Trompe Le Monde, último
disco de estúdio do Pixies saiu em 1991. A banda se separou logo depois,
voltando às atividades em 2004, mas nada de um álbum completo. Após a saída da
baixista Kim Deal, o grupo resolveu lançar três EPs com músicas inéditas. Indie
Cindy é a reunião das músicas destes EPs em forma de disco completo.
Após a saída de Kim Deal,
quem assumiu o baixo foi a vocalista da banda The Muffs, Kim Shattuck, que
pouco tempo depois foi demitida do Pixies por ser muito falante e extrovertida,
destoando dos outros integrantes, algo que a deixou muito surpresa. Para seu
lugar foi recrutada a ex-baixista do Zwan, a argentina Paz Lechantin, que até já
tocou no Brasil com o grupo este ano no Lollapalloza.
A produção de Indie Cindy
ficou a cargo de Gil Norton, que já tinha trabalhado com a banda nos clássicos
Doolittle de 1989 e Bossanova de 1990. O baixo nas músicas foi gravado pelo
músico de apoio Simon "Dingo" Archer. A arte da capa foi feita pelo
mesmo artista plástico que fez as capas dos EPs lançados anteriormente, Vaughan
Oliver.
O álbum começa com a pesada
“"What goes boom" que lembra o pouco em seu vocal algumas músicas de
Trompe Le Monde. “Green and blues” é mais calma, com belos efeitos de guitarra e
refrão mais pop. “Bagboy” tem uma parte que lembra um pouco hip hop e um refrão
cantado por uma misteriosa voz feminina (que não é de Kim Deal, já que esta
música foi lançada quase na mesma época da saída da baixista). “Indie cindy” é
outra típica música do Pixies, com letra meio falada meio cantada.
“Madgdalena 318” tem um
vocal atmosférico e lembra um pouco algumas músicas do disco Bossanova. “Silver
snail” tem um vocal com muito reverb e clima viajante, enquanto “Blue eyed hexe”
tem um riff marcante que lembra a música “U-mass” de Trompe Le Monde. Um das
melhores músicas e mais energéticas do disco. “Ring the bell” é bem pop e
harmoniosa com belas harmonias de guitarra de Joey Santiago (o guitarrista ao
vivo mais desanimado da face da terra).
"Another toe in the
ocean" é outra canção característica da banda, com forte apelo
radiofônico, lembra também um pouco a carreira solo de Black Francis. “Andro
queen” é meio viajante e psicodélica com efeito de guitarra com tremolo.
“Snake” tem um arranjo mais tenso no começo e explode em um refrão contagiante.
“Jaime bravo” encerra o disco com uma melodia fácil e assoviável.
O Pixies se saiu muito bem
neste novo trabalho. Um disco de alto nível que não compromete a curta, mas
bela carreira fonográfica da banda. Um álbum que pode decepcionar aqueles que
esperavam um novo Doolittle ou um novo Surfer Rosa, mas seria difícil chegar ao
nível de clássicos do rock alternativo deste porte. Claro que Kim Deal faz
muita falta, mas o Pixies conseguiu suprir esta ausência e dá uma revigorada em
seu repertório, tendo a banda agora novo material, sem ter que ficar
tocando somente as mesmas músicas de 20 anos atrás.
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