” tem um arranjo mais tenso no começo e explode em um refrão contagiante. “Jaime bravo” encerra o disco com uma melodia fácil e assoviável.

O Pixies se saiu muito bem neste novo trabalho. Um disco de alto nível que não compromete a curta, mas bela carreira fonográfica da banda. Um álbum que pode decepcionar aqueles que esperavam um novo Doolittle ou um novo Surfer Rosa, mas seria difícil chegar ao nível de clássicos do rock alternativo deste porte. Claro que Kim Deal faz muita falta, mas o Pixies conseguiu suprir esta ausência e dá uma revigorada em seu repertório, tendo a banda agora novo material, sem ter que ficar tocando somente as mesmas músicas de 20 anos atrás. 





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