24 de novembro de 2014

Foo Fighters não surpreende em Sonic Highways

O Foo Fighters vinha de três discos irregulares, One By One de 2002, In Your Honor de 2005 e Echoes, Silence, Patience and Grace de 2007, quando finalmente lançou em 2011 um ótimo disco, Wasting Light, com a produção do eterno produtor de Nevermind, Butch Vig. A forma de gravação do álbum foi à maneira antiga, na base da fita analógica, o que deu talvez deu uma sonoridade mais encorpada e uma pegada mais forte ao disco, sucesso de crítica e de público.


O novo trabalho da banda de Dave Grohl é um projeto audacioso. O grupo resolveu gravar em oito cidades diferentes e ainda fazer um documentário, com o mesmo nome do disco, Sonic Highways, falando sobre a cena musical de cada cidade e um pouco da história da música norte americana. Segundo Grohl seria uma espécie de tributo às raízes da música norte americana, uma ideia interessante, que atraiu ainda mais o público para este novo álbum.

Mais uma vez trabalhando com o produtor Buth Vig, neste disco o Foo Fighters faz músicas mais longas e trabalhadas, com várias participações especiais, tentando de alguma forma acrescentar algo novo no tradicional rock feito pela banda, com guitarras distorcidas, riffs certeiros e refrões que ficam na cabeça. A maior duração das músicas provavelmente se deve à influência do rock dos anos 70, já que Grohl vem fazendo diversas parcerias com artistas que se destacaram nesta década.

“Something from nothing” foi o primeiro single do álbum. Começa lenta e vai crescendo durante sua execução com bons riffs de guitarra, com slides e a participação do guitarrista Rick Nielsen do Cheap Trick, grupo que influenciou bastante as bandas de Seattle dos anos 90. Com um refrão explosivo, termina com uma sonoridade pesada e frenética, uma das melhores do disco. Uma canção tradicional do Foo Fighters, não muito diferente do que o grupo já tinha feito no álbum anterior. 



“Feast and Famine” é mais energética, com refrão forte e riffs interessantes. Segundo reza a lenda tem a participação da banda Bad Brains nos vocais, mas na ficha técnica do disco, não aparece o nome da banda nesta canção. “Congregation” tem uma melodia que fica na cabeça e tem a participação de Zak Brown na guitarra e vocal."What did I do?/God as my witness" é mais pop e é dividida em duas partes. Tem a participação de Gary Clark Jr. na guitarra.


“Outside” é melhor canção do disco, tem a participação do guitarrista do Eagles, Joe Walsh com um belo solo de guitarra. Esta canção tem o que o Foo Fighters sabe fazer de melhor: Rock poderoso com bons riffs e melodia certeira. “In the clear” conta com a Preservation Hall Jazz Band como grupo de apoio nos metais. “Subterranean” é uma música mais densa e climática com efeitos de E-bow e uma letra mais reflexiva. A última canção, “I am a river” é um épico de sete minutos, (fala-se na participação de Joan Jett na guitarra, mas ela também não aparece nos créditos) com arranjo de orquestra feito por Tony Visconti. Uma balada emocionante que encerra o disco com honestidade.

Sonic Highways é um bom disco, mostrando que o rock com guitarras altas ainda tem seu espaço, mas apesar de todos os esforços, Dave Grohl e companhia não conseguiram fugir totalmente da fórmula que vem consagrando o som do Foo Fighters há quase vinte anos. Quem esperava algo totalmente novo pode se decepcionar com este disco, porém o Foo Fighters mostra que ainda é uma das poucas bandas de rock da atualidade que pode fazer um disco pesado e consistente e ainda conseguir êxito comercial. 



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