Em 1994 o Pearl Jam já era
uma banda com um público consolidado. Seu primeiro álbum, Ten, tinha vendido
mais de 10 milhões de cópias, com sucessos que viraram clássicos do rock, como
“Alive”, “Even Flow” e “Jeremy”. Seu segundo disco, sem nome, mas que é
conhecido como Vs, também agradou o público e manteve a banda no topo das
paradas, com músicas como “Daughter” e “Animal”.
A banda se reuniu em 1994
com o produtor Brendan O´Brien para começar a gravar seu terceiro trabalho no
lendário estúdio de Seattle, o Bad Animals. O Pearl percebeu que agora poderia
arriscar e experimentar mais do que nos discos anteriores e fizeram seu trabalho
mais eclético até então.
O encarte do disco foi
tirado de um livro de medicina de 1920, também chamado Vitalogy. Este foi o
primeiro álbum do Pearl Jam que teve este formato de livro, com capa dura e
tudo, algo que virou marca registrada da banda deste disco em diante. Dentro do
encarte diversos textos e imagens fazendo referência à anatomia humana e
doenças. Um dos encartes mais criativos que eu tive oportunidade de ver em
álbuns de rock.
O disco começa com uma
música forte, “Last exit”, que integra o setlist de alguns shows da banda até
hoje, com o vocal sempre vibrante de Eddie Vedder e as competentes e fortes
guitarras de Stone Gossard e Mike McCready. “Spin the black circle” é uma
homenagem e ode aos discos de vinil, que na época perdiam espaço para o cd. “Not
for you” fala sobre as desvantagens da fama e critica indiretamente a indústria
musical. Na época a banda travava uma briga judicial épica contra a empresa que
monopolizava a venda de ingressos nos Estados Unidos, a Ticketmaster, contra
seus preços abusivos e monopólio de ingressos.
“Nothingman” é uma balada
característica do Pearl Jam, com uma letra emocionante e uma das músicas mais
bonitas feitas pela banda. As experimentações do disco começam com “Pry to” uma
vinheta estranha que antecede a clássica “Corduroy”. Em “Bugs” mais
experimentações, em que Vedder toca um acordeom meio desafinado que ele comprou
em um brechó.
“Better man” também se
tornou um dos maiores clássicos da banda, enquanto “Aye davanita” é um espécie
de mantra, outra música que mostra a vertente experimental do disco. Alguns
dizem que a canção “Imortality” foi feita em homenagem a Kurt Cobain, que havia
falecido no mesmo ano, fato que foi desmentido por Eddie Vedder, que disse que
a letra não fala especificamente sobre o vocalista do Nirvana.
A última faixa do disco,
“Hey foxymophandlemama, that's me" é uma colagem musical de 7
minutos, contendo as vozes de paciente psiquiátricos, feita em um hospital dos
Estados Unidos. Esta experimentação do Pearl Jam lembra um pouco a faixa
“Revolution 9” do álbum branco dos Beatles, algo me diz que a banda se inspirou
nos Beatles para ter esta ideia para encerrar o disco.
Vitalogy foi o último
trabalho do Pearl Jam com a participação do baterista Dave Abruzesse, que saiu
da banda antes do final das gravações do disco, tanto que a última música do
álbum foi tocada pelo novo baterista, o ex- Red Hot Chilli Peppers, Jack Irons.
Vitalogy foi também bem recebido pela crítica e pelo público, consolidando de
vez o Pearl Jam como uma das bandas mais bem sucedidas dos anos 90.
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