Após o sucesso do disco
Siamese Dream de 1993, a banda de Chicago Smashing Pumpkins começava a reunir
novas canções para seu novo trabalho. Em uma das fases mais prolíferas do
grupo, foram reunidas cerca de 60 canções novas e depois de uma minuciosa
escolha, ficaram 40 músicas, diminuindo-se para 28 no final. As
músicas que ficaram de fora foram lançadas na caixa The Airplanes Flies High em
1996.
Para a produção, a banda
escolheu Flood e Alan Moulder que já tinham tralhado com o Depeche Mode e o
U2. A ideia era fazer um álbum duplo e conceitual, um pouco influenciado por
discos como The Wall do Pink Floyd. O primeiro disco se chama Dawn to Dusk e o
segundo se chama Twilight to Starlight. O conceito do disco seria a vida e
morte e as relações humanas, a complexidade do amor entre outros temas.
O processo de gravação foi
bem complexo, graças ao perfeccionismo do vocalista e guitarrista Billy Corgan,
que segundo dizem, sempre comandou o Pumpkins com mãos de ferro. Cada integrante
gravava sua parte em uma sala diferente, devido ao clima tenso que foi
estabelecido e somente em algumas canções a banda gravou toda junta. Após as
gravações, Corgan e os produtores de reuniam e faziam um minucioso processo de
produção para que tudo fizesse um sentido, tivesse um conceito.
Lançado em 24 de outubro de
1995, logo chegou ao primeiro lugar da parada da Billboard. A primeira canção é
uma bela introdução ao piano, com o nome do disco. Em seguida vem a orquestrada
“Tonight, tonight”, uma das mais lindas canções feitas nos anos 90, que ainda
ganhou um fantástico videoclipe, que ganhou diversos prêmios.
Logo em seguida vem a
primeira pedrada do álbum, “Jellybelly” mostrando toda a potência do som do
Smashing Pumpkins. “Zero” tem um grande riff e uma letra forte em que Corgan
afirma que Deus é vazio assim como ele. “Bullet with butterfly wings” faz clara
referência ao suicídio de Kurt Cobain ocorrido um ano antes. Outra canção que
mostra todo o peso dos Pumpkins.
A partir daí o primeiro
disco vai mostrando um ecletismo de ritmos e timbres, como nas delicadas “To
forgive”, “Cupid de Locke” e “Galapogos” e nas poderosas “Fuck you” e “Muzzle”
e toques de rock progressivo em "Porcelina of the vast oceans" que
tem quase 10 minutos de duração. O primeiro disco termina com a canção cantada
pelo guitarrista James Iha, a singela “Take me down”.
O segundo disco, Twilight To
Starlight, começa com duas pedradas, “Where boys fear to tread” e “Bodies”.
Impressionante a massa sonora que essa formação clássica do Pumpkins fazia
(Corgan, Iha, D’arcy e Jimmy Chamberlain). Logo em seguida outra música belíssima,
que ganhou um grande videoclipe também, “Thirty three”. “1979” tem um looping
de bateria que mistura tanto bateria eletrônica quanto acústica. Uma canção com
uma letra saudosista, que provavelmente fala sobre a adolescência de Corgan e
que muitas pessoas ao redor do mundo se identificaram.
Ainda havia espaço para rocks
colossais ("Tales of a scorched earth" e "X.Y.U."), progressivo
("Thru the eyes of ruby") e delicadezas como “Stumbleine” e as cinco
últimas canções do disco, que termina com "Farewell and goodnight"
com cada integrante cantando um trecho da canção.
A turnê e o sucesso que este
disco teve, geraram alguns traumas dentro da história da banda, como a morte do
tecladista de apoio Jonathan Melvoin, que morreu de overdose de heroína em 1996
e também a prisão por porte de drogas do baterista Jimmy Chamberlain, que
posteriormente foi expulso da banda. As entrevistas controversas de Corgan, que
criticava os outros integrantes também contribuiu para a ruína do grupo, que
nunca mais alcançou o sucesso deste álbum.
Mellon Collie and The
Infinite Sadness é uma daquelas obras primas que dificilmente se repetem. Um
álbum que reúne o que há de melhor dentro do rock, sendo conceitual sem ser
forçado e chato como alguns discos conceituais por aí. Com diversas
influências, desde o peso de bandas como Black Sabbath até o rock gótico dos
anos 80 e também artistas como David Bowie, Mellon Collie se tornou um dos
melhores discos da década de 90, um verdadeiro clássico dentro da história do
rock, graças também a genialidade excêntrica do líder e mandachuva Billy
Corgan.
Nenhum comentário:
Postar um comentário