Depois do sucesso de seu
primeiro disco, Leisure de 1991, o Blur lançou um segundo álbum bem trabalhado,
muito influenciado pelo rock inglês dos anos 60, de bandas como o The Kinks.
Modern Life is Rubbish foi lançado em 1993 e foi um sucesso de crítica, porém não vendeu o esperado mesmo tendo alguns quase hits, como “Popscene” e “Chemical
World”.
A banda viria bem
pressionada para a gravação de seu terceiro álbum. A mídia inglesa e o público
já não ligavam tanto para o Blur e já tinham seus novos queridinhos: o Suede,
com seu Glam Rock bastante influenciado pela androgenia de David Bowie dos anos
70. Para voltar a fazer sucesso, o grupo chamou para a produção um velho
conhecido: Stephen Street, que já tinha trabalho com o Blur no primeiro disco
deles.
Neste novo projeto a banda
resolveu inovar e elaborar os arranjos, com uma sonoridade grandiosa, bem
diferente do som simples mais puxado para o shoegazer do primeiro trabalho do grupo, Leisure. Arranjos com cordas, sopros e nas letras crônicas da sociedade
inglesa dos anos 90 faziam parte deste ambicioso álbum, que era a cartada final
de Damon Albarn e companhia.
Lançado em 25 de abril de
1994, Parklife foi uma coleção de hits e catapultou o Blur de vez para o
estrelato. “Girls and boys” música de abertura do disco, tem um clima meio Disco, em uma letra que fala sobre a juventude inglesa e a eterna busca pelo
sexo oposto. Com um ritmo dançante e uma linha de baixo muito bem feita, foi um
sucesso imediato. “Tracy jacks” tem aquela veia pop que o Blur tem como característica,
com boas partes de guitarra de Graham Coxon, um guitarrista limitado, mas
extremamente criativo. Percebe-se também na música, ecos de The Jam e The Kinks, bandas que influenciaram bastante o som do Blur.
“End of century” é uma crônica
pessimista, sobre a sociedade inglesa do fim do século, as futilidades e
inseguranças da classe média urbana. “Parklife” fala sobre sedentarismo e tem
uma letra falada pelo ator Phil Daniels, que participou do filme Quadrophenia,
inspirado no clássico disco do The Who. “Bank holyday” é quase um trash metal,
um dos poucos momentos mais barulhentos do disco.
“To the end” é uma linda
canção, cantada em inglês e com um vocal feminino em francês com efeitos de
xilofone e arranjo de cordas. Uma música grandiosa, com uma bela harmonia e
refrão. “This is a low” começa lenta e explode em um refrão desesperado, uma
das melhores do disco. Mesmo sendo um álbum predominantemente pop, ainda tem espaços
para experimentações sonoras como em "The Debt Collector" e "Trouble
in the Message Centre".
Com Parklife o Blur chegou
ao topo das paradas inglesas e mostrava quem dava as cartas dentro da cena
Britpop. Quatro meses depois sairia o disco de estreia do Oasis, Definately
Maybe, começando ali uma das maiores rivalidades (mesmo que forçada) do rock
inglês. Em comparação com o Oasis e outras bandas inglesas, vemos que o Blur
sempre foi uma banda mais ousada, sem medo de arriscar, mesmo não abandonando
de vez seu lado pop. Parklife foi o ápice de uma grande era dentro da música
jovem inglesa.
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