27 de maio de 2014

Grandes discos de 1994 - Vitalogy

Em 1994 o Pearl Jam já era uma banda com um público consolidado. Seu primeiro álbum, Ten, tinha vendido mais de 10 milhões de cópias, com sucessos que viraram clássicos do rock, como “Alive”, “Even Flow” e “Jeremy”. Seu segundo disco, sem nome, mas que é conhecido como Vs, também agradou o público e manteve a banda no topo das paradas, com músicas como “Daughter” e “Animal”.

A banda se reuniu em 1994 com o produtor Brendan O´Brien para começar a gravar seu terceiro trabalho no lendário estúdio de Seattle, o Bad Animals. O Pearl percebeu que agora poderia arriscar e experimentar mais do que nos discos anteriores e fizeram seu trabalho mais eclético até então.


O encarte do disco foi tirado de um livro de medicina de 1920, também chamado Vitalogy. Este foi o primeiro álbum do Pearl Jam que teve este formato de livro, com capa dura e tudo, algo que virou marca registrada da banda deste disco em diante. Dentro do encarte diversos textos e imagens fazendo referência à anatomia humana e doenças. Um dos encartes mais criativos que eu tive oportunidade de ver em álbuns de rock.


O disco começa com uma música forte, “Last exit”, que integra o setlist de alguns shows da banda até hoje, com o vocal sempre vibrante de Eddie Vedder e as competentes e fortes guitarras de Stone Gossard e Mike McCready. “Spin the black circle” é uma homenagem e ode aos discos de vinil, que na época perdiam espaço para o cd. “Not for you” fala sobre as desvantagens da fama e critica indiretamente a indústria musical. Na época a banda travava uma briga judicial épica contra a empresa que monopolizava a venda de ingressos nos Estados Unidos, a Ticketmaster, contra seus preços abusivos e monopólio de ingressos.



“Nothingman” é uma balada característica do Pearl Jam, com uma letra emocionante e uma das músicas mais bonitas feitas pela banda. As experimentações do disco começam com “Pry to” uma vinheta estranha que antecede a clássica “Corduroy”. Em “Bugs” mais experimentações, em que Vedder toca um acordeom meio desafinado que ele comprou em um brechó. 



“Better man” também se tornou um dos maiores clássicos da banda, enquanto “Aye davanita” é um espécie de mantra, outra música que mostra a vertente experimental do disco. Alguns dizem que a canção “Imortality” foi feita em homenagem a Kurt Cobain, que havia falecido no mesmo ano, fato que foi desmentido por Eddie Vedder, que disse que a letra não fala especificamente sobre o vocalista do Nirvana.

A última faixa do disco, “Hey foxymophandlemama, that's me" é uma colagem musical de 7 minutos, contendo as vozes de paciente psiquiátricos, feita em um hospital dos Estados Unidos. Esta experimentação do Pearl Jam lembra um pouco a faixa “Revolution 9” do álbum branco dos Beatles, algo me diz que a banda se inspirou nos Beatles para ter esta ideia para encerrar o disco.

Vitalogy foi o último trabalho do Pearl Jam com a participação do baterista Dave Abruzesse, que saiu da banda antes do final das gravações do disco, tanto que a última música do álbum foi tocada pelo novo baterista, o ex- Red Hot Chilli Peppers, Jack Irons. Vitalogy foi também bem recebido pela crítica e pelo público, consolidando de vez o Pearl Jam como uma das bandas mais bem sucedidas dos anos 90.




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