A banda brasiliense Plebe
Rude lançou em novembro deste ano seu novo álbum, Nação Daltônica. O último trabalho
de estúdio lançado pelo grupo foi R ao
Contrário de 2006, que foi vendido em bandas de jornal, junto com uma revista.
Em 2011, a Plebe lançou o disco ao vivo, Rachando o Concreto.
Alguns fatores atrasaram o
término deste novo álbum, como a viagem do baixista André X para o exterior
para fazer mestrado e também pelo fato do vocalista Phillipe Seabra ter sido
convidado a fazer a trilha sonora do filme Faroeste Caboclo, que inclusive
ganhou o prêmio de melhor trilha sonora, na premiação mais importante do cinema
brasileiro.
A Plebe Rude sempre andou à
margem do mainstream, nunca fazendo baladas românticas e algumas concessões que
outras bandas brasileiras tiveram que fazer, para não sucumbir dentro do
mercado fonográfico nacional. A prova disto é a demora entre o lançamento entre
um disco e outro, devido também a algumas separações e saídas de alguns
integrantes, como a baterista Gutje e o guitarrista e vocalista Jander Bilaphra,
ambos integrantes da formação original da Plebe.
A entrada do vocalista e
guitarrista do Inocentes, o lendário Clemente em 2004 deu um novo “punch” para
a banda sendo este já seu segundo disco de estúdio com a Plebe. A sonoridade do
grupo continua sendo aquele punk rock bem melodioso, com letras críticas e bem
feitas, e a mistura dos vocais que dão uma harmonia interessante às músicas.
O conceito do disco se
resume bem no título do álbum: Uma nação alienada, que não consegue enxergar
direito, ouve músicas ruins e é dominada pela mídia. Começando pela música “Retaliação”,
uma música típica da banda, letra engajada e bela linha de baixo. “Anos de luta”
faz referência no título à clássica “Dias de Luta” do Ira! e no final ainda tem
uma brincadeira da banda, falando para todo mundo cantar junto, coisa que não
combina com o estilo da Plebe.
“Mais um ano você” tem uma
bateria encorpada (o baterista Marcelo Capucci é um dos destaques do disco) e
uma letra crítica, que fala em mais um ano perdido. “Que tem fez você” tem um
belo riff e uma boa pegada, enquanto “Sua história” tem a participação de uma
orquestra sinfônica, um dos momentos mais emocionantes do álbum.
“Rude resiliência” tem
também destaque em sua bateria, enquanto “Quem poderá culpá-lo” tem um teclado
que fica na cabeça e é mais legal do disco. “Tudo que poderia ser” já fazia
parte do disco ao vivo, Rachando o Concreto e “Go ahead” teve todos os instrumentos
tocados por Seabra, exceto a bateria. “Três passos” começa com uma linha da
baixo nervosa e tem boas linhas de guitarra.
Nação Daltônica mantém o
nível de qualidade do disco anterior e mostra que a Plebe Rude ainda tem algo a
dizer e está em ótima forma. Prova de que nem sempre o artista tem que
acompanhar o mercado fonográfico, seguir suas convicções é sempre o mais
correto e que fazer música com conteúdo sempre será algo valorizado.
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