O Foo Fighters vinha de três
discos irregulares, One By One de 2002, In Your Honor de 2005 e Echoes,
Silence, Patience and Grace de 2007, quando finalmente lançou em 2011 um ótimo
disco, Wasting Light, com a produção do eterno produtor de Nevermind, Butch Vig.
A forma de gravação do álbum foi à maneira antiga, na base da fita analógica, o
que deu talvez deu uma sonoridade mais encorpada e uma pegada mais forte ao
disco, sucesso de crítica e de público.
O novo trabalho da banda de
Dave Grohl é um projeto audacioso. O grupo resolveu gravar em oito cidades
diferentes e ainda fazer um documentário, com o mesmo nome do disco, Sonic
Highways, falando sobre a cena musical de cada cidade e um pouco da história da
música norte americana. Segundo Grohl seria uma espécie de tributo às raízes da
música norte americana, uma ideia interessante, que atraiu ainda mais o público
para este novo álbum.
Mais uma vez trabalhando com
o produtor Buth Vig, neste disco o Foo Fighters faz músicas mais longas e
trabalhadas, com várias participações especiais, tentando de alguma forma
acrescentar algo novo no tradicional rock feito pela banda, com guitarras
distorcidas, riffs certeiros e refrões que ficam na cabeça. A maior duração das
músicas provavelmente se deve à influência do rock dos anos 70, já que Grohl
vem fazendo diversas parcerias com artistas que se destacaram nesta década.
“Something from nothing” foi
o primeiro single do álbum. Começa lenta e vai crescendo durante sua execução
com bons riffs de guitarra, com slides e a participação do guitarrista Rick
Nielsen do Cheap Trick, grupo que influenciou bastante as bandas de Seattle dos
anos 90. Com um refrão explosivo, termina com uma sonoridade pesada e
frenética, uma das melhores do disco. Uma canção tradicional do Foo Fighters,
não muito diferente do que o grupo já tinha feito no álbum anterior.
“Feast and Famine” é mais
energética, com refrão forte e riffs interessantes. Segundo reza a lenda tem a
participação da banda Bad Brains nos vocais, mas na ficha técnica do disco, não
aparece o nome da banda nesta canção. “Congregation” tem uma melodia que fica
na cabeça e tem a participação de Zak Brown na guitarra e vocal."What did
I do?/God as my witness" é mais pop e é dividida em duas partes. Tem a
participação de Gary Clark Jr. na guitarra.
“Outside” é melhor canção do
disco, tem a participação do guitarrista do Eagles, Joe Walsh com um belo solo
de guitarra. Esta canção tem o que o Foo Fighters sabe fazer de melhor: Rock
poderoso com bons riffs e melodia certeira. “In the clear” conta com a Preservation
Hall Jazz Band como grupo de apoio nos metais. “Subterranean” é uma música mais
densa e climática com efeitos de E-bow e uma letra mais reflexiva. A última
canção, “I am a river” é um épico de sete minutos, (fala-se na participação de
Joan Jett na guitarra, mas ela também não aparece nos créditos) com arranjo de
orquestra feito por Tony Visconti. Uma balada emocionante que encerra o disco
com honestidade.
Sonic Highways é um bom
disco, mostrando que o rock com guitarras altas ainda tem seu espaço, mas
apesar de todos os esforços, Dave Grohl e companhia não conseguiram fugir
totalmente da fórmula que vem consagrando o som do Foo Fighters há quase vinte
anos. Quem esperava algo totalmente novo pode se decepcionar com este disco,
porém o Foo Fighters mostra que ainda é uma das poucas bandas de rock da
atualidade que pode fazer um disco pesado e consistente e ainda conseguir êxito
comercial.
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