No dia 19 de abril saiu o
novo álbum do Pearl Jam, “Dark Matter”, cercado de muita expectativa, afinal os
três últimos trabalhos da banda, o fraco “Backspacer”, de 2009, o “ok” “Lightning
Bolt”, de 2013 e o irregular “Gigaton”, de 2020, deixaram aquela sensação de
que o Pearl Jam poderia oferecer algo a mais em termos de pegada e sonoridade.
A banda há tempos ficou
presa dentro de uma fórmula, Eddie Vedder apesar de ter um vozeirão, não é um
dos cantores mais versáteis, e em termos de som, as músicas ou eram aqueles
rockões com os solos frenéticos e “pentatônicos” de Mike McCready ou eram baladões
sentimentais realçando sempre a interpretação emocional de Eddie Vedder. E uma
experimentação aqui e ali para tentar fugir um pouco do habitual.
Quando ouvi “Dark Matter”
pela primeira vez, tive essa sensação de “mais do mesmo” e fiquei um pouco
decepcionado. Mas já na segunda audição, minha opinião foi mudando e a cada vez
que escuto o disco, percebo uma banda bem mais inspirada. As letras continuam
existencialistas e politizadas, marcas registradas do Pearl Jam.
O álbum abre com a pedrada “Scared
of Fear”, com belos riffs de guitarra, um rock energético e direto. “React,
Respond” é mais raivosa e pesada, com os solos competentes de Mike McCready. “Wreckage”
é uma balada boa para tocar nas rádios rock mundo afora, uma letra direcionada
a Donald Trump e que fala sobre os destroços deixados pela administração Trump após
a pandemia da Covid 19, provavelmente.
“Won´t Tell” é uma das canções
mais bonitas do álbum e é outra candidata a tocar nas rádios. “Upper Hand” é
mais uma balada, mostrando que o disco não é tão pesado como foi noticiado pela
banda antes do lançamento. “Waiting for Stevie” é outra canção linda e
emocionante.
“Running” tem um baixo com
distorção e é mais pesada e energética, “Something Special” foi feita em
homenagem à filha de Eddie Vedder, é bonitinha, mas talvez seja a menos inspirada
do álbum. “Got to Give” tem uma introdução com dedilhados de violão e depois muda
para um rock bem pra cima e envolvente. O disco encerra com “Setting Sun”, uma
bela balada acústica com percussão e guitarras climáticas.
“Dark Matter” com certeza é
o melhor trabalho do Pearl Jam em anos, aqui temos uma banda mais criativa e
revigorada, com melodias e riffs mais inspirados do que os discos anteriores.
Este álbum com certeza vai dar um “gás” a mais nos shows deles, prolongando
ainda mais uma carreira vencedora e honesta. Vida longa ao Pearl Jam!