Na história da música
brasileira, regravar e fazer versões de sucessos internacionais sempre foi
comum, desde os tempos da jovem guarda, primórdios do rock brasileiro, até os
dias de hoje. O problema é quando o artista arrisca pegar um clássico e passar
para o português, mudando às vezes totalmente a temática da música, ou até
mesmo estragando os belos arranjos que a música original tinha. Vamos relembrar
algumas versões que deram o que falar, mais para o mal do que para o bem.
Capital Inicial – “Sem
cansar” (Versão original “C'Est Comme Ça” de Les Rita Mitsouko)
Em 2004 o Capital Inicial lançou
o disco Gigante, (que de gigante só tem o nome) e resolveu fazer uma versão do
clássico do rock francês dos anos 80, C'Est comme ça” de Les Rita Mitsouko. A
música fez sucesso também nas baladas rock do Brasil daquela década e a banda
de Dinho Ouro Preto resolver fazer esta “homenagem”, mas acabaram estragando a
música da pobre Mitsouko. Com uma letra esdrúxula e um arranjo que deu um certo
peso às guitarras, prejudicando a guitarra oitentista do original, o Capital
fez uma versão constrangedora e um videoclipe ainda pior.
Ira! – “Eu não sei” (Versão
original “I can´t explain” do The Who)
Em 1998, o Ira! lançou o
disco Você Não Sabe Quem Eu Sou e causou um estranhamento nos fãs mais radicais,
devido a inserção de elementos eletrônicos ao tradicional rock mod feito pela
banda. Neste álbum o grupo resolveu fazer uma versão de suas maiores
influências, o The Who. Apesar de alguns elementos eletrônicos, a música ficou
bem fiel a original, inclusive na letra e o Ira! até que não se saiu mal desta
vez. A letra em português foi feita por Roger Moreira do Ultraje a Rigor, que também
participa da regravação do Ira!
Nenhum de Nós - “Astronauta
de Mármore” (Versão original “Starman” de David Bowie)
Em 1988 a banda Nenhum de
Nós resolveu fazer uma versão do Totem da música pop mundial: David Bowie.
Aposto que mesmo antes de ser lançada esta versão já era odiada pela crítica,
afinal era um sacrilégio fazer uma versão em português de uma música de Bowie.
A versão dos gaúchos, “Astronauta de Mármore” foi um dos maiores sucessos do
ano e é tocada até hoje pelo grupo em seus shows. A crítica em geral odeia este cover e ficou convencionado que a versão é um lixo. Talvez a banda tenha
exagerado em algumas imagens poéticas forçadas da letra: “A lua inteira agora é
um manto negro / Os fins das vozes do meu rádio ou ou”, mas na minha opinião "Astronauta de mármore" é ótima e marcou muito minha infância.
Titãs – “A balada de John e Yoko” ( Versão original “The
ballad of John and Yoko dos Beatles)
Em seu disco de estreia, o
Titãs resolveu fazer uma versão da música “The ballad of John and Yoko”, single
lançado pelos Beatles em 1968. A parte instrumental ficou bem fiel ao original,
já a letra é bem forçada e tem imagens poéticas bem estranhas: “Cristo não é
biscoito / As coisas andam ruins /Se é mau aos dezoito / Me crucificam no fim”
ou em “Cristo não é fumaça / O sol está de rachar / Se bebe a garrafa / Me traz
a cruz e o altar”. Realmente o Titãs não foi muito feliz nesta versão.
Capital Inicial – “O
passageiro” (Versão original “The Passenger” de Iggy Pop)
Já que o Capital não obtinha
muito êxito em suas composições (seus maiores sucessos foram compostos por
Renato Russo), o jeito era fazer versões e para o disco Eletricidade de 1993, a
banda resolveu fazer um cover de “The passenger” de Iggy Pop. Desta vez o
grupo se deu bem e fez uma versão correta, com uma letra e arranjos fieis ao
original, apesar de muita gente odiar esta canção, graças aos empolgados “la la
las” cantados por Dinho Ouro Preto.
Capital Inicial foi guindado ao status de uma coisa que nunca foi: uma grande banda.
ResponderExcluirVerdade, no começo pelo menos tinha umas músicas legais, mas agora virou pop de vez.....
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