16 de abril de 2014

Antes tarde do que nunca – O primeiro disco solo de Johnny Marr

Johnny Marr foi guitarrista de uma das maiores de todos os tempos, o The Smiths e só depois de 26 anos do término da banda lançou seu primeiro disco solo: The Messenger, lançado em fevereiro de 2013. Só agora peguei para ouvir este trabalho e não consigo para de ouvir, um grande disco sem dúvida alguma.


No Smiths se destacava como um dos melhores guitarristas de sua geração, com sua guitarra econômica e ao mesmo tempo genial, seus arpejos e dedilhados que transformaram as músicas do grupo inglês em verdadeiros hinos de uma juventude desiludida e sem rumo da Inglaterra. A briga entre Marr e Morrissey é um das mais emblemáticas e misteriosas da história do rock. Os dois já receberam ofertas milionárias de diversos festivais mundo afora e nunca aceitaram fazer uma reunião de volta do Smiths.



Após o traumático término da banda, Marr participou de diversos projetos. O mais famoso deles é o Electronic, com o vocalista do New Order, Bernard Summer e com participações do vocalista do Pet Shop Boys, Neil Tennant. Este grupo tinha um som bem diferente do Smiths e era obviamente uma mistura de New Order com Pet Shop Boys. Com o Electronic lançou três discos: Electronic (1991), Raise the Pressure (1996) e Twisted Tenderness (1999). Também tocou em dois discos da banda The The entre o final da década de 80 e início da década de 90.





Nos anos 2000 fez participação com diversos grupos, entre eles Modest Mouse e The Cribs. Finalmente lançou em 2013 seu primeiro disco solo. The Messenger é um álbum com bastante apelo pop, grandes melodias e não lembra muito o som feito pelo guitarrista na época do Smiths.

O disco tem certa dose de peso nas guitarras como na faixa de abertura “The right right thing” e em “Generate Generate”. Marr capricha nas melodias vocais, lembrando um pouco o som de bandas como Teenage Funclub em “Lockdown” e “Upstars”. Mesmo não tendo uma voz tão potente, constrói belas harmonias e mostra segurança na interpretação das músicas.



Outro destaque do disco como não poderia deixar de ser é a guitarra de Marr. Como sempre econômico e certeiro nos pequenos detalhes, cria linhas de guitarras que ficam na cabeça como na música título “The Messenger” e em “The crack up”, mostrando que continua em forma e sendo um dos melhores guitarristas em atividade.

Neste primeiro trabalho, Marr dá uma aula para as bandas indies da atualidade. Mostra que às vezes o simples é o mais certo, fazer melodias simples e certeiras não fazem mal a ninguém. Que este seja o início de vários grandes lançamentos, e que novas bandas se inspirem mais no trabalho deste grande artista.





Nenhum comentário:

Postar um comentário