4 de dezembro de 2014

Plebe Rude lança novo disco após oito anos

A banda brasiliense Plebe Rude lançou em novembro deste ano seu novo álbum, Nação Daltônica. O último trabalho de estúdio lançado pelo grupo foi R ao Contrário de 2006, que foi vendido em bandas de jornal, junto com uma revista. Em 2011, a Plebe lançou o disco ao vivo, Rachando o Concreto.


Alguns fatores atrasaram o término deste novo álbum, como a viagem do baixista André X para o exterior para fazer mestrado e também pelo fato do vocalista Phillipe Seabra ter sido convidado a fazer a trilha sonora do filme Faroeste Caboclo, que inclusive ganhou o prêmio de melhor trilha sonora, na premiação mais importante do cinema brasileiro.

A Plebe Rude sempre andou à margem do mainstream, nunca fazendo baladas românticas e algumas concessões que outras bandas brasileiras tiveram que fazer, para não sucumbir dentro do mercado fonográfico nacional. A prova disto é a demora entre o lançamento entre um disco e outro, devido também a algumas separações e saídas de alguns integrantes, como a baterista Gutje e o guitarrista e vocalista Jander Bilaphra, ambos integrantes da formação original da Plebe. 

A entrada do vocalista e guitarrista do Inocentes, o lendário Clemente em 2004 deu um novo “punch” para a banda sendo este já seu segundo disco de estúdio com a Plebe. A sonoridade do grupo continua sendo aquele punk rock bem melodioso, com letras críticas e bem feitas, e a mistura dos vocais que dão uma harmonia interessante às músicas.

O conceito do disco se resume bem no título do álbum: Uma nação alienada, que não consegue enxergar direito, ouve músicas ruins e é dominada pela mídia. Começando pela música “Retaliação”, uma música típica da banda, letra engajada e bela linha de baixo. “Anos de luta” faz referência no título à clássica “Dias de Luta” do Ira! e no final ainda tem uma brincadeira da banda, falando para todo mundo cantar junto, coisa que não combina com o estilo da Plebe.


“Mais um ano você” tem uma bateria encorpada (o baterista Marcelo Capucci é um dos destaques do disco) e uma letra crítica, que fala em mais um ano perdido. “Que tem fez você” tem um belo riff e uma boa pegada, enquanto “Sua história” tem a participação de uma orquestra sinfônica, um dos momentos mais emocionantes do álbum.

“Rude resiliência” tem também destaque em sua bateria, enquanto “Quem poderá culpá-lo” tem um teclado que fica na cabeça e é mais legal do disco. “Tudo que poderia ser” já fazia parte do disco ao vivo, Rachando o Concreto e “Go ahead” teve todos os instrumentos tocados por Seabra, exceto a bateria. “Três passos” começa com uma linha da baixo nervosa e tem boas linhas de guitarra.

Nação Daltônica mantém o nível de qualidade do disco anterior e mostra que a Plebe Rude ainda tem algo a dizer e está em ótima forma. Prova de que nem sempre o artista tem que acompanhar o mercado fonográfico, seguir suas convicções é sempre o mais correto e que fazer música com conteúdo sempre será algo valorizado.



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