11 de dezembro de 2014

Polêmicas versões do rock brasileiro

Na história da música brasileira, regravar e fazer versões de sucessos internacionais sempre foi comum, desde os tempos da jovem guarda, primórdios do rock brasileiro, até os dias de hoje. O problema é quando o artista arrisca pegar um clássico e passar para o português, mudando às vezes totalmente a temática da música, ou até mesmo estragando os belos arranjos que a música original tinha. Vamos relembrar algumas versões que deram o que falar, mais para o mal do que para o bem.

Capital Inicial – “Sem cansar” (Versão original “C'Est Comme Ça” de Les Rita Mitsouko)


Em 2004 o Capital Inicial lançou o disco Gigante, (que de gigante só tem o nome) e resolveu fazer uma versão do clássico do rock francês dos anos 80, C'Est comme ça” de Les Rita Mitsouko. A música fez sucesso também nas baladas rock do Brasil daquela década e a banda de Dinho Ouro Preto resolver fazer esta “homenagem”, mas acabaram estragando a música da pobre Mitsouko. Com uma letra esdrúxula e um arranjo que deu um certo peso às guitarras, prejudicando a guitarra oitentista do original, o Capital fez uma versão constrangedora e um videoclipe ainda pior.  





Ira! – “Eu não sei” (Versão original “I can´t explain” do The Who)


Em 1998, o Ira! lançou o disco Você Não Sabe Quem Eu Sou e causou um estranhamento nos fãs mais radicais, devido a inserção de elementos eletrônicos ao tradicional rock mod feito pela banda. Neste álbum o grupo resolveu fazer uma versão de suas maiores influências, o The Who. Apesar de alguns elementos eletrônicos, a música ficou bem fiel a original, inclusive na letra e o Ira! até que não se saiu mal desta vez. A letra em português foi feita por Roger Moreira do Ultraje a Rigor, que também participa da regravação do Ira!





Nenhum de Nós - “Astronauta de Mármore” (Versão original “Starman” de David Bowie)


Em 1988 a banda Nenhum de Nós resolveu fazer uma versão do Totem da música pop mundial: David Bowie. Aposto que mesmo antes de ser lançada esta versão já era odiada pela crítica, afinal era um sacrilégio fazer uma versão em português de uma música de Bowie. A versão dos gaúchos, “Astronauta de Mármore” foi um dos maiores sucessos do ano e é tocada até hoje pelo grupo em seus shows. A crítica em geral odeia este cover e ficou convencionado que a versão é um lixo. Talvez a banda tenha exagerado em algumas imagens poéticas forçadas da letra: “A lua inteira agora é um manto negro / Os fins das vozes do meu rádio ou ou”, mas na minha opinião "Astronauta de mármore" é ótima e marcou muito minha infância.





Titãs – “A balada de John e Yoko” ( Versão original “The ballad of John and Yoko dos Beatles)


Em seu disco de estreia, o Titãs resolveu fazer uma versão da música “The ballad of John and Yoko”, single lançado pelos Beatles em 1968. A parte instrumental ficou bem fiel ao original, já a letra é bem forçada e tem imagens poéticas bem estranhas: “Cristo não é biscoito / As coisas andam ruins /Se é mau aos dezoito / Me crucificam no fim” ou em “Cristo não é fumaça / O sol está de rachar / Se bebe a garrafa / Me traz a cruz e o altar”. Realmente o Titãs não foi muito feliz nesta versão.





Capital Inicial – “O passageiro” (Versão original “The Passenger” de Iggy Pop)


Já que o Capital não obtinha muito êxito em suas composições (seus maiores sucessos foram compostos por Renato Russo), o jeito era fazer versões e para o disco Eletricidade de 1993, a banda resolveu fazer um cover de “The passenger” de Iggy Pop. Desta vez o grupo se deu bem e fez uma versão correta, com uma letra e arranjos fieis ao original, apesar de muita gente odiar esta canção, graças aos empolgados “la la las” cantados por Dinho Ouro Preto.





2 comentários:

  1. Capital Inicial foi guindado ao status de uma coisa que nunca foi: uma grande banda.

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    1. Verdade, no começo pelo menos tinha umas músicas legais, mas agora virou pop de vez.....

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