O ano de 1994 foi muito
traumático para Courtney Love: seu marido, Kurt Cobain se matou no mês de abril
e em junho a baixista de sua banda, o Hole, Kristen Pfaff, morreu devido a uma
overdose de heroína, aos 27 anos. Mesmo com todas estas tragédias, conseguiu se
destacar ao lançar o segundo trabalho de sua banda, Live Through This.
No ano anterior, em janeiro
de 1993, o Nirvana esteve no Brasil para shows em São Paulo e Rio de Janeiro.
Entre um show e outro, a banda fez algumas gravações em dois estúdios, na
maioria demos de novas músicas que iriam fazer parte do futuro álbum do
Nirvana, In Utero. Courtney Love aproveitou e levou sua baterista e junto com
Cobain gravou algumas demos que fariam parte do disco Live Through This.
Muito se especulou sobre a
participação de Cobain nas composições das novas músicas do Hole. A influência
é evidente, a estrutura das novas canções do Hole lembravam bastante as
melodias criadas pelo líder do Nirvana, início lento e com guitarra sem
distorção, para explosão de guitarra no refrão e muita gritaria.
O disco foi lançado dia 12
de abril de 1994, menos de uma semana após a morte de Cobain. Live Through This
era um pouco mais comercial do que o barulhento disco anterior do Hole, Pretty
on the Inside 1991. Aos poucos Love foi conquistando a confiança da crítica e
do público, mostrando que não era uma nova espécie de Yoko Ono do rock. As
músicas do disco são fortes e ela mostra personalidade a cada canção.
Live Through This foi
dedicado também a um grande amigo de Love que morreu assassinado depois de um
show do Hole, mais um episódio trágico na vida da polêmica cantora. “Miss
World”, primeiro single do álbum, já mostra a vontade de Love de dominar o
mundo com seu poderoso rock. Este é o único clipe do álbum em que aparece a
baixista Kristen Pfaff, nos outros vídeos já aparece a nova baixista da banda,
Melissa Auf Der Maur.
Segundo diz a lenda, a voz
de Kurt Cobain aparece ao fundo de praticamente todas as músicas, mas foi
creditada apenas nas canções "Asking for It" e "Softer, Softest". A força punk de Love se sobressai no disco e a música “Violet” virou um pequeno hino
rebelde feminista dentro do rock alternativo.
As influências de Love ficam
mais evidentes neste trabalho, principalmente de artistas como Joan Jett e
Fletwood Mac. Em “Doll parts” ela desabafa: “Um dia você vai sofrer o tanto que
eu sofri”. A última música “Rock star” é na verdade a música “Olympia”. Nela
Courtney pergunta: “Você gostaria de estar no Nirvana? Acho que preferiria
estar morto”.
Fica evidente ao ouvir o
disco que Love pegou muitas ideias emprestadas de seu marido. Porém, isto não
tira os méritos dela, Courtney mostra talento cantando com
muita raiva e passando suas emoções com muita fidelidade nas músicas. Com Live
Through This, a vaca profana de Seattle deixou sua marca dentro da história do
rock n´roll.
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